28/09/23

RESUMO OFICIAL - O REI D. MIGUEL

Folheto enviado pela Senhora Infanta de Portugal D. Filipa de Bragança por ocasião da chegada dos restos mortais de El-Rei D. Miguel e de Sua Esposa a Rainha Senhora D. Adelaide a Lisboa (5 de Abril de 1967):



"Nascido em 26 de Outubro de 1802, no Palácio Real de Queluz, filho do Príncipe D. João, futuro D. João VI, e da Princesa D. Carlota Joaquina, parte em 1807 para o Brasil, com a família Real, em consequência da primeira invasão francesa. Estabelece-se a Corte no Rio de Janeiro, onde é criado com seu irmão mais velho , D. Pedro; revela desde criança sentimentos de extrema bondade, nobreza e valentia, bem como um evidente gosto pelos exercícios de destreza. Em 1821 regressa a Lisboa com seus Pais e a Corte, após a revolução de 1820. D. Pedro, que fica no Rio de Janeiro como representante de D. João VI, acaba por proclamar o independência do Brasil.

Em Lisboa o Rei está completamente dominado pelos revolucionários, partidários das ideias saídas da Revolução Francesa e é obrigado a jurar a Constituição, mesmo antes dela estar redigida.

A grande maioria da população reage contra o caminho que as coisas levam e quer continuar a viver dentro das instituições tradicionais. Com D. Pedro declarado estrangeiro, pela sua revolta contra Portugal, o Infante, enérgico defensor daquelas instituições, é para os tradicionalistas a esperança de melhores dias. Assim surge a Vilafrancada, golpe militar pelo qual D. Miguel, delirantemente apoiado e seguido pela tropa e por quase toda a população, liquida o movimento constitucionalista (27 de Maio de 1824). Os seus inimigos aproveitaram bem a ocasião e, movidos pelos diplomatas estrangeiros, levam D. João VI para uma nau inglesa fundeada no Tejo e consegue que D. Miguel seja exilado. Morto o Soberano em Março de 1826, só daí a dois anos é permitida a volta do Infante a Portugal, depois de D. Pedro ter sido ilegitimamente declarado herdeiro da coroa e abdicado a favor de sua filha D. Maria da Glória, de sete anos de idade. O Povo, mal D. Miguel desembarca em Belém, aclama-o como Rei legítimo: pede-lhe que ocupe o trono, visto D. Pedro ser estrangeiro. "Rei chegou, rei chegou, e em Belém desembarcou" canta-se com entusiasmo em Lisboa (22 de Fevereiro de 1828). D. Miguel nega-se a aceder aos pedidos que afluem de todo o país e responde que só os Três Estado têm poder para decidir quem é Rei. Reunidas as Cortes Gerais, que não são convocadas há mais de um século, é por elas proclamado soberano legítimo de Portugal.

Sobe assim ao trono D. Miguel pela via da legalidade perfeita e de acordo com a vontade da maioria esmagadora da Nação. Os liberais porém não queriam, procuraram defender a causa das "ideias novas" e de Dona Maria da Glória. Depois é o próprio D. Pedro que, obrigado a abdicar no Brasil, vem para a Europa dirigir o movimento.

Consegue apoio da França e da Inglaterra e desembarca perto de Vila do Conde com 7.500 homens, estrangeiros e portugueses. D. Miguel tem um exército valoroso e a maioria da população a seu lado. Mas as hesitações dos chefes das tropas legitimistas abrem aos liberais o caminho da vitória; dominam estes o Algarve, depois Lisboa. A campanha corre cada vez pior para as forças de D. Miguel. E a Quadrupla Aliança, da França, Inglaterra e Espanha com D. Pedro, leva o Rei a capitular. É a chamada "Convenção de Évora-Monte. D. Miguel, no meio da dor dos seus soldados que o idolatram e do Povo que lhe quer profundamente, embarca para o exílio, em Sines, no dia 1 d Junho de 1834. Antes, distribui o pouco dinheiro que lhe resta pelos soldados mais necessitados e manda entregar as joias da Coroa, e até joias pessoais, a D. Pedro.

Chegado a Génova, logo declara não renunciar aos seus direitos ao Trono de Portugal; apenas capitulou diante da força estrangeira para evitar maior derramamento de sangue ao Povo português. E começa o longo calvário do seu exílio. Em 1851 casa na Alemanha com a Princesa D. Adelaide de Loewenstein, que depois de viúva professa e acaba por morrer em odor de santidade. Do matrimónio nascem sete Filhos: o Príncipe D. Miguel e seis infantas. No seu lar, cristianíssimo, cultivam-se aquelas virtudes que exemplarmente sempre o distinguiram. A sua bondade e nobreza, o amor pelos que sofrem e pelos pobres tornam-no sinceramente venerado. Em Portugal, apesar dos anos e da distância, a sua memória e o afecto que lhe dedicam os portugueses não esmorece, transformam-se num verdadeiro culto. A 14 de Novembro de 1866 - no dia em que faz sessenta e quatro anos que foi baptizado - morre serenamente, longe da Pátria, aquele que foi um dos Reis a quem o Povo mais fundamente quis."

Ainda, na carta que acompanha o folheto, diz:

"Rei profundamente católico e piedoso, o Senhor Dom Miguel, defendeu com o maior ardor e valentia a causa de Deus e da Santa Igreja em Portugal.
No momento histórico do regresso de meus Avós à Pátria que tanto amaram chegou a hora de homenagem e da reparação. (...) solenes exéquias que se realizarão em S. Vicente de Fora, promovidas pelo Governo e presididas por Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Cardeal Patriarca no próximo dia 6 de Abril, pela 11 horas."

19/02/23

AS DATAS DE D. MANUEL I



D. MANUEL I

  • 31 de maio de 1469: nascimento de D. Manuel I em Alcochete, Portugal.
  • 1483: D. Manuel torna-se Duque de Beja, após a morte de seu pai.
  • 1495: A 25 de Outubro D. Manuel é coroado Rei de Portugal após a morte de seu primo, D. João II.
  • 1498: Vasco da Gama, enviado por D. Manuel, chega à Índia, abrindo a rota marítima para as Índias Orientais.
  • 1500: Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil em nome de D. Manuel.
  • 1505: Início da construção do Mosteiro dos Jerónimos em Belém, em homenagem à descoberta do caminho marítimo para as Índias Orientais.
  • 1506: Massacre popular de judeus em Lisboa.
  • 1515: D. Manuel envia uma expedição liderada por Fernão de Magalhães que seria a primeira a circum-navegar o globo.
  • 1519: Início da construção da Torre de Belém, em Lisboa.
  • 1521: D. Manuel I morre a 13 de Dezembro em Lisboa, sendo sucedido por seu filho D. João III.

16/02/23

DOCUMENTO MAÇÓNICO - Revelador

 A transcrição que segue é feita de um documento original da época:

CÓPIA - AO TRIÂNGULONº______
LIBERDADE - IGUALDADE - FRATERNIDADE
Grande Oriente Lusitano Unido
SUP:. CONS:. DA MAÇONARIA PORTUGUESA

-o-o-o-

CIRCULAR Nº1

--------------------


Cr:. de Lisboa, 10 de Dezembro de 1931 (e:.v:.)

O CONS:. DA ORD:. A TODAS AS
RESP:. OFIC:. DA OBEDIÊNCIA

Ao assumir os cargos do Cons:. da Ord... para que fomos eleitos, em sessão da Gr:. Dita, saudamos em nossos nomes individuais e em nome do Poder Executivo da nossa Aug:. todos os Maç:. da Obed...

O momento que atravessa a nossa Aug:. Ord:. é excepcionalmente grave. As forças do passado que se supunham vencidas, veem, depois da guerra, e aproveitando a confusão que se apoderou dos espíritos, recrudescendo de audácia, de violência e de ferocidade contra o ideal que a nossa Aug:. Ord:. representa.

O direito sagrado do Livre Exame e a crítica livre, são combatidas com ferocidade. Diante do ferocíssimo ataque às conquistas de mais de um século, realizadas e garantidas pelas Democracias políticas, parece estar novamente em causa toda a obra da civilização. Há nações escravizadas e ocupadas militarmente em que os direitos do Homem e do Cidadão são letra morta. A pátria de Garibaldi e de Cacour não respire esmagada pela pata do fascismo.

A situação portuguesa, por demais vós a conheceis. Regressou-se aos tempos anteriores à Convenção d' Évora Monte. O delírio apostólico e autoritário desce à praça pública, entre gritos que pedem sangue, victimas, perseguições e encarceramentos.

A inspiradora de todo este movimento de repressão, a entidade que lenta, mas seguramente preparou, o momento actual é a tradicional inimiga da Liberdade - A Igreja Romana -.



É nestes momentos perturbados que melhor se sente o valor, a força, e importância da nossa Aug:. Ord... Porque é principalmente a Maçonaria que os nossos adversários visam e perseguem.

Quando nós Maç.. precisássemos para acrisolar a nossa fé no papel social da Maçonaria, de argumentos, bastava a demonstração que os nossos adversários fazem - perseguindo-nos rancorosamente, destruindo os nossos Templos, profanando as nossas COfic.., encerrando o nosso Or... CC.. e RR:. IIr...

O Cons:. da Ord.. ao tomar posse lança a todos os Maç.. o brado de em pé e à ordem!

Em pé e à órdem na defesa do Ideal Maçónico, da Liberdade, da Justiça, dos Direitos do Homem. O valor duma instituição só nas perseguições se caldeia e revigora.

Este momento há-de passar pelo esforço e auxílio de todo o Povo Maçónico.

Que todos os Maç:. da Obed:. cumpram o seu dever, juntos com um só homem na defesa do Ideal Maçónico.

O Cons.. da Grd:. promete-vos que saberá cumprir o seu.

O PRES:. DO CONS:. DA OR:. Elyseu Réculus, 32:.
O GR:. SECR:. DAS RRFL:. DE JUST:. Marat, 15:.
O GR:. SECR:. DAS RRFL:. LLIT:. F. B:. Henrique Nogueira, 33:.
O GR:. SECR:. GER:. DA ORD:. Danton, 32:.
O GR:. SECR:. GER:. DA ORD:. Democrático, 33:.

15/01/23

A MISSA REALMENTE EXTRAORDINÁRIA

Muitos de nós conhecemos sempre a Missa tal como hoje se usa por quase todo o lado! Mas, tomando a ordinariedade na Igreja Militante trata-se de um caso extraordinário quanto ao uso, uma gotícula no oceano da Igreja Católica Romana (S. Pedro e S. Paulo).

Santa Teresa de Ávila não conheceu a Missa tal como hoje se costuma? Exactamente!

Muitos tentarão justificar que é a mesmíssima, mas nenhum católico há que tivesse disto isso antes do tempo do Papa Paulo VI. O motivo é simples: foi Paulo VI quem promulgou um novo Missal onde está codificada a Missa segundo certas intenções muito em moda na segunda metade do séc. XX.

Este novo Missal é substituto da codificação da Missa até então? Não. Paulo VI não abrogou a codificação anterior, motivo pelo qual ela seguiu sendo a representante fiel da Missa do Rito Romano, até pelo menos a Bento XVI (é discutível) com a promulgação do Summorum Pontíficum Cura (Motu Próprio) em troca de com isso "negociar" a discriminação e até perseguição feita contra os Bispos, Sacerdotes e fiéis que se mantiveram junto do codificação legítima!

Como pôde acontecer que Paulo VI tivesse mandado fazer uma outra codificação, promulgá-la e não abrogar coisa alguma? Isto deve-se a que a nova codificação foi feita para casos extraordinários e não para substituir o Missal Romano legítimo, o qual é uma codificação orgânica, crescida na Igreja, evolução da mesma semente inicial que, por tradição, foi legada por Pedro Apóstolo quem teria recebido algumas instruções de Nosso Senhor. O Missal de Paulo VI não tinha como objectivo mexer no Rito Romano, mas sim criar uma forma extraordinária dele, com vista a celebrações ecuménicas.

Annibale Bugnini, coordenador da codificação do Missal de Paulo VI

Então um e outro missal não diferem apenas pela língua? Não diferem sequer na língua. O Missal de Paulo VI foi codificado e editado em latim. Posteriormente passou ao vernáculo e patrocinada a sua edição para que fosse oferecido pelo mundo fora! Aqui dá-se outra parte da confusão que veremos!

Foi a 3 de Abril de 1969 que Paulo VI promulgou o Novus Ordo Missae, com a Costituição Missale Romanum.

Como o objectivo tinha sido a criação de uma versão do Missal Romano adaptada a ocasiões ecuménicas, a equipa de peritos que contribuíram para operar a tarefa continha elementos protestantes (do lado que já não seguia o mesmo Missal Romano). O resultado: do Missal Romano remover todo e qualquer elemento que contradissesse as crenças que a Igreja condena!

Evidentemente, um Missal de onde os elementos da lex credendi são removidos em favor de crenças condenadas, não expressa a Fé católica! Eis o motivo pelo qual Paulo VI não podia ter querido fazer do movo Missal uma nova lei de oração, motivo da não abrogação! Vamos supor que assim é ou que, pelo menos, não tivesse dado conta por não ter sido o autor das alterações feitas.

Conseguir que o Papa tivesse aprovado tal projecto é quase inconcebível, não fosse o efeito estranho produzido pelo Concílio Vaticano II e a tentativa ecuménica anterior a ele que, nele foi confundida!

Haverá continuação de artigos dedicados a explicar todo este fenómeno entre a militância católica! Por agora bastou esta introdução. Seguirá um apanhado geral sobre a Missa segundo a codificação ordinária ao longo de todo o tempo da Igreja do Rito Romano!

14/01/23

BARBÁRIE COMUNISTA (X)

(continuação da IX)













(a continuar)

07/01/23

ESTATÍSTICA - CANONIZAÇÕES DE 1500 a 1880

(fonte do ano 1884)

"Desde o ano de 1500 tem sido canonizadas 96 pessoas e 320 beatificadas. Desde 416 servos de Deus, dos quais são 358 homens e 58 mulheres, 297 padeceram o martírio; 119 praticaram virtudes em grau heroico: 102 são eclesiásticos, ou simples leigos; os outros 314 pertencem a ordens religiosas, a saber: 137 Franciscanos, 90 Jesuítas, 59 Dominicanos, 19 Agostinhos, 5 Carmelitas, 5 Theatinos, 3 Trinitários, 2 Norbertinos, 2 Irmãos Hospitaleiros de S. João de Deus, 2 Oratorianos, 1 Lazarista, 1 Passionista, 1 Barnabita, 1 Redemptorista, 1 Camiliano; os outros  cinco pertencem a 5 congregações italianas.

222 são europeus; 76 são italianos, dos quais 28 santos e 48 bemaventurados; 66 espanhóis - 17 santos e 49 beatificados; 38 portugueses - 1 santo, 37 beatificados; 14 franceses - 6 santos e 8 beatificados; 13 olandeses - 12 santos e um beatificado; 5 belgas, dos quais 4 santos; 4 alemães - 2 dos quais santos; 2 polacos, dos quais 1 santo; 1 santo dinamarquês e 1 russo. 188 são naturais da Ásia, 181 japonezes, dos quais 19 santos e 162 beatificados, todos mártires; 5 da Coreia, dos quais um santo. Índio 1 santo. 7 americanos: 4 mexicanos, destes 1 santo; 3 peruanos - 1 destes santo."

Isto são números da Igreja no seu normal ritmo. Desde meados do séc. XX, por algum fenómeno que merece investigação muito séria, temos números gigantescos! O Papa João Paulo II a dado momento iniciou um período inexplicável de canonizações e beatificações (482); o Papa Bento XVI foi mais moderado com 45; o Papa Francisco já vai com 93 mais 800 (estes 800 devem-se a martírio massivo). Em suma, os últimos 3 papas batem records em canonizações e beatificações depois de alteradas as regras muito "conservadoras" para apurar as respeitantes matérias para os processos! Por outro lado, foi gradualmente introduzido um outro conceito de Santidade!

22/11/22

O AVANÇO DAS MALEITAS - MAÇONARIA

Muitos tentam buscar causas para o estado da situação... o degredo social tão avançado que está ele. As causas são as mesmas; os nossos anteriores tinham alarmado, mas a vigilância a dada altura desapareceu, os erros foram deixando de ser combatidos devidamente, o Clero baixou armas e colocou-se gradualmente como que no lado oposto, a fazer simpatias e solidariedades!

Antes de mais, um aviso necessário. Para aquilo que aqui vai seguir haverá dois tipos de notas de rodapé: as dos asteriscos são as do texto de onde transcrevemos, as numeradas são oportunos comentários hodiernos, da nossa autoria. Do nosso acervo trazemos este artigo sério, publicado em janeiro de 1893:

O réu confessa! - O Século, que defende as doutrinas maçónicas, e que é dirigido por mações, sob o título A Maçonaria em Itália, publicou há pouco o seguinte trecho, que mais uma vez desmascara a mentirosa seita cujos estatutos proíbem qualquer interferência em religião ou em política (1):

"Em Itália, como em França e outros países, onde a instituição maçónica tem notável força, os corpos directores da instituição não se limitam a fazer praticar a caridade" (é isso até o de que menos tratam) (2) "e à propaganda simples das ideias liberais. Essa propaganda fazem-na do modo mais rasgado e activo, não só dentro das lojas, em ensino aos que as frequentam, mas fora delas e intervindo poderosamente no governo do país. Assim sucede em França, onde como há tempo referimos, é muito importante a representação maçónica no parlamento, e assim se tem dado em Itália e outros países. Na Itália agora e na previsão de próxima eleição, o Grande Oriente trabalha, organizando missões às províncias, as quais começaram por Veneza, Milão, Turim, Livorno, Bolonha e Florença, onde os delegados maçons têm ido preparando o terreno para que nas próximas eleições se acentue o mais possível o predomínio das ideias mais rasgadamente democráticas, pelo triunfo eleitoral dos que, defendendo-as, se apresentem a solicitar os sufrágios populares. Esta intervenção rasgada da maçonaria italiana no próximo acto eleitoral é vivamente combatida pelos órgãos conservadores."


Não é certo termos aqui bem explicitamente o conffitentem reum?.. E ainda haverá palermas que se fiem?.. E note-se que o Século, por um restozinho e pudor quiçá, ou talvez para combinar melhor alguma insídia, ainda não disse tudo. Calou a cínica brutalidade com que os mações italianos declararam previamente a guerra aberta aos "católicos" qua taes e a impuseram previamente aos seus eleitos como condição sine qua!... Arquivemos em todo o caso...

E já que vem a propósito, vá mais isto ("o que abunda não prejudica: quod abundat non necet"):

MAIS UMA VEZ a maçonaria desmascarada! - Mons. Amand-Joseph, Bispo de Grenoble, no fim dos Exercícios do seu Clero, que há pouco tiveram lugar, proferindo um eloquente e substancioso discurso, que foi transcrito no Univers de 5 de Agosto, fez uma revelação importante - a do "programa da franco-maçonaria. aprovando na assembleia geral das lojas em Junho de 1879"; e é o seguinte:

"1º Coisas que devem fazer em França e nas partes do Norte: - Descristianizar por todos os meios, sobre tudo estrangular o Catolicismo pouco a pouco, cada ano, por meio de novas leis contra o Clero. - Chegar enfim a conseguir que se fechem todas as igrejas.
Dentro em oito anos, em virtude da instrução leiga sem Deus, ter-se-há uma geração ateia. Formar-se-há então um exército que será lançado sobre a Europa. Todos os irmãos e amigos dos países invadidos nesse ano nos auxiliarão.
O movimento será contra o Norte, por ser ali que existem ainda os mais sólidos soberanos, por terem a seu serviço fortes instituições militares. - Ter-se-há cuidado de diminuir o espírito militar desses países.
Far-se-hão tentativas de regicídio cada ano e por toda a parte, afim de que, se depois de oito anos os soberanos ainda não tiverem desaparecido, as monarquias estejam pelo menos muito enfraquecidas.
A Itália não nos deve inquietar. Ela proclamará a república quando quiser...
A Espanha é habitada por um povo fanático e amigo dos padres. Seu fanatismo reviveu com a guerra carlista. Ali, mais que em nenhuma outra parte, é mister empregar o regicídio, - desconsiderar o Clero por todos os meios - atribuir-lhe crimes, - incendiar e acusá-lo de incêndios... (*)
Tínhamos pensado em destruir os depósitos de grãos, mas é difícil. É preferível recorrer aos incêndios em Sevilha, Valência, Madrid, Barcelona, Valhadolid, Gerona.
Os membros do parlamento e das lojas devem viajar e aproveitarem-se de tudo... (**)
Os socialistas alemães e os nihilistas dizem que estabelecida uma vez a revolução social em Espanha, ali será indestructível. Os niilistas têm as melhores palavras e os melhores meios."


Eis um belo programa "concebido por mações italianos", os quais encarregaram porém os Irmãos franceses de o executarem. O que mais desejam os tais italianíssimos, é que se lhes fortaleça a obra da Itália com Roma por capital, reinando sobre o mundo pela ideia... - E quase todos os mações do mundo para isso trabalham com mais ou menos fervor. Deus porém não dorme, e se nem sempre paga ao sábado, no domingo de manhã já não deve nada a ninguém, como dizem os transtiberinos.


(*) [notas da publicação] Assim se fez haverá vinte e tantos anos com o Jesuíta P. Cuevas, notável filósofo e director d'almas, que foi acusado pelos guelhermínicos do tempo em Espanha, como incendiário das cearas, e faleceu sendo Superior das missões das ilhas Filipinas. A ideia sorriu aos irmãos dos três pontos! Vinte e trinta anos antes também tinham acusado os Jesuítas de terem envenenado as fontes em Madrid, e por esse suposto crime assassinaram então quantos puderam apanhar, que não foram poucos.
(**)De "tudo" note-se! E são estes senhores, os que atribuem a outrem a nefanda máxima de que os fins justificam os meios!..

(1) - Como é universalmente conhecido, a maçonaria não fez outra coisa que jogar no campo do Trono e do Altar!
(2) - Na verdade, a maçonaria é incapaz da prática da caridade! Assim, mais tarde optaram por "solidariedade"!
(As notas haverão de ser aumentadas)

25/08/22

ESTADO CONFESSIONAL... (I)


 Possível diálogo:

- Sem voltas, directos ao assunto: o estado é laico?

- Qual Estado?

- O Estado português!

- Hoje, existe algo geralmente designam por "estado", "estado republicano". Mas, tal "estado republicano" em Portugal é ilegítimo, sobreposto, ofensivo, agressivo a Portugal. Em suma, resulta de uma ocupação feita pelos partidários republicanos! Nada mais assustador, a república-em-Portugal diz-se laica... pretendendo mesmo assim ser estado! E em Portugal!

- Portugal é laico?

- Claro que não. Portugal não laico, não foi nem será. Portugal é um Reino cristão, hoje ocupado pela república-em-Portugal. A ocupação não fez existir um outro Portugal, tal como a enfermidade que acometeu um homem não faria existir no mesmo um outro homem. Das duas uma: ou Portugal morreu, ou Portugal foi ocupado!

- Os republicanos obrigam-nos à separação Igreja / Estado!? Qual o motivo?

- Os motivos... Em primeiro lugar, os republicanos temperaram o próprio assalto aos Tronos cristãos e tiveram por lema discreto, informal, embora muito enraizado: "contra o Trono e o Altar". Esta linha de acção e pensamento não nasce com eles; pois eles são herança do Liberalismo precedente; o Liberalismo sempre andou de mãos dadas como a Maçonaria... o seu pensamento é coincidente. Em segundo lugar, quase jurando não terem nem imporem crenças... acreditam num conjunto doutrinal pelo qual vão regendo toda a sua acção e que é notoriamente oposto à ortodoxia católica! Ora, no Reino de Portugal os princípios sempre foram os mesmos que definem e orientam a Igreja Católica Roma.

- Eles dizem "o estado é aconfessional"!

- Portanto, é falso e convém-lhes manter essa aura de neutralidade. Neutralidade falsa, ou melhor, impossível, mas que, ao ser declamada, faz muitos incautos pensar estarem perante de uma entidade justa e impecável! Esta mesma crença de "neutralidade" é uma marca liberal. Assim, a República diz nem ter confissão RELIGIOSA, para desinibir os incautos da época! Por algum motivo ela não começou por dizer que não tinha confissão, apenas! Pois uma coisa é ter confissão, outra coisa é confissão religiosa! No sentido em que o mundo republicano tem um conjunto doutrinal que levou a cabo, dizemos que a república-em-Portugal é confessional não religioso!

- Mas, um estado em condições não devia estar devidamente unido e articulado com a Igreja, como sempre tinha sido?

- Estes "estados" de hoje nem sequer são compactíveis com a doutrina constante da Igreja Católica Romana; em tempos foram apenas suportados, quando a humanidade começou a sentir que tinha caído numa teia perigosa de assalto aos Tronos etc! Sempre houve esperança de reverter esta ocupação, trazendo tudo à normalidade suficiente!

- Não tem receio de dizer estas coisas!?

- ... algum! Quando dizemos muito estas coisas, o pessoal das Lojas (etc.) até promove os movimentos republicanos mais à direita, mais conservadores, de forma a permeá-los, com o fim dos mesmos movimentos irem servindo de "esponja" das boas vozes... integrá-las, etc... até controlá-las ou anulá-las publicamente!!!

(fim da I parte)

11/08/22

A APOSTASIA NA IGREJA, O LIBERALISMO ETC... E A COMUNHÃO NA MÃO

Haveria que dar um título mais justo, é certo! Mas, para curto e conciso não ocorre melhor! Mais vale o artigo.

Recentemente, vários católicos da linha "conservadora" preocuparam-se com a negação que lhes foi feita da comunhão directa por mão do sacerdote! Não recebemos mais informação sobre o caso, por isso não se sabe se os fiéis em causa aceitaram comungar indirectamente pela sua própria mão!

Outro católico de linha liberal-conservadora, pretendendo vir em reposição da coisa em falta, muniu-se do "argumento": Em 2009, a A Congregação Para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos comunicou que receber a comunhão directamente da mão do Sacerdote é um direito; entre outras coisas acrescenta a tal "direito" "poder receber Nosso Senhor com o maior respeito possível!".

Que a Congregação tenha dito assim é muito grave. Que o referido fiel também não tenha dado por nada, é problemático!

Ora, aquilo que tem sido "padrão" na Santa Igreja não é nada disso! Ou seja, nada tem que ver com isso, é outra coisa. Vejamos.

O comungatório (mesa da comunhão) é aquela balaustrada separar e distinguir o espaço das capelas e onde os fiéis se ajoelham para comungar, sem com a própria mão tocarem na Hóstia Consagrada. Em dadas circunstâncias é usada uma toalha grande, segura por acólitos que a levam para aparar partículas consagradas que possam cair no momento da comunhão.


Hoje, recentemente, sem razão suficiente, na Igreja foram quase na totalidade removidos os comungatórios. Posteriormente disseram aos fiéis para comungar apenas em pé. Mais recentemente incentivaram os fiéis a comungar com a própria mão, assim, sem mais!

Em todas as etapas desta decadência observámos sinais hoje muito esquecidos: assim que começou a ser incentivada a comunhão indirecta (na mão) advertiu-se com rigor que não havia de ficar na pele fragmento de Hóstia Consagrada. Após a comunhão, era ver alguns fiéis adeptos da modalidade colocarem o dedo indicador na boca para humedecê-lo, abrir a mão oposta, "catar" nela cada partícula encontrada (parece não se terem lembrado de quem tem falta de visão). A patena da comunhão ainda se manteve e era purificada depois pelo Sacerdote. Eis os novos ensinamentos aos fiéis de então, pois fazia todo o sentido preservar da novidade a profanação e sacrilégio! Antes destas inovações eram outras: dificultar e proibir a comunhão de joelhos, parecendo que não mais fazia sentido estarem a comungar o Senhor dos Senhores, o Rei dos Reis! Anteriormente, a remoção dolorosa dos comungaórios, havendo nisso autênticas batalhas entre a população e o Clero local!

Deus Nosso Senhor foi desautorizado dos seus divinos direitos, gradualmente, até ao ponto do seu Corpo poder ser desrespeitado, esquecido e profanado!

Agora, os liberais-conservadores (a quem aqui chamámos sempre de "modernistas- conservadores", transferem a obrigação dos fiéis para com Deus (amá-lo sobre todas as coisas) para um direito seu: ter direito a comungar directamente das mãos CONSAGRADAS do Sacerdote!

Sempre que o Sacerdote tocava na Hóstia Consagrada não mais tocava com a ponta dos dedos o cálice ou outro objecto. Contudo, na referida decadência, os sacerdotes passaram a ignorar esse preceito grave! Assim, os cálices devem ser estreitos na parte mais alta do pé, para que possam ser facilmente agarrados na parte posterior dos dedos indicador e anelar. Hoje os cálices são adquiridos e fabricados sem qualquer juízo devidamente instruído.

19/06/22

ESCRAVIDÃO OU ESCRAVATURA?

No Brasil, tem sido omitida a palavra "escravatura" e substituída por "escravidão"; sendo que a língua demonstra-nos que uma e outra nunca significaram o mesmo. Por escravatura sempre se tinha entendido uma CONDIÇÃO SOCIAL; por escravidão sempre se tinha entendido situação MORAL! Segundo uma breve investigação por nós feita, a confusão instalou-se entre falantes no séc. XIX.

Não é de mais aproveitar trazer a luz à ignorância moderna da "contra-formação"... A escravatura é tema baralhado hoje por anterior acção propositada e aturada dos iluministas e liberais, que foram tomando gradualmente conta da sociedade, da periferia até ao centro!

Nas sociedades onde a escravatura era vista como condição social, havia escravos médicos!

"Se examinarmos as ocupações dos escravos na antiga Roma, acharemos que eles exerciam todos os mesteres e serviços, desde o de superintendente ou administrador da casa e propriedades do homem poderoso, até aos mais baixos e abjectos da cidade; desde o da aia, ou ama dos filhos do rico Senador, até à mais vil degradação, a que possa chegar a desgraça de uma mulher. Os escravos públicos puxavam pelos remos das galés do estado, ou trabalhavam nas estradas públicas. Alguns eram lictores, outros carcereiros, e verdugos; faziam a polícia e a limpeza da cidade. Enfim todo o serviço na cidade e nos campos, no trato doméstico e na agricultura, era por eles desempenhado. Muitas vezes mandavam também os senhores aplicar os seus escravos às artes e ciências, e muitos nelas se distinguiram. Virgílio teve um escravo poeta, Plauto era escravo, e Horácio filho de um escravo. Quase sempre os médicos e cirurgiões eram escravos; assim como o leitor, o amanuense, o arquitecto, o pintor, o músico, o cantor, o funâmbulo, o gladiador, o ferreiro, o sapateiro, que todos tinham senhor - até o escudeiro, ou homem de armas era escravo do seu cavaleiro. Eram escravos os banqueiros, os mercadores de grosso trato, e de retalho, e os vendilhões ambulantes; e todos eles exerciam suas profissões, quaisquer que elas fossem, em proveito de seus patrões, ou lhes pagavam uma soma convencionada. O valor dos escravos variava segundo o estado de sua saúde, sua beleza, ou do seu préstimo e conhecimentos. O trabalhador ordinário valia de vinte a trinta moedas (preço ordinário ainda hoje de um escravo boçal na América). Um bom cozinheiro era de um valor imenso; um perfeito actor não podia valer menos de seis contos de réis; um bobo, que soubesse bem o seu ofício, era barato quando custava duzentas moedas. A formosura era artigo de gosto, e o seu valor variável. Marco António deu oito contos de réis por um par de lindos mancebos; e ainda os havia de maior preço. Um ilustre gramático foi pago quase por igual quantia. Uma actriz de sofrível figura valia ainda mais, pois que o seu salário anual era mui considerável. Um médico por lei valia quarenta, mas vendia-se sempre por muito mais.
Lúculo, tendo em certa ocasião feito grande número de prisioneiros de guerra, ou vendeu a seis tostões por cabeça, talvez o menor preço porque em parte alguma do mundo, se tenha vendido um lote de homens fortes e robustos!
Quando chegará o tempo em que os nomes e as condições de Senhor e de Escravo desaparecerão inteiramente de entre os homens, todos semelhantes, todos nascidos da mesma origem, e todos obra da mesma mão soberana!?"
( semanário de tendência liberal do ano de 1838)

14/06/22

NA SERRA ALTA - GÉNEROFOBIA


"Em debates, os devotos da crença Ideologia de Género rapidamente advertem os opositores: "não, não me venha com a biologia"! Isto é equivalente ao opositor dizer "a senhora é tola, mas ignore o léxico"!

(na serra alta - José Antunes)

21/05/22

DECLARAÇÃO ASCENDENS - ENCÍCLICA FRATELLI TUTTI

 

Pelos muitos erros da nova encíclica Fratelli Tutti do Papa Francisco o blog ASCENDENS recorda e declara:

1 - Segundo o Concílio Vaticano I, no contexto da definição do dogma da Infalibilidade Papal, ficou a todos bem explícito que ao Papa, a assistência divina foi-lhe dada para GUARDAR, DEFENDER e TRANSMITIR a Fé, Moral e Costumes; pelo contrário, nenhuma autoridade lhe é dada (assistida) para nessas matérias inovar. 

(nota: voltamos a lembrar aquilo que faz vários anos explicámos; os sedevacantistas concluíam "se ao ensinar, defender, guardar errou em assunto de Fé, Moral, Costumes foi porque então não era Papa"; aflitos com uma ou outra declaração de Bento XVI, os conservadores nesse tempo diziam "se é Papa e se ensinou ou defendeu em matéria de Fé, Moral, Costumes, logo não errou". O neo-sedeprivacionista diz ou vai dizendo "se é Papa e se errou nessas matérias pronunciando-se, é porque perdeu temporariamente a jurisdição". Portanto, é altura de alertar de ir introduzindo cada vez mais os ensinamentos da Igreja quanto ao valor do Magistério, discernindo os vários casos em que o Magistério foi pronunciado desta ou  daquela maneira).

2 - A encíclica Fratelli Tutti uma vez que emite opiniões contrárias ao que na Igreja sempre foi ordinário obviamente não pode nisso representar o pensamento da Igreja. Igualmente, nem pode servir de desculpa para que agora os próprios fiéis desobedeçam a Deus e à Igreja. Assim sendo, devemos recomendar então que, sem qualquer escrúpulo se abstenham desta encíclica.

3 - Os erros contrários ao catolicismo emitidos pelo Papa Francisco são conhecidos por bastantes, mundialmente.  Parece-nos que resta aos fiéis:
a) orar pela conversão/correcção do Papa;
b) os que se sintam melhor preparados, enviar cartas que possam levar o Papa a saber e conhecer melhor a doutrina da Igreja, o pensamento da Igreja (descubra que a Verdade absoluta existe, que se torne amigo da verdade absoluta);
c) entretanto, manterem distanciamento prudencial relativamente aos ensinamentos e opiniões do Papa Francisco, não fazendo corte;
d) como legítimo superior, não esquecer a questão da obediência nas coisas que não ferirem, diminuírem ou contrariarem aquilo que Deus e a Igreja quiseram. (tema delicado)


- Por falta de conhecimentos, nada podemos garantir ou emitir a respeito daquela posição/opinião de que o argentino Jorge Mário Bergoglio nunca chegou sequer a ser validamente ordenado.

07/05/22

RECOMENDAÇÕES A RESPEITO DA SESSÃO COMEMORATIVA DOS 200 ANOS DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Neste 11 de Maio, em Portugal decorrerá uma sessão comemorativa dos 200 anos da "independência" do Brasil.


É com muito custo e pouca vontade que informamos os leitores:

tais comemorações no fundamental ferem a verdade, que nos esforçámos sempre em defender. Custa, tanto que haverá sempre almas que culpabilidade alguma têm; menos advertidas, outras são bastante pela gentileza de palavras e elegância dos encontros!

Faz anos procurámos informar este grupo brasileiro sobre o perigo de escorregar em teses do "tradicionalismo espanhol", cujos erros liberais por imperfeição em si transporta (perigo maior quando se tratam de reinos católicos diferentes cuja ocupação se deu até em épocas muito distantes). As ânsias clubísticas, activismo, imprudência, ambição, preocupação,  politiquice, etc.,  gradualmente precipitaram o aparecimento de alguns grupos em Portugal amparados naqueles! Assim, podemos talvez reconhecer no fenómeno uma mesma linha interpretativa, a qual não achamos mais tradicionalista que liberal, nascida do ferido "tradicionalismo espanhol" que se alastrou pelos próprios meios católicos (Espanha-Brasil-Portugal), sem que possamos garantir que seja ela realmente espanhola ou brasileira, certamente não é verdadeiramente portuguesa. No geral, maioria das vontades envolvidas têm mais interesse em fazer aceitar a existência de uma pseudo-monarquia adaptável, se necessário colocando maiores premissas não pragmáticas em segundo plano (inversão da ordem)! É certo que há o componente católico, inseparável destas nossas temáticas comuns.

Embora todo o discurso seja polvilhado de verdade históricas e tesouros católicos, o fundo permanece idêntico ou igual! A Causa Imperial no Brasil tem por longos anos tentado afastar a denúncia tradicionalista/"miguelista" da ilegitimidade da sua independência. Com isto não queremos dar a entender que seríamos contra uma independência do Brasil mas sim que ela não se deu realmente, tendo em conta o justo, necessário e tradicional nível de realidades!

Para melhor ilustrar, damos exemplo da posição de um dos conferencistas do referido evento. O Professor DR. Ibsen Noronha, de quem reconhecemos boas palavras adopta a lamentável opinião malabarista do poder ir do povo para o Rei... mas como isso é condenado pela Igreja e foi difundido pelos pensadores iluministas/maçonaria formulam-na assim: o poder do Povo dado ao Rei veio de Deus! Fazemos votos que nas casas de família estes pais não achem que o seu poder vem dos filhos, dado por Deus! Enfim, assim pretendem fugir à condenação de S. Pio X ao Sillon ( "Notre Charge Apostolique").

Quantos remendos para tecer um manto!? Não valeria mais dizer o que temos dito!? Dizemos que Portugal é um Reino e tem a sua monarquia (fundamentalmente igual desde o início até D. Miguel); que o Reino do Brasil não se tornou realmente independente; que devemos manter, defender, guardar de corruptelas estas e outras verdades, reconhecer a situação do catolicismo não estar tão saudável que possa sustentar hoje a desocupação do nosso Reino etc..

Sendo assim, com pena, não podemos recomendar as ditas comemorações brasileiras! Contudo, em compensação, recomendamos veementemente ter em grande conta as coisas que temos guardado e difundimos discretamente conforme nos tem sido possível!

Pedro Oliveira

STAT VERITAS SEM ÁUDIOS


STAT VERITAS é uma plataforma de católicos na argentina (um grupo) ligados à FSSPX. Faz não pouco  tempo o respectivo banco de áudios online deixou de funcionar ( http://statveritasblog.blogspot.com/p/audios.html ).

O blog ASCENDENS possui em arquivo boa parte destes áudios agora "desaparecidos", mas também quase a totalidade dos áudios mais antigos, que a página STAT VERITAS entretanto eliminou (os de origem)!

Caso nos fosse pedido pela STAT VERITAS o fornecimento de áudios, acederíamos o favor na seguinte condição: a reposição dos áudios antigos.

Não é novidade que o blog ASCENDENS tem vastos arquivos de áudios de formação e informação, os quais nunca chegou a colocar online.

24/04/22

AS CONDENAÇÕES SUPERFICIAIS E IRRESPONSÁVEIS PRÓ-NACIONALISTAS (UCRÂNIA) II

 (continuação da I parte)

II -  DUAS UCRÂNIAS OU DUAS RÚSSIAS

Os ucranianos estavam seriamente divididos em duas grandes opiniões que radicam na forma de entender a Ucrânia. Esta divisão é de tal maneira exigente que muitas famílias ucranianas têm entre si vários membros inemigados! Trata-se de considerar a Ucrânia como uma parte importante da Rússia (já os seus antigos lhe chamavam Rússia Kievana), segundo os "Pró-Rússia"; conceber a Ucrânia como um país desintegrado da Rússia (separada da Rússia Moskóvia, como diriam os seus antepassados), segundo os "Nacionalistas". Entre os nacionalistas criou-se a ideia de que cair na sua oposição significaria ser comunista ou soviético; entre os pró-Rússia criou-se a ideia de que os opositores eram nazis. Vendo bem, não é simples sair do dilema; eis o problema!

Os pró-Rússia conseguiram sempre patrocínio do lado da Rússia; os nacionalistas apoiam-se em ideias da defesa patriótica, nomeadamente o nazismo (o qual combateu o comunismo)! Os nacionalistas acabam por considerar os seus opositores ucranianos como "traidores russos"; os ucranianos pró-Rússia consideram os nacionalistas como libertinos ocidentalizados traidores às raízes.

Politicamente, os nacionalistas têm poder político vindo de grupos nazis, tais como o Batalhão de Azov e o Pravy Sektor; os pró-Rússia servem-se de vários partidos ucranianos.

É necessário repetir aos ocidentais que a divisão entre estes ucranianos é severa, séria, firme, visceral por vezes!

A 20 de Março de 2022 Zelensky, Nacionalista, aproveitou a situação "de guerra" para eliminar os seus inimigos políticos pró-Rússia (tanto de direita como de esquerda). Não adiantou aos 11 partidos afectados recorrer às naturais formas de protesto.

Crianças recebem formação nacionalista com o Batalhão de Azov; campo de férias
 

Hodiernamente a Ucrânia encontra-se nas mãos dos Nacionalistas, os quais são viscerais oponentes dos seus irmãos ucranianos "pró-Rússia"! O problema é que estes Nacionalistas no poder consideram-se os únicos ucranianos, não aceitando aqueles que consideram a Ucrânia uma unidade identitária com a Rússia! Os pró-Rússia são discretamente perseguidos de tal forma que não admiraria que em cenário de guerra civil sofram maior flagelo por mãos dos nacionalistas, nomeadamente o Batalhão de Azov, anti-Rússia e anti-comunista. As forças para-miliatares na Ucrânia são todas nacionalistas e não têm os ucranianos pró-Rússia como ucranianos; isto multiplicado pelo facto de serem batalhões armados!

Formação de crianças ucranianas no Batalhão de Azov 







 



Batalhão de Azov


"Em 2016, o Alto Comissãrio das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusou o Batalhão de Azov de violar o direito humanitário internacional. Em causa estavam acusações de ataques a edifícios civís, pilhagem, tortura e violação." (Beatriz Santos e Rita Tavares - 23 de Março de 2022 - Jornal Desacordo)


Criança ucraniana do Batalhão de Azov pede armamento para a Ucrânia (vídeo)


Em suma, ao defendermos os Nacionalistas no poder não estamos a defender a Ucrânia enquanto os nacionalistas não aceitarem como ucranianos os seus antagónicos pró-Rússia!


Colónia de férias do B. de Azov

Há talvez uma guerra civil na Ucrânia do poder nacionalista contra os ucranianos pró-Rússia! Nada mais previsível!

Quando Marcelo (Presidente da República em Portugal) disse "somos todos cranianos" não sabia que isso não é Ucrânia, mas sim "nacionalismo" ou seja "oposição aos ucranianos não nacionalistas"!

(a continuar)


23/04/22

AS CONDENAÇÕES SUPERFICIAIS E IRRESPONSÁVEIS PRÓ-NACIONALISTAS (UCRÂNIA) I

Certamente, indubitavelmente os nossos antigos ficariam aterrorizado com a forma como os seus descendentes fazem condenações irresponsáveis! Qual Inquisição... que inquiria!



I - A MIDIA QUE HOJE TEMOS É UM PERIGO!

Neste momento, finais de Abril de 2022, quem ainda não tivesse recebido notícia sobre o conflito relativo à Ucrânia ficaria sem poder entender rigorosamente coisa alguma. Não significa que muitos ou poucos que tenham acompanhado o fenómeno entendam; pois, independentemente de qual seja tal realidade ela tem sido interpretada por outra realidade: midia!

O mundo do Jornalismo tem vindo a ser formado nas universidades segundo uma extrapolação da filosofia de comunicação de Marshall McLuhan. Embora este teórico tenha feito uma reflexão bastante interessante sobre o fenómeno dos média na sociedade moderna, do seu tempo, não significa que tal deva ser tomado como proposta do que deva continuar a ser a Comunicação Social. Afinal, o que observou acaba por ser o fenómeno do modernismo aplicado à comunicação [só poucos estão aptos a perceber isto; fica para a posterioridade], ou seja, em última análise: a descolagem da uma "forma" e do seu "conteúdo", a conservação da "forma" e o afastamento/alteração/manipulação do "conteúdo". Isto é o actual, enquanto que McLuhan observou o mesmo fenómeno num estágio menos decaído, como foi dito.

M. McLuhan observou que na sociedade do seu tempo "o meio é a mensagem"; evidentemente, isto é aplicável à maioria da população por ser menos isenta, quase nada desapaixonada, pouco "científica" ou criteriosa para avaliar a "informação"! Também acrescentaríamos nós no séc. XXI: há um lado perigoso na midia, um poder enorme, não de informar mas de deformar a população! Sabemos que a midia tornou-se uma ferramenta apetecível já não só para lançamento da economia/consumo mas e muito mais para a condução política/ideológica - por fim, para a política/ideologia/economia global! É neste sentido que seria ingenuidade ou estupidez tentar subtrair da equação estes mais globais interesses!

Um pouco por todo o mundo, vemos como já nem se esconde que este e aquele grupo económico ou político, ou a própria maçonaria compram ou dirigem determinados canais de TV. Em Portugal quantos se lembram já que a RTP2, após anunciar um período de crise, fez vencedor o projecto de certa Loja Maçónica (o qual começou-lhe a dirigir a programação cultural )? [nesse tempo a própria RTP2 fez a comunicação, embora hoje não se encontre mais vestígio do acontecimento].

Faz pouco mais de 12 anos, uma jornalista recebeu material importante para poder iniciar uma investigação jornalística; recusou-se dizendo: parece-me algo muito interessante e necessário ser tratado, mas, infelizmente não vai ser assim para a Redacção à qual estou submetida; há sempre uma POLÍTICA de Radacção e tudo o que não vai nesse sentido não é considerado de interesse, disse! Disto interessa agora notar que as políticas de redacção podem estar inclinadas para uma versão do acontecimento e não do seu oposto, por exemplo.

A 1 de Março de 2022 a entidade Comunidade Europeia removeu aos ocidentais a possibilidade de acederem à informação vinda da Rússia. "A União Europeia (UE) está a bloquear todas as plataformas dos meios de comunicação estatais russos, concretamente o canal de notícias RT (Rússia Today) e a agência Sputnik na Europa. [...]Já esta manhã, também a Google comunicou que irá bloquear os canais da RT e da Sputnik no Youtube, seguindo o que o Facebook, Instagram e TikTok também fizeram." Supomos que se estas não fechassem iriam ter problemas de incompatibilidade com a imposição já feita pela entidade "Comunidade Europeia"! De notar ainda, no mesmo artigo do Expresso a remoção de contas que "publicavam ARGUMENTOS pró-Russos". Em suma, falamos de censura nos midia contra os argumentos e as políticas de redacção opostas! Factos aos quais a midia costuma incessantemente chamar "ditadura" quando se trata do lado oposto!

Alguém poderia ser levado a concluir que, de certa forma, seria melhor viver sem midia! Mas, é tão útil a quem nos governa/desgoverna que é alimentada de forma a nunca perder certa credibilidade. A midia não credível é uma midia que não interessa a quem quer poder; daqui que, como se tem constatado, uma vez por outra, conforme a medição ao pulso da opinião geral o exija, procuram rapidamente mostrar alguma isenção, operação que consiste em fazer passar por breves instantes a opinião contrária ao noticiado (coisa que não é isenção alguma). Alguém que queira desculpar a censura USA/UE dada aos cidadãos relativamente à informação vinda da Rússia, se assim se pode dizer, certamente dirá que foi para "proteger os cidadãos da campanha russa"; mas, quando a medida foi tomada apareceu como uma das medidas contra a Rússia, não em favor dos cidadãos: "Esta decisão complementa o pacote de medidas anunciadas no dia 27 de fevereiro pelo Alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, que inclui o fornecimento de armas e material militar ao exército ucraniano" (Paulo Ribeiro Pinto, 02 de Março de 2022 - Jornal de Negócios)

Alguns dias depois, a Rússia foi acusada pela midia Ocidental de proibir a desinformação nos seus próprios meios de comunicação! A midia Ocidental não conseguiria vez alguma fazer oposição às suas próprias Redacções, como é obvio! Mas, no assunto mais mediático do momento também não hão Redacções ocidentais no sentido oposto do da totalidade das outras Redacções! Esta estranha "diversidade" não estranha à maioria da população, a qual ficou gradualmente focada na "novela" diária a que vai assistindo!

A midia no Ocidente não é pró-Ucrânia, como veremos mais à frente!

Mas, o primeiro a fazer censuras sobre a sua própria midia (nacional) nem foi a Rússia como resposta à censura que a UE fez aos cidadãos relativamente aos meios russos; o líder nacionalista Zelensky em Fevereiro de 2022 impôs sanções a canais de TV de tendência pró-russa. Posteriormente, nos finais de Março "Zelenski também assinou, no domingo, um decreto para agrupar todos os canais TV do país em uma única plataforma. Segundo a agência Reuters, ele disse que, sob a lei marcial, era importante manter uma política unificada de informações. O presidente usa um eufemismo para se referir ao que, na prática, será uma forma de censurar o conteúdo produzido pelas emissoras." (20 de Março - Folha de S.Paulo)

(continuação, parte II)

27/03/22

O MASTIGÓFORO - Opinião Pública

Muito bem aparecida seja esta Soberana do mundo, que assim lhe chamam os Pedreiros, os quais todavia não podem ignorar, que se esta Majestade é muitas vezes respeitável, nem por isso deixará de ser outras tantas desprezível. Não me venham por aí à mão dom esta Soberana incorruptível inexorável, e inflexível, que lhe deito à cara o doutor Montesquieu, não se pejando de asseverar que o público de Roma gostava das próprias tontices e furores dos Neros, e dos Commodos, e que não lhes faltando pão, e os Circenses, tudo ia conforme a opinião pública! Coitadinha desta pobre, que muito falso testemunho há levado depois que o mundo é mundo!! Seria mais fácil contar as areias do mar, que a infinitude de aleives impingidos a esta Soberana!! Eu prescindirei agora dos testemunhos velhos, hei-de insistir nos mais novos, e mais fresquinhos, que a dizermos a verdade, são os mais bonitos e merecedores da aceitação geral, e o mais é que estes hão-de marchar ao nível da opinião pública. Ainda não há muitos dias, que passei pelos olhos a produção de O Meara sobre o homem grande, o homem montanha que deu a ossada na ilha de Santa Helena para confusão dos soberbos e dos Pedreiros seus aliados, vulgo Bonaparte; não me interessou muito o relatório das gengivas inchadas, nem das perrices de um homem, que ainda esperava esperava as honras de Imperador, quando em todo o caso era o Governador Hudson Lowe um instrumento da Providência, que ainda neste mundo vingava por mãos de um Inglês os horrores praticados com outro Inglês (o Capitão Wrighth) porém o que me pareceu mais curioso e engraçado foi o sossego e paz de consciência, que ele afectava mostrar, e o seu estribilho ordinário era sempre este: seguir a opinião pública!! E sem mais tirte nem guarte aqui temos a opinião pública bafejando o desastroso fim de Pichegru, acalentando a invasão de Portugal, e favoneando o maior de todos os crimes desse malvado, qual foi o espingardamento de um Príncipe da Casa de Borbon, e de um descendente do Herói Condé!! Outros que tais foram os nossos Pedreiros, que deram na fina de chamarem opinião pública de todo o arresto, que dimanava das suas Lojas.

Fazedores da opinião pública

Debaixo deste princípio foi aresto da opinião pública esse horroroso atentado contra a Soberania legítima, que se perpetuou em 1820, foi opinião pública o desastroso influxo das baionetas, que se elas não lhe acudissem era impraticável, que medrasse o tal representativo; foi opinião pública a extinção do Tribunal do Santo Ofício, por quem ainda hoje clama, e brada a maioria dos Portugueses, justamente espavoridos de tanto insulto como se está fazendo À Santa Religião de nossos Pais; foi opinião pública a extinção da Patriarcal, porque os filhos, e irmãos dos beneméritos da pátria não podiam lá meter bico, foi opinião pública a que fez Deputados às Cortes esses mesmos de que em um homem de juízo faria os seus negócios, ainda os de menos importância; foi a opinião pública a que os firmou de tal guisa em seus usurpados tronos, que bastou um zéfiro para os deitar no chão!! Há pérfidos! O vosso destino actual oferece-me a mais exacta definição do que eu pretendo aclarar. Guerra às ideias maçónicas; eis aqui a verdadeira opinião pública felizmente arreigada de tal maneira, que pelo jeito, que as coisas levam, penso que não tardará muito que o nome de Pedreiro Livre substitua as vezes de dois nomes pavorosos, um para a infância, outro para a idade adulta. Estão as coisas dispostas para que brevemente quando as mães queiram meter medo aos seus filhos ponham de parte o já rançoso papão, e lhes digam olha que vem aí um Pedreiro Livre, e o que é mais notável, parece-me que em vez desse praguedo abominável abominável, em que muita gente desafoga a sua ira havemos de ter em campo o Valha-te a ceita dos Pedreiros livres, ainda que eu nesta parte não seguirei a opinião pública visto parecer-me, que deste modo fica a praga moderna mil vezes mais terrível do que a antiga valha-te cem mil demónios. E cuidará talvez algum dos meus leitores que me estou divertindo? Não estou não... e os Pedreiros hão-de sentir o que vale, e o que pode o irresistível Decreto da opinião pública, lavrado contra eles por todo o Povo Lusitano em Junho de 1823, servindo-lhe de apoio e de garante o Sereníssimo Senhor D. Miguel.

(Índice da obra)

25/07/21

MAIS UM PROJECTO ASCENDENS

Caros leitores, 

o blog ASCENDENS, além da riquíssima biblioteca portuguesa antiga, que dispôs aos leitores, tem também uma colecção única de áudio de conferências, aulas, audio-livros tradicionalistas. Estamos a ponderar colocar ao vosso serviço este material sonoro que, em grande parte foi extinto pelo desaparecimento de rádios e entidades antes ligadas à FSSPX, hoje desaparecidas por discordantes posicionamentos. Ou seja, todo o material foi recolhido em tempos autorizados (é o caso da saudosa Radio Conviccíon).

Por não terem notícias nossas... não morremos!

Até breve!

14/10/20

DIVIDIDOS PELAS CANONIZAÇÕES

Bento XIV

Faz anos, no facebook houve uma pequena mas significativa conversa entre o responsável do blog ASCENDENS e um senhor que entretanto estava a descobrir o lado de cá da Tradição da Igreja, digamos. Homem honesto intelectualmente, o que certamente lhe permitiu chegar ao caminho da Verdade. A conversa foi da canonização da Madre Teresa, à qual ele defendia como santa canonizada. Infelizmente, depois de cuidadosa e demoradamente concordadas as premissas do assunto o senhor não quis fazer o juízo.

Depois de algum tempo publicámos aqui um artigo para abrir uma série deles sobre o fenómeno em torno das canonizações recentes e sua natureza. Este primeiro artigo foi publicado mas, por afazeres não houve ainda continuidade. O artigo está feito com base num estudo realizado por um conhecido padre, do qual por justiça havemos de dar o nome depois.

Afinal, as canonizações são ou não válidas? Visto que há canonizados recentes que não satisfazem às exigências anteriores. Quanto a isto, pela experiência de uma década podemos dizer que há divisões entre aqueles que se dizem tradicionalistas. Ora, isto não é assunto pouco grave.

SEDEVACANTISTAS

Para estes o problema existe dependendo desde quando consideram vacante o Trono de S. Pedro. Por mais estranho que pareça, existe hoje uma categoria de sedevacantistas desprezados pelos das outras categorias que são aqueles que passaram a considerar a vacância desde o momento da eleição do Papa Francisco. Sobre estes não temos as informações aqui para o assunto. Quanto aos outros, os quais consideram a vacância desde Paulo VI ou João XXIII o problema das canonizações recentes não se coloca sequer "não eram papas, logo não houve canonizações".

SELECTIVOS

O nome teve de ser dado por nós, pois parece não haver quem lhe tenha dado algum. Os selectivos aceitam a autoridade papal de Francisco, Bento XVI, João Paulo II etc., contudo recusam-se dar culto aos que consideram não canonizáveis. Ou seja, fazem uma selecção dentro da lista de canonizações.

SEDEPRIVACIONISTAS

Os sedeprivacionistas consideram que o Poder Papal está em parte congelado, ou seja, que os Papas durante a crise ficam com o poder limitado, não sendo assistido para ensinar ou governar nos assuntos da Fé e da Moral. Sendo assim, também não nas canonizações.

OFICIALISTAS

Estes são o comum dos nossos tempos. Não colocam entraves às recentes canonizações, contudo aceitam também a "descanonização" de santos antigos, como foi o caso de S. Jorge.

PRUDENCIAIS

Também é nome dado por nós e é a nossa opinião. É um posicionamento prático e moral, principalmente. Reconhecendo ou não tendo certezas quanto ao Papa, recusam-se a achar inequívocas as novas canonizações quanto ao novo conceito de santidade e quanto à redução das regras e procedimentos rigorosos que a Igreja tinha vindo a apurar ao longo de séculos; ou pelo menos recusam-se prudencialmente enquanto a Igreja Militante não tenha forma de desambiguar verdadeiramente a situação. Trata-se de considerar que há dois tipos de requisitos prévios que faltam para que a canonização possa realmente acontecer, portanto.

Infelizmente, é necessário alertar os leitores que os católicos são OBRIGADOS a prestar culto público aos canonizados. Tal não é facultativo.

"Aquele que ousasse afirmar que o Sumo Pontífice teria errado nesta ou naquela canonização, e que este ou aquele santo por ele canonizado não deveria ser honrado com culto de dulia, qualificaríamos, se não como herege, entretanto como temerário, causador de escândalo a toda a Igreja, como injuriador dos santos, favorecedor dos hereges que negam a autoridade da Igreja na canonização dos santos, como tendo sabor de heresia, uma vez que ele abriria caminho para que os infiéis ridicularizassem os fiéis, como defensor de uma preposição errónea e como sujeito a penas gravíssimas."

DE SERVORUM DEI BEATIFICATIONE - Bento XIV

12/09/20

DECLARAÇÃO ASCENDENS - O GRUPO "AÇÃO ORLEANISTA"

 


Faz mais de um ano, têm-nos chegado ao conhecimento inúmeros erros de gravidade vária e difundidos pelo grupo "Ação Orleanista" formado no Brasil.

Seria fastidioso enumerar tudo, erros que pela qualidade contrastam com algo a que se quisesse dar o distintivo de "tradicionalista", "católico" e "monárquico", como pretende. Desde o pressuposto modernista à desonestidade intelectual verificada, notámos também o demasiado interesse corporativo/político colocado sobre todos os intentos; ambição que também em Portugal lamentavelmente outros tentaram e já reprimimos.

À imagem de outros grupos modernistas-conservadores, que dependem do epíteto de "tradicionalista" para garante de certa fatia de "mercado" político, o grupo "Ação Orleanista" na pratica também recusa a tradição Lusa, mas baseia-se nas produções literárias da hispanidad militante, de certa forma acompanha a marcha da associação cultural "Causa Tradicionalista" (da qual já aqui tínhamos feito aviso).

Cabe ainda alertar para algo que sempre temos por cá testemunhado durante mais de uma década: o panorama tradicionalista está cada vez mais reduzido e delimitado por um crescente falso tradicionalismo bastante activista, que não é mais que corrupção dentro de portas. Aumentou a quantidade por venda da qualidade. Por todo o lado crescem estes grupos que desgastam o que custou tanto proteger aos tradicionalistas.

Cabe-nos avisar claramente:

- tal grupo não é nem sequer saberia ser anti-liberal, anti-maçónico ou anti-modernista, por mais água-benta que deite sobre si mesmo.

- dá credibilidade a fontes maçónicas e descarta as fontes contrárias insuspeitas.

- o grupo silencia indicações e correcções, em vez de considerá-las seriamente, ou corrigir-se, ou refutar.

- poderia ser captada boa gente para o verdadeiro tradicionalismo, mas então são captados ou ficam nos erros deste grupo. Para essas pessoas a nossa especial simpatia e desejo de melhor porto.

Muito pode ser dito, mas por agora é tudo.

Do responsável do blog ASCENDENS
Pedro Oliveira

17/08/20

A VIOLAÇÃO DA IDENTIDADE


Com o "enriquecimento cultural" prometido pelos que têm desgovernado a Europa a população de então reagiu das mais diversas formas que pôde, dentro dos limites da "paz armada".

Como uma das características da recente invasão da Europa é rácica, os mauzinhos apenas rebaixam o descontentamento da população a "racismo".

Eis que as "santas" da Grande Loja Feminina (EM) "de" Portugal quer também pintar o problema da invasão passiva, fazem soar que condenam esse desconforto dos portugueses chamando-lhes "racistas".

Estamos perante um como que marxismo, em que as "santas" procuram uma luta rácica contra a população portuguesa, em detrimento do silenciamento da população e canonização da invasão. Evidentemente, o sistema que em Portugal a mesma maçonaria/carbonária "implantou" NÃO concorrerá em benefício dos portugueses.

As declarações racistas contra os portugueses emitidas pela deputada Joacine Moreira despertaram revolta na população portuguesa em geral; população que sabe que sofreria consequências "legais" caso se manifestasse a respeito de tais declarações, uma vez que a deputada é negra e se dirigiu contra aqueles a quem chamou de "brancos". Terá sido a gota de água; agrupamentos discretos de portugueses surgiram então, sendo um deles chamado "Nova Ordem de Avis - Resistência Nacional", grupo não proclamado pela república-em-Portugal e que tem como finalidade reagir e agir contra a invasão e ataques etc.. (desconhecemos quase por completo este tipo de novos grupos de reacção contra a ditadura-diluída).

A maçonaria é mãe da república, as "santas" falaram segundo a ideologia que lhes foi incutida na loja; o "Ministério Público" censurou um e-mail enviado por aquele grupo discreto e prometeu fazer-lhe perseguição; eis que o e-mail enviado à deputada racista dava-lhe 48h para abandonar Portugal.

A invasão passiva vai-se consolidando por todo o mundo, principalmente a Europa. As soberanias desaparecem gradualmente, a identidade está violada.

Nota: este blog não tem relação alguma as entidades ou pessoas referidas.
Notícia: o observador "Racismo: grande Loja Feminina ..."

13/08/20

DUVIDAS DE LEITORES - MONARQUIA HOJE?


(artigo inacabado recuperado dos rascunhos)

Uns menos atentos leitores do blog ASCENDENS comunicaram em seus meios (redes sociais) que queríamos fazer um restauro do "absolutismo". Ora, não se encontra nem encontrou aqui texto algum promotor do "absolutismo".

Na semana passada, apareceu-me um vacinado contra a "tentativa da implantação do absolutismo em Portugal", qual perigo de revolução (não riam... pois há em Portugal club onde foi dada grande prioridade ao combate contra o "absolutismo em Portugal" - flagelo que arruína a banca, fragmenta famílias, agrava o aquecimento global, maltrata viúvas, sabe-se lá ...). Teve o meu interlocutor a sorte de ouvir-me com atenção e reflectiu desapaixonadamente; já saiu do ciclo dos absolutamente enganados.

O diálogo é criado para o efeito:

Leitor - Porque querem implantar hoje o absolutismo?
Ascendens - Não queremos.

Leitor - Mas querem um restauro da Monarquia?
Ascendens - De certa maneira pode dizer-se que a Monarquia Portuguesa pode ser restaurada; mas no fundo convirá dizer "liberta" ou "desocupada". Portugal É uma Monarquia, agora ESTÁ ocupado com uma república. Temos o dever de devolver Portugal ao seu estado natural e saudável.
A Monarquia verdadeira aquela que tivemos até 1834 é praticável, ou melhor, muitíssimo praticável, mas impossível sem uma sociedade verdadeiramente católica bem doutrinada e de pensamento verdadeiramente católico (na tradição católica - civilização). Por isso, preferimos centrar as forças na conversão das almas e em manter a pureza da Fé que fazer maquilhagens institucionais. A nossa verdadeira monarquia sairia da catacumba. Sabemos que o conceito original de "absolutismo" não é sério, é problemático o uso que se lhe tem dado. Se aceitamos por vezes ser chamados de "absolutistas" é somente no contexto em que também os nossos antigos portugueses anti-liberais, anti-maçónicos, amigos da doutrina tradicional o fizeram.

Leitor - Mas hoje sendo Portugal uma república não faria depois sentido voltar à Monarquia. Não?
Ascendens - Na verdade Portugal não é uma República; é Monarquia. Felizmente temos na nossa língua a diferenciação entre ESTAR e SER, o que nos permite ter estrutura de pensamento para realidades que outras línguas não tocam tão facilmente. Portugal é uma Monarquia, ocupada por uma república, e um monte de outras tantas coisas que ofendem Portugal, e os portugueses.

(incompleto)

06/08/20

EM DEFESA DA FRANÇA

aviso a leitores:
entendemos o "modernismo" tal como ele é, ontologicamente; lamentamos e repudiamos aquele confuso e falso conceito que se tem vindo a formar que é concebido-pelo-conjuto-de-impressões-recebidas-de-qualquer-grupo-ao-qual-se-quer-dar-nome-de-"modernista"; este mesmo mau conceito é ele já impregnado de modernismo).
Este artigo foi iniciado em tempos do incêndio em Notre Dame de Paris, mas só agora sai a público.



Clovis rei dos francos

UMA NOTA SOBRE "MODERNISMO"

O Modernismo é grande afronta à ontologia, pois, relativamente ao SER implicar ou ignorância, ou negação, ou desprezo etc.; isto mesmo concorre contra o próprio objecto da ontologia: o SER; qual negação/violência dificulta tomar também verdadeiramente e com profundidade as próprias verdades de Fé. Sempre temos vindo a mostrar a importância de entender bem o problema desde o âmago.

Ora, campeão da alertar para tal gravidade o blog ASCENDENS não quer também eximir-se de livrar de erros semelhantes aqueles que vão "ajuizar" os REINOS (lembrar que os reinos são muito mais que nações; "nação" é designação que tem por base o lugar de nascimento).


A FRANÇA EXISTE

Eis que acaba de deflagrar o terrível incêndio em Notre Dame de Paris, símbolo da França. Por isto, muitos católicos afirmam "a França católica já não existe". O presidente dos USA afirmou até "Paris não existe mais; não há Paris". Infelizmente, por falta do necessário tacto, este tipo de afirmações não literais é por muitos tomado literalmente.

Existe a França, não há outra, e ela está ocupada! Em defesa da França viemos.

Depois do Império (Sacro Império - equivale de certa forma à Alemanha), a França É (atender ao verbo SER) o primeiro Reino, filha primogénita da Igreja. Esta É (atender ao verbo SER) a França,  e não há nem houve outra. Deus criou/fundou os Reinos Católicos (europeus) que por isso têm essência própria.

A existência da França coloca-se ao nível do SER. Contudo, a França, necessariamente católica, ESTÁ (atender ao verbo ESTAR) hoje ocupada! A França É, mas ESTÁ!

A confusão que hoje se faz  entre SER e ESTAR poucas línguas não a permitem ou facilitam, como é o caso da portuguesa e da espanhola. Esta distinção é NECESSÁRIA, e obrigatória ao católico, pois é parte do pensamento católico, evita grandes confusões e perigosas conclusões em assuntos de absoluta necessidade. A estruturação do pensamento e a boa compreensão requerem atenção à distinção em causa.

A França é católica sim, é a "filha primogénita da Igreja", mas a sua sociedade está de tal forma evadida com erros cravados pela maçonaria durante séculos que parecerá talvez que dela não resta coisa alguma. Desta aparência é que alguns falam ao dizer "a França católica não existe", coisa que não poderia ser levado à letra, como já ficou explicado!

O ataque à Filha Primogénita implica uma resposta de defesa pela parte das outras filhas e filhos da Igreja: os restantes Reinos Católicos (os quais estão mais ou menos ocupados também).

Como chegaram as coisas a este estado de ocupação? Não deveria Deus enviar maiores imunidades à Filha Primogénita? A maior parte dos tradicionalistas de língua espanhola faz mais de um século diz que França é a primogénita apenas por idade, mas que traiu (dizem que Luís XIV negou à França o que Nossa Senhora lhe pediu); dizem também que, a Espanha se tornou a "filha predileta da Igreja" (título que aplicam a si mesmos). Enquanto isto, o inimigo avançou e as coisas estão hoje como estão.

Haverá dúvidas que a Cristandade é aquela que está a ser realmente atacada?


PORTUGAL

Portugal mereceu da parte da Igreja também consideração especial várias vezes.

Pio XII mencionou os nossos antepassados Suevos (com o rei Requiário) como fundadores em Portugal do primeiro reino cristão da orbe latina, anos antes de Clovis dos francos. Este reino suevo veio a ser politicamente desmembrado pelo inimigo mas seus descendentes/população foram base do futuro povo português. (...)

(o artigo foi interrompido aqui)

03/08/20

ESPANHA EM CHAMAS



Indícios de fogo posto na espanhola igreja de São Martinho, em Placência



Antes em França, agora em Espanha.

Não esperemos que as "autoridades" locais passem a preocupar-se mais com a CAUSA que com somente aspecto "cultural". As autoridades religiosas... talvez estejam entretidas em colaborar com as civis = o mesmo método trará o mesmo tipo de resultado!

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