AO AUTOR DAS EXCELÊNCIAS DE PORTUGAL
SONETO
De Dom Francisco Manuel de Mello
Quando envolto nos míseros cuidados
De Portugal o Reino se lamenta,
Quando a fortuna desigual intenta
Mentir-lhe glórias, e usurpar-lhe estados;
Vossa pena com termos levantados
Excelências da pátria representa,
Com que por vossa pena a pátria aumenta
Méritos nas desgraças sepultados.
Acção, que eternamente celebrada
Será, porque com alta providência
Hoje fazeis a lástima oportuna;
Pois ficando na perda acreditada,
Veja o mundo que há sido esta excelência
A razão principal desta fortuna.
De Portugal o Reino se lamenta,
Quando a fortuna desigual intenta
Mentir-lhe glórias, e usurpar-lhe estados;
Vossa pena com termos levantados
Excelências da pátria representa,
Com que por vossa pena a pátria aumenta
Méritos nas desgraças sepultados.
Acção, que eternamente celebrada
Será, porque com alta providência
Hoje fazeis a lástima oportuna;
Pois ficando na perda acreditada,
Veja o mundo que há sido esta excelência
A razão principal desta fortuna.
SONETO
De Sebastião da Costa, ao mesmo.
Em vós a si se vence a natureza
Prodígio seu, por termos mais que humanos,
Pois com a prudência excedeis os anos,
Com o engenho admirais a subtileza.
Mais vos deve a origem portuguesa,
Que a seus primeiros Gregos, e Romanos,
Que a grandeza de antigos Lusitanos
Hoje escrita por vós é mais grandeza.
Tão heróicas virtudes, quão pequena
Parte do mundo encerra, que ainda aspira
A Monarquia de um ao outro pólo.
Para escrever-vos deu Tácio a pena,
Para cantar as musas vos dão lira,
Mas que muito se sois filho de Apolo?
(continuação, V parte)
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