10/11/12

A DESOBEDIÊNCIA DA MODA, deve TERMINAR

Por conversas que se vão tendo, reparo que devo alertar para a obediência à legítima hierarquia; pois temo que esteja a haver actitudes de cisma-material (não formal), por parte de certas pessoas, não por um grupo ou entidade. Este problema, por sua vez, assenta em erros interpretativos a respeito do estado de necessidade na Igreja (parece-me evidente).

É talvez moda recente, e crescente, achar que não se deve obediência alguma à legítima hierarquia da Santa Igreja. Mas esta posição parece agora ter aparecido entre alguns daqueles que se dizem "tradicionalistas", erro que de outra forma menor já reside entre o "sedevacantismo militante", e reside noutra versão entre os modernistas progressistas.

Dizem aqueles poucos tradicionalistas (e longe de ser dito por todos os tradicionalistas) que a incentivada rejeição à autoridade se deve aplicar por causa dos erros doutrinais difundidos entre os membros da hierarquia católica. Dizem ainda não serem sedevacantistas e ter a Bento XVI por legítimo Papa, tal como  à hierarquia católica em geral.

Eu, muito preocupado com estas ressurgidas modas, recordo-lhes que devemos obediência aos legítimos superiores da hierarquia católica, e que tal é regra indispensável. Há excepções à regra? Sim, caso não contássemos a Cristo como o topo da hierarquia da Igreja: desobedecer a um superior legítimo deve acontecer APENAS para não cair em desobediência a Deus.

"Hierarquia", no caso que observamos, implica uma "arrumação" em graus e dependências. Não há poder organizado hierarquicamente sem tal ordenamento de obediências, dependências, mando e sujeição. Logo, daqui se infere que, no caso de uma ordem dada por um superior, ordem que diminua ou vá contra a ordem dada por um superior ainda maior, se proceda hierarquicamente obedecendo ao maior. O maior de todos é o próprio Deus, é inquestionável!

Dentro da legítima hierarquia católica, quem obedece ao maior quando a ordem do menor lhe é contrária, não é realmente desobediente, é realmente obediente.

Em suma:
1 - Obedecer sempre aos legítimos superiores;
2 - Obedecer pela sequência certa (por isso o nome de "hierarquia" - colocar o superior dos superiores mais alto que o simples superior);
3 - Deus é o superior dos superiores, o único a quem se deve obediência absoluta.
4 - Só em caso de uma ordem dada por um menor em contradição com um maior, devemos resolver-nos pela do maior.

Ora, aquela dita moda que repugno diz que a hierarquia presente é legítima (portanto, "legítimos superiores"), contudo NEGA em TUDO obedecer, alegando o "estado de necessidade"! Com a boca dizem "são nossos legítimos superiores", mas na pratica negam-se em todas as coisas a obedecer-lhes como se tal hierarquia tivesse sido destituída ou, pelo menos, suspensa. Acontece que, assim procedendo, faltam contra o que Deus lhes ordena pelo mandamento "honrar pai e mãe e legítimos superiores", e cometem então pecado mortal.

Em caso de meu pai perder a Fé, eu continuarei a dever-lhe obediência por amor a Deus. Apenas quando meu pai me ordena algo contra o que é da Fé, da moral, ou dos bons-costumes, deverei ignorar tal ordem por obediência a Deus que nos mandou ou ensinou outra coisa. Esse ordem má dada por meu pai não invalida a obediência que sempre lhe devo, invalida sim aquela tal ordem, ou ensinamento, mas não TODAS e quaisquer ordens ou ensinamentos presentes e/ou futuros.

Como proceder perante a legítima hierarquia católica? Simples:

A - A regra é a da obediência (Deus assim o quer);
B - Apenas quando um superior dá uma ordem (ou ensinamento) contrária/o a/ao de Deus, ou nos sujeita a algo que diminui ou vai contra o que Deus manda eensina, devemos não a receber como sendo da Igreja e nos teremos de mantermos no que Deus quis, por obediência hierárquica ao mais alto da hierarquia(o próprio Deus).

Há ainda quem não saiba se a hierarquia católica é ou não legítima. Se a hierarquia católica sempre foi legítima, e se em algum momento se desconfia que o não seja, a desconfiança não justificaria que tomemos partido de afastamento total como se ela não fosse mais legítima. A desconfiança não é razão para precipitar num mal ainda maior... tal seria uma loucura.

Espero que este artigo tenha ajudado algumas pessoas.

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