20/01/12

TEILHARD DE CHARDIN - O CASO

"Algumas semanas depois da publicação da Encíclica Humani Generis (12 de agosto de 1950), cuja terceira parte - sobre as relações entre a Fé e as ciências positivas - está dirigida, segundo afirmam vários eruditos, contra certas teorias do Pe. Pierre Teilhard de Chardin S. J. (1881 - 1955), um ex dominicano, que tinha abandonado a Igreja, convidava-o por carta a seguir o seu exemplo.

O Pe. d'Ouince S. J., que era então seu superior, conta que dita proposta irritou muito ao Pe. Teilhard, que estava "fora de si e visivelmente escandalizado" e enviou ao ex dominicano "uma carta extensa e claramente indignada".

Mas desta carta escrita por Teilhard, como é lícito supor, num momento de particular tensão psicológica, e, portanto, sumamente interessante para conhecer o seu estado de animo e suas reacções, até 1963 não se tinham notícias salvo por três trechos citados por Claud Cuénot. Estamos inclinados a pensa que, prudentemente, desejava conservá-la - à letra - como chave.

Em 1963 Maxime Gorce publicou o texto integral, que tem notável importância e que desmente a asserção do Pe. d'Ouince que dizia que a carta expressava desdém ou irritação.

Devido a este documento pouco conhecido, mas muito significativo, apresenta segundo o nosso modesto parecer, algumas das ideias revolucionárias básicas do Pe. Teilhard e que constituem uma parte nada depreciável da bagagem neo-modernista e o substrato de não poucas inovações post-conciliares, parece-nos últil oferecer a sua versão completa.

Para entender melhor a carta mencionada, cabe recordar que, durante os pontificados de Pio XI e Pio XII, as perigosas teorias e os erros de Teilhard (panteísmo, panpsiquismo, poligenismo, dissimilação da noção de pecado original, etc.) não escaparam à atenção dos seus superiores religiosos e do Santo Ofício, que o proibiu de ensinar e publicar obras de temas filosóficos e teológicos.

Na verdade, as suas obras filosóficas e teológicas vieram à luz depois da sua morte, ocorrida repentinamente em Nova York no domingo de Pascoa, 10 de abril de 1955." 

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