18/02/15

A CONTRA-MINA Nº 8: Os Maçons Financeiros (V)

(continuação da IV parte)

D. Miguel, o Tradicionalista.
Aqui têm os meus Leitores qual seja o destino do ouro e prata naquelas infelicíssimas Nações, onde chegam a dominar os Financeiros Mações. O dinheiro de Espanha veio comprar os Maçons Portugueses, para fazerem quanto antes a primeira Revolução moderna da Cidade já antiga, e bem conhecida por estas manhas. O de Portugal teve um semelhante destino; e se hoje estivesse recolhido no Erário de Lisboa, o que saiu deste Reino, a fim de suplantar o Colosso Anti-maçónico, ou se figura o Senhor D. MIGUEL I, teríamos agora com que pagar em dia a todas as Repartições Civis, Militares, e Literárias deste Reino.

Para último e cabal desengano de qual tem sido, e costuma ser aplicação de Finanças, governadas por Maçons, ou Jacobinos, basta dizer, que já circula na Polónia o dinheiro apanhado pelos Franceses em Argel; e o próprio, a quem se deveu a Conquista mais importante para a humanidade, e que fez o que não puderam fazer Carlos V, e Luís XIV, quero dizer o novo Cipião, ou Marechal Bourmont, vive desterrado da Pátria, que ele honrou, e acreditou em extremo: e quem sabe se ele carecerá até do mais necessário para a vida!!

E que depressa esqueceram os insurgentes Polacos a boa lição, que num dos arrabaldes de Varsóvia lhes deu o General Souwarow em 1794? Deu-lha em quatro horas, e sem lhe custar muito; e a casta dos Souwarows não findou na Rússia. A sua Ordem geral ao Exército era "Stupai i be" em Russo, que vem a dizer pouco mais ou menos em Português "Adiante, e a matar" que deve ser nas actuais circunstâncias o grito geral da Europa contra os rebeldes e ...... Ai que aí se levanta contra mim a venerável Seita dos Moderados [são os constitucionais, porque usam o argumento de que o Rei não tem poder limitado e assim poderem alterar a Monarquia no seu mais profundo] (tão daninha e prejudicial aos Reis, e à crença verdadeira, como a dos Maçons) e me lança em rosto que sendo eu Ministro de um Deus de paz, advogo a causa do chamado por ele o Carniceiro de Varsóvia, e não respiro se não morte, e carnagem..... Concedo totum, nem eu quero desfazer em palavras tão honrosas. Sei o que digo..... e ao querer a destruição total da Maçonaria, conformo-me com as preces da Santa igreja, que sendo como é a verdadeira Mestra da Caridade, assim mesmo pede mais de uma vez, durante o Sacrifício dos seus Altares, que a mão direita do Todo Poderoso humilhe, prostre, e aniquile a soberba dos hereges..... e que hereges há, ou tem havido, que mais danosos fossem para a Religião, e para o Estado, do que os Pedreiros Livres? Quanto eu tivesse a eloqu~encia, e a virtude de meu Pai S. Bernardo, não julgaria ofender, nem ainda levemente, a caridade, e até folgaria muito de prégar uma Cruzada contra as Luzes do Século, muito piores que a barbaridade Maometana, ou contra os Pedreiros Livres, em comparação dos quais a Soldadesca de Omar, ou do Saladino, ou de Maomé II, era uma boa gente.

Colégio do Espírito Santo em Coimbra
9 de Maneiro de 1831

Fr. Fortunato de S. Boaventura.

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