"Daqui a aversão com que os calvinistas olham a flor de liz, até ao ponto de suprimí-la da terra em que brota e de não a deixar crescer nos seus jardins. (Conr. Schlussenb. in Theol. Clav. lib. II, fol, 72)
Eis também aqui o retrato que deste panegirista de Calvino e herdeiro da sua supremacia em Genebra nos deixou Heshusio, luterano: "Quem não se maravilha da incrível audácia deste monstro, cuja vida vergonhosa e infame é conhecida em toda a França pelos seus epigramas obscenos e cínicos? Contudo, ao ouvi-lo julgareis que era um Santo, um Job, um dos anacoretas do deserto e mais digno que S. Paulo ou S. João. Tanto é o que se esforça em apregoar por toda a parte a história do seu desterro, dos seus trabalhos, da sua pureza, e da admirável santidade da sua vida como aqueles de quem dizia Juvenal; Qui curios simulant, et bacchanalia vivit" (Heshusins, vers. Florim., fol 1:048)
Beza, diz outro escritor é o protótipo daquele homens ignorantes e grosseiros que, à falta de razão e argumentos, lançam mão das injúrias, ou daqueles herejes que não têm outro meio de defesa do que os insultos... Este homem imundo, todo artifício ou impiedade, refere as suas satíricas blasfémias como se fosse um demónio encarnado."
O mesmo autor acrescenta que depois de gastar vinte e oito anos em ler mais de duzentas e vinte publicações calvinistas, em nenhuma tinha encontrado tantas injúrias e blasfémias como nos escritos desta fera..... e que se algum o pusesse em dúvida, não tinha mais do que passar a vista pelos seus famosos diálogos contra o doutor Heshusio, os quais não parecem escritos por um homem, mas pelo mesmo Belzebu em pessoa.
"Eu me horrorizava, continua, de referir as obcenas blasfémias que este ser impuro e ateu vomitou contra um dos assuntos mais dignos de veneração com uma mistura nauseabunda de impiedade e charlataneria. Sem dúvida tinha molhado a sua pena em tinta do inferno."
Dir-se-ha talvez que os luteranos não merecem credito pela mesma razão que são antagonistas dos huguenotes. Contudo, nada tenho dito que não esteja testemunhado pelos mesmos calvinistas. Louvam estes Beza como escritor erudito e elegante; mas, enquanto aos seus costumes apresentam-no como um dos homens mais malvados daquele tempos: libertino, ímpio e profanador das coisas mais santas, zomba delas com momices próprias somente de um ateu; cruel e sanguinário, está sempre disposto a inspirar os mais negros e execráveis atentados; impudente e dissoluto, está submergido no lado das mais degradantes paixões, como transparece nas suas Juvenilia, e principalmente daquele epigrama em que, aludindo à sua favorita Cândida e ao seu amante, tem o cinismo de não só acusar-se, mas até de jactar-se do mais abominável delito.
Para iludir as pesquisas do Parlamento e fugir à fogueira, vendeu o priorato em que estava investido e um pequeno benefício que possuía por resignação do seu tio Nicolau Beza, e fugiu para Genebra em companhia da sua Cândida, que era mulher de um alfaiate de Paris, chamada Cláudia, e que seduzida por Beza, se casou com ele vivendo ainda seu esposo.
Deste modo iniciou a sua reforma: com um adultério permanente, que o fazia digno de morte, segundo todas as leis divinas e humanas (Bolzec. Vt. Theod. Beza.).
Com pouco que se diga de Melanchthon, teremos feito o seu retrato. Luterano a princípio, zuingliano depois e mais tarde calvinista; perplexo e vacilante no seu exterior, mas sempre incrédulo no seu coração, não se conhecia vulgarmente se não com o nome de catavento da Alemanha. Por causa desta perpétua inconstância lhe recusaram os seus próprios partidários as honras dos funerais, aplicando-se-lhe com muita oportunidade este verso: Nunc me Ponthus habet, jactantque in littora venite (Le minst. eccla fol. 191)."
"Eu me horrorizava, continua, de referir as obcenas blasfémias que este ser impuro e ateu vomitou contra um dos assuntos mais dignos de veneração com uma mistura nauseabunda de impiedade e charlataneria. Sem dúvida tinha molhado a sua pena em tinta do inferno."
Dir-se-ha talvez que os luteranos não merecem credito pela mesma razão que são antagonistas dos huguenotes. Contudo, nada tenho dito que não esteja testemunhado pelos mesmos calvinistas. Louvam estes Beza como escritor erudito e elegante; mas, enquanto aos seus costumes apresentam-no como um dos homens mais malvados daquele tempos: libertino, ímpio e profanador das coisas mais santas, zomba delas com momices próprias somente de um ateu; cruel e sanguinário, está sempre disposto a inspirar os mais negros e execráveis atentados; impudente e dissoluto, está submergido no lado das mais degradantes paixões, como transparece nas suas Juvenilia, e principalmente daquele epigrama em que, aludindo à sua favorita Cândida e ao seu amante, tem o cinismo de não só acusar-se, mas até de jactar-se do mais abominável delito.
Para iludir as pesquisas do Parlamento e fugir à fogueira, vendeu o priorato em que estava investido e um pequeno benefício que possuía por resignação do seu tio Nicolau Beza, e fugiu para Genebra em companhia da sua Cândida, que era mulher de um alfaiate de Paris, chamada Cláudia, e que seduzida por Beza, se casou com ele vivendo ainda seu esposo.
Deste modo iniciou a sua reforma: com um adultério permanente, que o fazia digno de morte, segundo todas as leis divinas e humanas (Bolzec. Vt. Theod. Beza.).
Com pouco que se diga de Melanchthon, teremos feito o seu retrato. Luterano a princípio, zuingliano depois e mais tarde calvinista; perplexo e vacilante no seu exterior, mas sempre incrédulo no seu coração, não se conhecia vulgarmente se não com o nome de catavento da Alemanha. Por causa desta perpétua inconstância lhe recusaram os seus próprios partidários as honras dos funerais, aplicando-se-lhe com muita oportunidade este verso: Nunc me Ponthus habet, jactantque in littora venite (Le minst. eccla fol. 191)."
("O Protestantismo Desmascarado, Sua Origem, Natureza e Efeitos" - Propaganda Catholica - Bibliotheca de Vulgarização Religiosa (151.152.153). Padre JOÃO PERRONE, da Companhia de Jesus. Fafe, 1909)
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