17/02/15

CONTRA-MINA Nº 8: Os Maçons Financeiros (IV)

(continuação da III parte)

Foi necessário aos Jacobinos, e Maçons o dinheiro de metal para os fins seguintes:

1º - Comprar o Exército, e por isso começaram em 1790 por lhe dobrarem o soldo. Os Exércitos são os defensores naturais dos Reis, e das Monarquias. A maior parte da Oficialidade era sinceramente Realista, e bem o mostrou na emigração, por isso foi necessário espalhar grossas somas entre os Oficiais inferiores, para que estes desencaminhassem os Soldados, e assim mesmo custou muito a pervertê-los, o que ainda tractareis mais difusamente, quando me suceda falar no Exército Português;

2º - Assalariar os indivíduos, a quem a fome escaldava os cérebros, e fazia gritar sem tom, nem som pela igualdade, e que diariamente concorriam nas lojas, e clubs, para assim o dizer de capa em colo, e de barriga aventureira. Ora uns destes eram destinados para corromper o povo miudo, já da Capital, já das Províncias, e por isso careciam de seu trem, e aparato, e que nada lhes faltasse para desempenharem as suas comissões à vontade dos seus constituintes;

3º -  Para se dar um tanto por dia aos gritadores das galerias, e aos bandos armados, que vagavam pelas ruas de París, e por todos os Departamentos à caça dos Nobres, e dos Padres, e para outras comissões do mesmo jaez;

4º - Para semear a discórdia entre as Potências, que se tinham aliado contra a França, compras de Generais, de Ministros de Estado, já para ajudarem a Revolução, já para dormitarem nos seus respectivos empregos;

Propriedade privada do Banco privado Reserva Federal
5º - Para abonarem as grandes despesas da Propaganda Revolucionária, que tinha o seu sito principal nas Côrtes, e Cidades mais populosas, e Universidades, onde espalhava as suas doutrinas, e promovia o azedume dos Povos contra os Reis. N. B. Foge-me aqui da pena o emissário Barbanção, que se degolou em Lisboa com a navalha de barba, e outro de marca maior, o que escapou aos malsins do Intendente Pina Manique, de industria das pessoas, que menos o deviam proteger; e até me foge o Negociante Alemão da calçada de Coimbra, onde se alistaram Pedreiros Livres alguns Estudantes, que assim o têm consignado em letra bem redonda;

6º - Para satisfazerem as avultadíssimas somas prometidas aos Regicidas; pois que foi esta uma das primordiais aplicações do dinheiro Francês, colhe-se a posteriori de morte violenta de Gustavo III Rei da Suécia, e de outros que fizeram menos estrepitosamente, quero dizer, com veneno, de que por ora bastará somente pôr o ramo em Viena de Áustria, e na Pessoa do Imperador Leopoldo; e caso houvesse neste particular a mais leve hesitação, o sobredito relatório do Ministro St. Just é capaz de abrir os olhos a quem os não quiser ter fechados inteiramente à Luz: "O dinheiro mais bem empregado é o que se destina para nos desfazermos dos tiranos, e restituirmos ao Povo o direito imprescriptível de escolher quem os governe.".

Por mais espantoso, e horrível que tudo isto pareça aos meus Leitores, devem saber, que não se limitou somente ao que deixo expendido a insaciável cobiça que atormentava os rebeldes Franceses [um rebelde francês não é já um verdadeiro francês]. Bem sabem eles o poder dessa arma, que tem ganhado muitas batalhas, e rendido muitas praças, (que já dizia um bom entendedor antigo, que nenhuma era inconquistável, quando lá pudesse entrar um jumento carregado de ouro) e por isso tentando eles nada menos que republicanizar o mundo, forçosamente haviam de extorquir para este fim todas as riquezas Nacionais. De muito lhes entendiam à maneira de um antigo tirano, que estendia as suas victimas sobre um leito de ferro, mutilando umas, e deslocando os ossos a outras, para chegarem à perfeita igualdade, (e assim lho deitou na cara um ilustre Preopinante Mr. Vergignaud) e daqui veio que um certo Jan Fernandes, ou Cambon, Presidente do Tesouro Nacional de França, blasonava de cunhar moeda nas praças, onde se arvorara a Guilhotina, e que estas praças faziam as vezes de Casas da Moeda, onde as cabeças dos ricos eram outras tantas barras de prata.

(continuação, V parte)

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