Transcrevo do sermão “Contra o Filosofismo
do Séc. XIX” a parte introdutória chamada “Advertências”. O autor é o Pe. Agostinho
de Macedo que o prégou na igreja de S. Julião de Lisboa, na quinta dominga da
quaresma, em 1811.
ADVERTÊNCIA
Não é muito próprio de um Sermão um Prólogo, mas os ataques reiterados dos meus gratuitos inimigos me tem obrigado a prevenir o Público em qualquer composição minha, ainda que seja de puro divertimento, e é muito mais indispensável uma preliminar advertência em composição tão séria como é este Sermão, no qual faço triunfar a Religião dos ataques do moderno Filosofismo. E para compor este Discurso, seria lícito ler alguma coisa! Parece que sim, e que sem um profundo conhecimento dos escritos dos Apologistas da Religião Cristã não poderia nem levantar a planta do presente edifício. Certos estouvados se atreveram a lançar-me em rosto, que roubava António Vieira para compor meus Sermões. Ora pois abatemos este importuno Fantasma de Vieira, e rebatamos esta livre calúnia, e dita por quem nem leu Vieira, e só ouviu dizer que Raynal falara de um Sermão deste Jesuíta pelo bom sucesso de nossas armas contra as de Holanda. Saibam pois que eu, que componho um Sermão como o presente, não necessito de Vieira, que não tem um só discurso, onde se ache uma instrução cristã, e que o desprezei com todo o meu coração depois que li o princípio de um Sermão de Mandato prégado na Capela Real no ano de 1655, e neste princípio estas escandalosas palavras: Este cavalo branco é a sagrada Humanidade de Cristo (Tomo 4 pag. 358 §379 col. 2 regra 4) - Nunca mais o detestável Vieira.
Não é muito próprio de um Sermão um Prólogo, mas os ataques reiterados dos meus gratuitos inimigos me tem obrigado a prevenir o Público em qualquer composição minha, ainda que seja de puro divertimento, e é muito mais indispensável uma preliminar advertência em composição tão séria como é este Sermão, no qual faço triunfar a Religião dos ataques do moderno Filosofismo. E para compor este Discurso, seria lícito ler alguma coisa! Parece que sim, e que sem um profundo conhecimento dos escritos dos Apologistas da Religião Cristã não poderia nem levantar a planta do presente edifício. Certos estouvados se atreveram a lançar-me em rosto, que roubava António Vieira para compor meus Sermões. Ora pois abatemos este importuno Fantasma de Vieira, e rebatamos esta livre calúnia, e dita por quem nem leu Vieira, e só ouviu dizer que Raynal falara de um Sermão deste Jesuíta pelo bom sucesso de nossas armas contra as de Holanda. Saibam pois que eu, que componho um Sermão como o presente, não necessito de Vieira, que não tem um só discurso, onde se ache uma instrução cristã, e que o desprezei com todo o meu coração depois que li o princípio de um Sermão de Mandato prégado na Capela Real no ano de 1655, e neste princípio estas escandalosas palavras: Este cavalo branco é a sagrada Humanidade de Cristo (Tomo 4 pag. 358 §379 col. 2 regra 4) - Nunca mais o detestável Vieira.
Ora como até nos doirados
domicílios da crápula, e ociosidade, onde a libertinagem ousa levantar a voz
contra a Religião, torpíssimos ignorantes falam de Sermões, e dos meus Sermões,
saibam estes Gazetais eruditos, que para compor este gravíssimo Discurso eu li,
e estudei:
1 - S. Gregório Nazianzeno, Orat.
Cont. Jul.
2 - S. Fulgêncio, De Fide ad pet.
3 - S. Cyrilo, Cath. Cont. Juli.
4 - O Card. Gerdil, Impug. Do Emilio.
5 - Mazoti, Discursos contra a Incred.
T. 2.
6 - Vascelchi, Provas do Christ.
7 - Roberti sobre a leitura das
Liv. De Metafísica.
O mesmo, Impugnação do Livro La
Predication.
Não posso ser mais ingénuo: estas
são as fontes: o Discurso é meu, as provas dos santíssimos, e doutíssimos
Mestres do Cristianismo.
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