23/04/12

TERMÓMETRO DE ROMA


Agora mesmo, dei com o "termómetro de Roma" durante uma curta conversa, na qual me diziam que em Roma as coisas melhoram. E como tal absurdo  visto que eu opinei o contrário, tentei resolver o dilema lançando duas perguntas:

- Doutrinalmente, o que foi corrigido por Roma neste pontificado?
- Doutrinalmente, que agravantes houve em Roma neste pontificado?

As duas perguntas devem funcionar em conjunto; a segunda testa mais quem diz que Roma piorou, e a primeira pesa mais aos do contrário (estes omitem frequentemente a dimensão doutrinal: segundo eles há que pautar-se pelos gestos mais exteriores, políticos, superficiais; e os seus opostos costumam ignorar exageradamente a existência desses gestos exteriores custosos, esforços, e vontades).

Também é certo que toda a "melhoria" é na verdade pioria, por ser coisa meramente exterior, porque sem a correcção dos erros doutrinais a minimização visível das más consequências só servirá de maior engano (operação de cosmética). Já a correcção doutrinal, mesmo que sem outras operações mais exteriores é e boa, e só poderá produzir bons frutos.

Voltemos às questões.

Doutrinalmente, o que foi corrigido nestes últimos anos? Os erros transmitidos de Roma e por Papas neste meio século, foi algum corrigido formalmente? Se sim, onde está a correcção?

Foram introduzidos erros doutrinais, e eles não foram corrigidos, têm eles servido de base para a consequente aplicação e generalização, como se parte da Doutrina fossem (começam a ser vistos como obrigatórios, e os princípios que lhes são opostos são vistas já como estranhos e inimigos da Igreja). Portanto, estas recentes doutrinas (que não poucas vezes são até apresentadas como novas repetições do antigo) começam a ser tomadas pela regra!

Há ainda quem admita haver graves erros, desde que se não diga serem erros doutrinais de Roma. Nessa versão enfermada, a mais grave, haveria uma boa parte do Clero em rebelião, e uma Roma desobedecida e DOUTRINALMENTE ortodoxa! Estes, já que assim julgam, acabam por aceitar todos os tais erros doutrinais de Roma, por não admitirem que Roma possa estar errada nestas últimas décadas. Estes teriam então de apresentar uma doutrina que permitisse entender a tal suposta ortodoxia... e essa doutrina, pasme-se, costuma já existir no texto do Concílio Vaticano II (tem apenas meio século), ou no magistério pós conciliar!

O "termómetro de Roma", como lhe chamei eu, são aquelas duas perguntas iniciais (paradigmáticas), que tudo podem dizer mediante respostas sinceras. Ainda podem dizer muito dos católicos que lhes pretendam responder de recta vontade. Tais perguntas são irredutíveis e acertam no âmago da presente situação de Roma.

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