29/02/12

RETRATO DE CALVINO, DOS SEUS DISCÍPULOS E COOPERADORES (VI)

"Os cobradores aduladores de Calvino, acrescenta o historiador citado, negam ousadamente este facto, que se encontra não obstante suficientemente provado; pois prescindindo de outras muitas razões, a confissão das testemunhas que o presenciaram e sobre tudo, da mesma mulher que teve nele parte tão activa, não dão lugar a dúvida.

Eis aqui os milagres que operaram os herejes, como já no seu tempo fazia observar Tertuliano escrevendo a este propósito: "É preciso dizer alguma coisa dos prodígios operados por eles (os herejes). Conheço a grande virtude de que estão dotados, na qual se afadigam por imitar os Apóstolos, embora fazendo tudo ao contrário, pois estes davam vida aos mortos; mas eles dão morte aos vivos" ("Volo igitur et virtutes eorum (haereticorum) proferri. Nisi quod agnosco maximum virtutem eorum qua apostolos in perversum aemulantur. Illi enim de mortuis vivos faciebant, hi de vivis mortuos faciunt", De Proescript. Haert., cap. XXX). É certo que os herejes de todos os tempos são sempre os mesmos!

Seja-nos lícito insistir alguma coisa mais sobre Calvino, e já que tantas simpatias inspira a muitos dos secretários da Reforma, não podemos nem devemos omitir o termo da sua carreira mortal, conforme nos refere o seu discípulo João Haren, testemunha ocular: "Calvimo, diz, entregando-se nos últimos dias de sua vida à desesperação, morreu devorado pelos vermes e consumido por uma dessas ignominiosas e repugnantes enfermidades com que Deus costuma castigar os quase rebelam contra Ele. Ao dizer isto, tenho a certeza de que ninguém pode desmentir-me; pois estava presente e vi com os meus próprios olhos o seu fim trágico e funesto".

(...)

Não são menos sombrias as cores com que o Conrado Schlussemberg pinta-nos esta morte deastrosa. "Deus, diz, até neste mundo manifestou o seu juízo sobre Calvino, visitando-o com a vara do seu furor e castigando-o com rigor terrível na hora da sua morte funesta; pois feri-o com a sua mão poderosa de modo tal que desesperando este hereje da sua própria salvação, invocando os demónios, jurando, amaldiçoando e blasfemando, exalou miseravelmente o seu espírito maligno. Entretanto manavam asquerosos vermes de uma apostema ou ulcera tão hedionda que nenhum dos presentes podia suportar o seu fétido."

(...)

Seriamos interminávei se tivessemos de continuar falando de Calvino; digamos, pois alguma coisa do seu discipulo favorito, Theodoro Beza, não aduzindo testemunhos de escritores católicos, mas sim dos mesmos protestantes.

Perguntam os luteranos: porque causa não diz Beza uma só palavra na sua Vida de Calvino das flores de liz com que foi marcado ou selado o seu herói? ao qual respondem que tendo merecido o panegirista ser marcado com o mesmo selo pelo mesmo delito e pela mesma heresia do seu mestre, ter-se-ia informado a si mesmo."

(continuação, VII parte)

Sem comentários:

TEXTOS ANTERIORES