SALAZAR CORTA 25% AO VENCIMENTO PARA DAR EXEMPLO
29/04/1928
"Abril, pelos vistos, era o mês em que Salazar costumava aparecer na crista da onda, até porque era a ocasião escolhida para as grandiosas homenagens ao mentor da Ditadura nacional. Dois dias depois de tomar posse do cargo de Ministro das Finanças, a doutrina perfilhada por Salazar continuava a oferecer pano para mangas nas colunas dos jornais. Como aconteceu no JN, que afirmava que "enquanto se não fizer uma reforma geral de vencimentos, tudo o que se legislar terá por único efeito multiplicar ainda mais as injustiças existentes". Era, assim, tempo de "vacas magras" e, portanto, de avançar com o "imposto de salvação pública", com vista ao saneamento das finanças. A situação apresentava-se tão delicada que, no seu entender, para lhe valer "seria preciso um grande milagre e eu duvido que Deus o tenha feito em favor do Governo ou do funcionalismo público". Assim, Salazar achou por bem apresentar-se como um exemplo: "Pelo que pessoalmente me respeita, hei-de carregar com uma redução de cerca de 25% na totalidade dos meus vencimentos, e não posso por isso dizer que a Ditadura me tenha ficado barata. Há-de haver funcionários mais gravemente lesados e alguns também possivelmente menos, mas o que é impossível é saber, no sistema do decreto, a justiça deste "mais" ou deste "menos" e a razão de ser daquelas deduções".
Ora bem... resta dizer que aqueles 25% a mais vinham dos tempos da "primeira república", ou seja, a república maçónica que tornou a ocupar Portugal depois do 25 de Abril de 1974. O caos económico que a Ditadura teve de resolver parece também ter voltado.
Sem comentários:
Enviar um comentário