Confusão interminável dos auto-tradicionalistas |
Ultimamente tenho assistido ao desgoverno entre alguns dos que se dizem "tradicionalistas". Este fenómeno que verifico dá-se apenas na América do Sul onde tem crescido e tem formado como que um batalhão à parte. O problema é que se dizem "tradicionalistas" e ao serem tidos como tal mancham o "tradicionalismo".
Tenho vindo a alertar para o crescimento de erros gravíssimos a respeito da obediência. Ora estas pessoas de quem falo, que aqui passarei a chamar "auto-tradicionalistas" apenas por ter como designar, não só costumam ter uma estranha noção de "obediência" como andam hierarquicamente tão desagarrados. Um dos efeitos tem sido o uso dos temas doutrinais já desgarrados da Tradição e ao sabor das emoções e pensamentos do "grupo" amorfo que formam.
Tenho vindo a alertar para o crescimento de erros gravíssimos a respeito da obediência. Ora estas pessoas de quem falo, que aqui passarei a chamar "auto-tradicionalistas" apenas por ter como designar, não só costumam ter uma estranha noção de "obediência" como andam hierarquicamente tão desagarrados. Um dos efeitos tem sido o uso dos temas doutrinais já desgarrados da Tradição e ao sabor das emoções e pensamentos do "grupo" amorfo que formam.
Ainda hoje, antes de decidir escrever, um senhor brasileiro tinha lançado um desafio para "debate". Colocou duas fotos lado a lado, uma com a missa tradicional e outra com a nova missa onde se via umas bailarinas dançando. Associou nomes de amigos que defendiam a missa tradicional à foto da missa tradicional e colocou o nome de outros amigos e conhecidos defensores da missa nova na outra foto. A provocação estava lançada, e esperava-se assim que algum "modernista" se atrevesse a comentar para levar com um enxerto de pancada. Sim, porque verifiquei depois que a intenção não era debater, era unicamente a de atrair os "modernistas" que pensavam ser aquele um momento de debate (diálogo).
Esta atitude cobarde, não é católica, logo não é tradicionalista. Estes "auto-tradicionalistas" com a boca dizem uma coisa, mas em actitude dizem o contrário: dizem com a boca "eu sou tradicionalista", mas com as acções mostram que são liberais ou talvez até modernistas. É lícito criar oportunidades para explicar ou dar a conhecer a boa doutrina, isto sem ter que enganar as pessoas. Não é bom que se criem situações para atrair as pessoas à humilhação, à irritação, enfim ao pecado. Tal meio é um mau meio e não pode ser desculpado com um suposto bem final (suposto..porque é suposto...).
Há minutos, o tal brasileiro auto-tradicionalista ameaçava os "modernistas" que tinham defendido uma das imagens que ele difundiu (má armadilha), a imagem da missa nova. Dizia-lhe que se excluíssem dos contactos dele senão teria de ele mesmo os excluir. Chamava-lhes hereges, dizia-lhe que não queria hereges em volta dele. Pobre senhor, vestir a pele de ovelha no fim de ter feito o papel de lobo.
Eis que resolvi colocar um pouco de ordem naquela pouca vergonha. Já que ele ameaçava os modernistas, a quem chamava hereges, perguntei-lhe se sabia definir "modernismo". Claro que não sabia, claro que não disse que não sabia... mandou-me ler a Pascendi, como se a ignorância se tratasse com o mandar ler aos outros. Disse-lhe que a Pascendi não tem a definição de "modernismo", perguntei-lhe de novo se sabia explicar o que é o modernismo... Isto durou até que eu fui banido dos contactos do senhor. Não sei se me considera um "modernista".
Eis o meu último comentário no tal "diálogo": "o senhor está moralmente obrigado a dar uma definição de "modernismo" porque acusa os outros de modernistas e lhes coloca sanções, contudo não sabe o que é "modernismo" ...."
Bem... as história tem mais contornos, mas parece-me que o que conto é suficiente, e veio a calhar estar a tratar também o tema do fundamentalismo e da obediência...
Assim andam os desgovernados auto-tradicionalistas... o fenómeno cresceu... esperemos que acabe...
Esta atitude cobarde, não é católica, logo não é tradicionalista. Estes "auto-tradicionalistas" com a boca dizem uma coisa, mas em actitude dizem o contrário: dizem com a boca "eu sou tradicionalista", mas com as acções mostram que são liberais ou talvez até modernistas. É lícito criar oportunidades para explicar ou dar a conhecer a boa doutrina, isto sem ter que enganar as pessoas. Não é bom que se criem situações para atrair as pessoas à humilhação, à irritação, enfim ao pecado. Tal meio é um mau meio e não pode ser desculpado com um suposto bem final (suposto..porque é suposto...).
Eis a imagem que serviu de fundo ao dito acontecimento |
Há minutos, o tal brasileiro auto-tradicionalista ameaçava os "modernistas" que tinham defendido uma das imagens que ele difundiu (má armadilha), a imagem da missa nova. Dizia-lhe que se excluíssem dos contactos dele senão teria de ele mesmo os excluir. Chamava-lhes hereges, dizia-lhe que não queria hereges em volta dele. Pobre senhor, vestir a pele de ovelha no fim de ter feito o papel de lobo.
Eis que resolvi colocar um pouco de ordem naquela pouca vergonha. Já que ele ameaçava os modernistas, a quem chamava hereges, perguntei-lhe se sabia definir "modernismo". Claro que não sabia, claro que não disse que não sabia... mandou-me ler a Pascendi, como se a ignorância se tratasse com o mandar ler aos outros. Disse-lhe que a Pascendi não tem a definição de "modernismo", perguntei-lhe de novo se sabia explicar o que é o modernismo... Isto durou até que eu fui banido dos contactos do senhor. Não sei se me considera um "modernista".
Eis o meu último comentário no tal "diálogo": "o senhor está moralmente obrigado a dar uma definição de "modernismo" porque acusa os outros de modernistas e lhes coloca sanções, contudo não sabe o que é "modernismo" ...."
Bem... as história tem mais contornos, mas parece-me que o que conto é suficiente, e veio a calhar estar a tratar também o tema do fundamentalismo e da obediência...
Assim andam os desgovernados auto-tradicionalistas... o fenómeno cresceu... esperemos que acabe...
6 comentários:
O problema é quando se entra na falta de honestidade intelectual, e isso está a suceder entre os ditos "tradicionalistas" e os modernistas, ambos se estão a tornar desonestos intelectualmente.
Manuel Figueiredo,
Obrigado por comentar.
Os católicos são tradicionalistas. Ou seja, não há realmente católicos que possam ser modernistas nem católicos que possam ser de OUTRA FORMA "tradicionalistas" ou não ser tradicionalistas. Em suma, há católicos baptizados, que depois não se posicionam bem na catolicidade ou, pior, colocam-se numa posição anti-católica.
É certo que ultimamente cresceu o número de católicos que se diz "tradicionalista", principalmente depois do Summorum Pontificum e do decreto de levantamento das "excomunhões". Basta ver que os seguidores da Ecclesia Dei se dizem agora "tradicionalistas" quando na verdade são modernistas. Fico sem saber a que tipo de gente se refere o Manuel Figueiredo quando diz "tradicionalistas".
Volte sempre.
Comentando a foto com as duas Missas, o que há de errado? Não devemos mostrar o erro desta forma?
De que forma o sr. ensinaria?
O que é modernista?
O que é tradicionalista?
Fiquei na dúvida!
Paz e bem!
Anónimo,
Obrigado por comentar.
Infelizmente não tenho muito tempo para lhe responder, tanto que o blogue tem estado praticamente abandonado. Por isto tenho que ser abreviado.
Quanto à foto ela repete um problema que tem existido muito na América relativamente aos que se dizem "tradicionalistas". Na América nasceu um "tradicionalismo" de superfície que fica muito pela aparência dos fenómenos. A questão das missas é na verdade o MISSAL, ou seja, é em primeiro lugar a questão teológica. Os Americanos, principalmente no sul da América, ficam confusos quando na Europa encontram superficialmente a missa nova mais "bem vestida" que a missa antiga nos seus lugares de origem. Por este mesmo motivo muitos desses se foram posteriormente aproximando da missa nova desde que "bem vestida" e abandonaram parcialmente ou totalmente a missa antiga. Este tipo de equívocos deve-se a certos "ambientes" que se intitulam de "tradicionalistas" e são um fenómeno mais de internet onde cada qual diz o que quer e a maioria faz a tendência!!! Há que acabar com esses erros (talvez não seja possível)...
Pergunta-me se não devemos mostrar o erro desta forma! ... Não. Porque nos compete primeiro mostrar a verdade e só em segundo plano, caso necessário, dar o exemplo de um erro. Sou contra o "mostrar o erro" quando não se deu a verdade a conhecer, e por isso na difusão deste tipo de fotos são principalmente os ignorantes que, guiados unicamente pela sensibilidade, vão formando por necessidade uma imagem do que é a nova e a antiga missa, tal como vão assim formando um estereótipo de "modernista" que mais valia não terem formado. Por outro lado a montagem das duas fotos não é comparativa realmente, ou seja, não coloca lado a lado em pé de igualdade para que possa sortir um efeito justo: na imagem da missa nova porque não está um sacerdote no acto da consagração e vestido de exemplares paramentos "modernos"!!!? A montagem em questão é injusta comparativamente, e é nessa falha que cabe toda a má formação de conceitos, tal como já referi.
(contin...)
(contin...)
É difícil explicar o que é o modernismo, porque se lhe der uma definição pode acontecer que não lhe retire o sentido. Mas arrisco: o modernismo é a negação do ser às suas formas representativas. É a definição mais curta que tenho e formulada por mim. Certamente que os "auto-tradicionalista" (como eu lhes chamo) terão dificuldade em rever este conceito segundo as imagens mentais que foram fazendo ao longo do tempo a respeito daqueles a quem chamam "modernistas" e, caso o consigam, descobriram provavelmente que o são. Mas vamos a exemplos: o liberalismo parte do conceito de Liberdade independente da verdade (uma falsa liberdade), o racionalismo parte da ideia de que a razão é independente da verdade (uma falsa razão, ao fim e ao cabo). O modernismo parte da crença de que as formas da verdade podem ser independentes dela (quer seja porque se acredita nas formas mas não na verdade - modernistas conservadores, ou se acredita numa "verdade" independente da sua forma - é mais o caso dos modernistas progressistas). A crença modernista depois desdobra-se nas suas consequências filosóficas (artísticas, literárias, teológicas... etc..), e as consequências filosóficas agrupam-se mais ou menos em nova doutrina (ou seja, reformulação de toda a realidade, sobretudo o que a civilização já tinha ordenado), e tudo isto acaba por "governar" uma nova sociedade que alinha, por exemplo, ateus e católicos modernistas em princípios comuns (na verdade anticatólicos) que são reforçados e são regra social etc. etc...
O tradicionalista é aquele que guarda um legado e o transmite. No âmbito católico, todos os católicos são tradicionalistas obrigatoriamente, porque não há motivo contrário e há obrigação. O uso de "tradicionalista" depois do concílio, foi um artifício usado para para que não houvesse confusão com aqueles católicos que não estavam mais interessados em guardar e transmitir mas sim em transmitir o que a Igreja nunca nos deu. Por outro lado acho que se confunde um pouco "tradição humana" com a "tradição apostólica" e com "tradicionalismo católico". A tradição toda ela é levada por homens, e por isso é humana como meio, contudo os conteúdos não são propriamente humanos. A Tradição Apostólica, por exemplo, transmitiu-nos conteúdos os divinos. Mas onde fica todo o resultado comum da prática da vida católica!? Onde encaixar os bons-costumes, eles nascidos da pratica das virtudes!? Ele são conteúdos da tradição católica, porque são o resultado do cumprimento da vontade de Deus numa sociedade! .... Etc... Etc...
Se isto não chega, diga-me, sff.
Volte sempre.
Esses temas já forma abordados aqui, contudo o do "modernismo" ficou interrompido... Coisas da vida.
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