23/04/12

COMEMORAMOS A 25 de ABRIL... (I)


Sto. Anselmo da Cantuária

"S. Anselmo, Arcebispo de Cantuária, italiano de nação e Beneditino de profissão, morreu aos 25 de Abril do ano de 1109." (pág. 216). "Bento XII, natural de Savadurno, na Diocese de Tolosa en França, e Monje de Cister, foi assumpto ao Pontificado no ano de 1334, aos 20 de Dezembro, Governou a Igreja 7 anos, 4 meses, e 6 dias. Morreu no ano de 1342 aos 25 de Abril." (pág. 167) - ("Epitome Cronologico, Genealogico e Historico...", Pe. António Maria Bonucci, LISBOA, M, DCCVI)


[Nascimento de D. Afonso II] - "Neste dia, ano de 1185, nasceu em Coimbra o Infante D. Afonso, depois Rei II do nome, filho dos Reis D. Sancho e D. Dulce. Sendo menino caiu numa perigosa enfermidade da que se livrou, por intercessão de Santa Senhorinha a quem seus pais recorreram naquela grande aflição, e depois agradeceram o benefício com piedosos cultos, e muito grandiosas ofertas ao sepulcro da mesma Santa. 


II [Coroação de D. Inês de Castro] - Sentiu ElRei de Portugal D. Pedro I com raros extremos da mágoa, e amargura a cruel morte de sua querida D. Inês, Entendeu-se geralmente, que o peso da dor e da saudade, sem dúvida lhe tiraria a vida, ou o juízo. (...) Buscou na vingança algum desafogo, e soblevou-se contra ElRei seu pai, e contra todos os que seguiam as suas partes, tratando-os como a mortais inimigos. (...) Seguindo este pensamento, saiu com uma fineza tão rara que não se lhe acha exemplo igual nas Histórias. Procurou primeiro justificar com testemunhas, e documentos, que havia sido legitimamente casado com D. Inês, e logo se resolveu a lhe dar os tratamento de Rainha. Fez desenterrar o cadáver e ligar artificialmente os ossos, de forma a que ficou inteira, e ordenada a organização do corpo, e vestida com Ópa Real, Coroa na cabeça (ou caveira) empunhando o Ceptro, a fez colocar num Trono eminente, e nesse dia, ano de 1361 colocada em público, ordenou, que lhe beijassem a mão todos os Prelados, Títulos, Cavaleiros, e principais do povo, que se achavam em Coimbra, onde então assistia a Corte. Feita a notável cerimónia, e nunca outra vez vista, mandou levar o coroado cadáver, desde a mesma Cidade até ao Mosteiro de Alcobaça, que dista dela dezasseis léguas,com soleníssima pompa, e aparato fúnebre, que discorreu em tão larga distância por meio de mais de cem mil homens formados em duas fileiras com tochas acesas nas mãos. Tinha feito ElRei erigir na famosíssima Igreja daquele Real Mosteiro um mausoléu, túmulo de finíssimo mármore, lavrado com admirável primor e nele foi colocado o corpo de D. Inês, e no alto se vê a sua figura, tirada ao natural, com insígnias de Rainha. Junto do mesmo túmulo mandou ElRei edificar outro igual para si, querendo prosseguir, ainda depois de sepultado, aquele doce, e suave companhia, de que em vida fizera tão alta estimação.

III [Batalha de Trancoso (Btalha de S. Marcos)] - Tentava ElRei D. João I de Castela entrar em Portugal, com poderoso excito para ressarcir a perda de gente, e reputação, que havia padecido no cerco de Lisboa. A este fim mandou ajuntar as tropas de todo o seu Reino, conduzidas por senhores da primeira qualidade; E uma boa parte delas impaciente da dilação entrou logo pela província da Beira, e chegou até Viseu, Cidade aberta, e sem prejuízo, e em muitas Vilas e lugares, fizeram os Castelhanos grandes destruições, mas com mais utilidade que honra, porque o haviam com gente popular e desarmada. [Ora] assistiam na Beira, naquele tempo, dois ilustres Cavaleiros, que por leves causas viviam confrontados entre si, em grande prejuízo da defensa da mesma Província. Um era Martim Vasquez da Cunha, que governava a Vila de Linhares, e outro era Gonçalo Vasquez Coutinho, que governava a de Trancoso, Estes eram os que, por caprichos particulares, persistiam teimosamente divididos, sem atenção ao dano da República [palavra a tomar não no sentido ideológico-partidário]. Entrou porem João Fernandes Pacheco, Cavaleiro não menos ilustre, que os dois, e mais prudente, que ambos, a mediar entre um e outro, e conseguiu a concórdia, mas com a condição de que Gonçalo Vasquez precederia no mando, em que cedo generosamente o Cunha, ficando por isso mesmo mais airoso: Porque se ambos venceram os inimigos, ele, antes dessa vitória, conseguiu outra maior, quando se venceu a si. Ajuntaram valorozamente trezentas lanças, e alguma gente de pé, a quem uniram com número de lavradores, mais para fazerem vulto do que corpo, Com este poder se resolveram a esperar os inimigos num lugar distante (quase meia légua da Vila de Trancoso). Marchavam os Castelhanos naquela volta, bem desavizados do grande mal que os esperava. Eram quatrocentas lanças, duzentos ginetes, e bom número de besteiros e homens de pé [piões]. Traziam setecentas cargas das coisas mais preciosas, que tinham saqueado, e muitos Portugueses homens, e mulheres, que levavam prisioneiros. Encontraram-se em tal forma, que nenhuma das partes podia furtar-se ao perigo (o que os Castelhanos intentaram) vieram, enfim, às mãos, e se travou uma asperríssima batalha. Os nossos lavradores mais certos em cortarem a terra com o arado que os inimigos com lança, encomendaram-se aos pé, que não lhe valeram, porque os ginetes Castelhanos, tomando-lhe o pasto, mataram neles à vontade. Ao mesmo tempo chocavam os dois campos furiosamente, deliberados aos, ou a morrer, ou a vencer. De uma e outra parte, eram os Capitães tão ilustres como valerosos, e cada um repetia o seu apelido, para que esta memória excitasse nos seus soldados o valor. Durou o conflito grande parte do dia começando logo de manhã até que a fortuna se declarou a favor dos Portugueses, ficando os Castelhanos vencidos tão fortemente derrotados, que se afirma que dos quatrocentos homens de armas (coisa dura de referir, e de crer) não escapou nem um só com vida, e dos Portugueses, (coisa ainda mais dura) que nem uma perdeu, exceptuando os lavradores, que por sua fraqueza e temor foram mortos ao princípio. É sem dúvida que os Castelhanos padeceram grandíssima perda, e que os despojos foram restituídos aos Portugueses, e postos em sua liberdade os prisioneiros dos quais muitos, tocada a sorte, prenderam aos que os traziam presos. A infelicidade mais lamentável para os Castelhanos, foi morrerem nesta batalha, muitos, e grandes senhores, e que ocupavam grandes postos na Casa Real. Como João Rodrigues de Castanheda, Pedro Soares de Toledo, Álvaro Garcia de Albernoz, Pedro Soares de Quinhones, Afonso de Trugilho, e outros. Esta foi a famosa vitória, chamada de Trancoso, sucedida neste dia, ano de 1385 e uma das mais gloriosas que o berço Português conseguiu dos Castelhanos, se se considerar a desigualdade do número, a duração do combate, a grande perda dos inimigos, e a pouca dos nossos." ("Anno Historico, Diario Portuguez, Noticia Abreviada...", Lourenço Justiniano da Anunciação, Tomo I, LISBOA, M DCC XLIV, pág. 676)

"Havendo uma grande falta de água no mês de Abril, por não ter chovido muitos tempos, por essa razão as novidades daquele ano se perdiam todas: se bem, que se tinham já feito muitas Procissões públicas a este intento, sem que Deus deferisse a elas com sua misericórdia, de que todos andavam como pasmados, por se verem em tão manifesta necessidade, e aflição. Pelo que, ao clamor do Povo, e às grandes instâncias, que se fizeram ao Padre Mestre Fr. Damião da Costa (que era Provincial) houve ele por bem dar licença, que saísse fora em Procissão esta Santa Imagem, pois nela tinham todos postas as esperanças de seu remédio: o que se aceitou em 25 de Abril do dito ano [1501], fazendo muitas Irmandades com seus círios, e grande quantidade de tochas acesas, diante da qual iam muito disciplinantes." - ("Chronica dos Carmelitas da Antiga, e Regular Observância nestes Reynos de Portugal, Algarves, e seus Domínios...", Fr. Joseph Pereira de Sta. Ana. Tomo I, LISBOA, M DCC XIV, pág. 693)

"Carta infame que Manuel Caetano de Albuquerque escreveu ao Bispo de Coimbra em 25 de Abril de 1765, sendo um dos seus principais Directores espirituais; para o induzir a desviar os seus Diocesanos de denunciarem aos Tribunais da Inquisição os Fractores do Sigílo Sacramental, e os Solicitante." ("Collecção das leys Promulgadas, e Sentenças Proferidas nos Casos da Infamne Pastoral do Bispo de Coimbra D. Miguel da Anunciação: Das Seitas dos Jacobeos, e Sigillistas..." , LISBOA, M DCC LXIX,"pág. 71)

"De LIVROS de história do BRASIL - comprei, por 40$00, a "História da fundação da cidade de SALVADOR", obra póstuma de Teodoro Sampaio, Baía, 1948; e os dois volumes das "MEMÓRIAS..." ou Anais do Rio-de-Janeiro (1808-1821), Rio-de-Janeiro, 1943, 2ª edição, por 60$00. O seu autor - cónego Luís Gonçalves dos Santos, por alcunha o PADRE PERERECA - faleceu no dia primeiro de Dezembro de 1844, e tinha nascido em 25 de Abril de 1767."("Cinzas de Lisboa, Terceira série, LISBOA, 1640,pág. 147)

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