29/02/12

MANDAMENTOS - MORAL CRISTÃ - CATECISMO (IV)

"Deus elevou o homem ao estado sobrenatural e reparou, com a Incarnação, Paixão e Morte do seu Unigénito, a queda de Adão. Deu-se a conhecer ao homem por meio da revelação, propôs-lhe verdades sobrenaturais,determinou o culto com que deseja ser honrado; deu-lhe os meios necessários de santificação. Por isso o cristão (e  quem o não é tem o dever de se fazer cristão) deve conhecer, crer, honrar (adorar), amar e servir a Deus em conformidade com a revelação; e, portanto, a sua religião ou, em substância, o culto que rende a Deus, é sobrenatural. - c) Em relação ao corpo e à alma. O homem não é só alma, mas é também corpo; por isso deve prestar o devido culto a Deus com todo o seu ser, com o corpo e com a alma, pelo que não basta que o culto prestado a Deus seja  só interno da alma, deve ser também externo, quer dizer, praticado com actos sensíveis (n.os 184 e 185). - d) Em relação ao homem particular e à sociedade. O Homem não é só indivíduo; é também membro da sociedade. É criado como ser social; deve, por natureza, viver em sociedade, não podendo de modo nenhum bastar-se a si mesmo, pois tem, para a sua vida, necessidade do auxílio dos outros. Por conseguinte deve render a Deus o culto devido não só como indivíduo, mas também como membro da sociedade, e, por isso, o culto religioso, além de ser privado deve ser também público. Quer dizer, a sociedade, como união de muitos homens, deve render a Deus o culto que lhe compete.

OBSERVAÇÕES - 1.ª Nem todas as religiões são boas. Visto que vos há de acontecer algumas vezes ouvir e afirmação de que todas as religiões são boas, é necessário que conheçais quão péssima é essa máxima: a) Que direis se se afirmasse que todas as moedas são boas? As que são falsificadas não são boas. Assim é com a religião. É boa a verdadeira: as que são falsificadas, fundadas pelos homens, não podem ser verdadeiras e, por isso, nem boas sequer. b) Uma coisa não pode ser branca e preta, verdadeira e falsa ao mesmo tempo. ora, eis o pagão que reconhece muitas divindades; e eis outros povos que reconhecem um único Deus. Idolatria e adoração de um Deus único excluem-se mutuamente. O judeu não reconhece Jesus Cristo como Messias, o Turco honra-o como profeta, o cristão adora-o como filho de Deus. Para reconhecer como boas todas as religiões, deveria a razão admitir que estão na verdade todos os Judeus, como os Turcos, como os cristãos. - c) Se todas pudessem ser boas, para que teria Jesus Cristo fundado a sua Igreja, por meio da qual nos ensina como quer que o honremos? Alem disto, cada qual poderia formar para si uma religião a seu gosto. - d) Tal máxima conduz à negação de todas as religiões. E com efeitos  os que dizem que são boas todas as religiões, na prática não observam nada. Dizem, em palavras, que as respeitam todas; mas depois, nos factos, são inimigos jurados e desprezadores do Catolicismo; das outras religiões não se preocupam, não temem nenhuma: só têm medo do Catolicismo, porque é a única religião verdadeira, visto ser a religião de Cristo; porque só ela tem uma a Fé e a Lei irreformáveis, irreconciliáveis com o mal, sob qualquer forma que se apresente e seja qual for o pretexto com que se queira desculpar."

(Continuação, aqui)

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