(continuação da IX parte)
"A ciência deve, portanto, começar com a crítica aos mitos" (Karl Popper)
A LINGUAGEM
Relacionado com a conduta, há outra linha de investigação que, se bem não goza de um bom número de partidários, há alguns anos suscitou grande entusiasmo entre os investigadores a respeito deste tema. Mas a respeito do problema da linguagem, essa capacidade maravilhosa, única, exclusiva do ser humano, em expressar o seu pensamento em forma articulada e simbólica, que marca uma distância abismal face aos restantes animais.
Os pensadores (cientistas ou não) de todas as épocas sensatas entenderam que havia aqui um mistério inabordável, um prodígio sem precedentes, e limitaram-se a aceitar o facto que confirmava, uma vez mais, que o homem é um caso único na natureza.
Mas apareceu a hipótese darwinista, que transformou o mundo científico na cidadela da estupidez e da cegueira (há que levar seriamente o que foi dito por Bernard Shaw), e logo não faltaram investigadores, que, coerentes com a hipótese, julgaram: se descendemos dos macacos e somos capazes de falar, então os macacos também devem ter essa capacidade, ao menos em potência. Logo, se nos dermos ao trabalho de ensiná-los, os macacos também serão capaz de falar.
Dito e feito... Realizaram-se experiências: Lana (uma chimpanzé), Washoe (um chimpanzé), Koko (um gorila) e Sarah (chimpanzé). Mas o que alcançou mais fama foi o "matrimónio" de Lachman com Lana. Durante vários anos, os investigadores fecharam-se diariamente na jaula de Lana, tratando, com abnegação e fervoroso afinco, ensinar-lhe as "primeiras letras".
Francamente, desconheço se estes cientistas aprenderam a grunhir correctamente; certo éque, dia após dia, aumentavam o repertório de grunhidos, mas como poderíamos saber se estes grunhidos, segundo os macacos, eram correctos? O que se sabe é que Lana, apesar dos esforços, não conseguiu articular palavra alguma. Palavra...? Nem sequer alguma forma de comunicação simbólica que fosse além de uma uma simples resposta condicionada, tal como as que se podem conseguir com pássaros, ratos, vermes, tal como sentenciou categoricamente J.B. Skinner, o "capo" nestes assuntos.
Agora pergunto eu: porque razão estes investigadores, em vez de tentar esforçadamente e esterilmente ensinar um macaco a falar, não empreenderam a muito mais fácil e imensamente mais frutífera tarefa de ensinar a falar algum dos animais que o pode realmente fazer? (e em vários idiomas!). Sim, caro leitor - porque não elegeram um papagaio? Está aqui outro exemplo do padrão de mosaicos ou modular que que já falámos. Um animal que, incluso nas imaginárias árvores genealógicas evolucionistas, não têm nada que ver com o homem, comparte com ele esta singularíssima capacidade de emitir sons articulados.
Porque não escolhemos o papagaio? Muito simples: porque o papagaio, de acordo com as hipóteses darwinista, não é nem remotamente antepassado do homem. Ainda que alguns mais criativos sustentem que, se é verdade que o papagaio não é antepassado do homem, sim seria da mulher. Mas isso não tem suficiente aceitação no mundo científico.
(continuação, XI parte)
(continuação, XI parte)
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