01/10/11

FALSO ECUMENISMO (TOLERANTISMO) e A DOUTRINA DE SEMPRE

Segundo Concílio do Vaticano
Um símbolo do falso assentamento discreto das contra-doutrinas
O falso ecumenismo (já antigamente chamado de "tolerantismo"), aquele que hoje se pratica e que é de proveniência protestante, é contraposto ao sentido de unidade e identidade da Fé. E sobre isto iremos ver o que ensina a santa Igreja Católica Apostólica (Romana), e o que sempre foi difundido.

PENSAMENTOS THEOLOGICOS
Proprios Para Combater
OS ERROS FILOSÓFICOS
LIVRES DO SÉCULO

M. R. P. Nicoláo Jamin

LISBOA
M. DCC. LXXXIV


Capítulo III
Da Unidade da Verdadeira Religião

1. Pretender que Deus seja honrado por todas as Religiões que há na terra é um Tolerantísmo concebido pela liberdade, produzido pela imprudência, e destruído pela razão. Não há no Mundo mais que uma só Religião, assim como há só um Deus, e só ela é capaz de honrar o Ser Supremo.

2. Uma Religião que acredita serem todas as outras permitidas, não é uma Religião, mas um derisão, que se faz ao culto Religioso, pois reputa a Divindade como um Ídolo, a quem basta qualquer culto. Pois o Pagão que adora muitos Deuses, o Judeu, o Cristão o Maometano,  que não adoram mais que um só: o Cristão que zomba de Maomé, como de um impostor; o Maometano, que o honra como o maior dos Profetas; o Judeu que o crucificou a Jesus Cristo, como blasfemador; o Cristão que o reconhece por Messias anunciando pelos Profetas, desejado pelas Nações; o Deista que nega a Revelação; o Judeu, o Cristão, o Maometano que a admitem; o Cristão, que adora a Jesus Cristo, como o filho de Deus, consubstancial a seu Pai; o Sociniano que o coloca na classe das criaturas; todos finalmente oferecem à Divindade um obséquio que lhe fosse igualmente agradável? Exterminemos de nós esta horrorosa blasfémia. O Ser Supremo não pode aprovar cultos, que se destroem; é um Deus cioso.


3. O Tolerantismo para o povo grosseiro, e ignorante, é um monstruoso agregado de superstições; mas para os que discorrem alguma causa, é uma ruína total da Religião. A razão ensina a todos os que a consultam, que um semelhante culto é ilusório, e injurioso e um Ser infinitamente perfeito, qual é Deus.

4. Debalde se quer justificar a Tolerância, mascarando-a como véu da moderação. Ela, falando com propriedade, é uma caridade sem luz, uma doçura cruel, uma falta de paz. A Religião não é um sistema, nem uma Filosofia, sobre a qual se permita variar, mas é sim uma capital obrigação. Desditos de quem não segue a verdadeira!

5. Nehuma admiração causa que Roma pagã, no meio dos seus triunfos, inttroduza no seu seio o Tolerantismo; que Senhora do Universo obrasse todas as superstições (Cum pene omnibus dominaretur gentibus, omnium gentium serviebat erroribus, & magnam sibi videbatur assumpsisse Religionem, [gnus?], serm. I. natal. Apost. Petr. & Paul.), misturado no famoso Pantheon todos os Deuses da Itália, Grécia, do Egípto, e de todas as Nações; que exclua de sua tolerância só a verdadeira Religião. É natural que erros sucederão a erros, as trevas se conciliem com as trevas. Mas que a verdadeira Religião consinta as outras! Isso implica: a verdade é inimiga capital da mentira.

6. Porque causa se declara a Seita dos Espíritos Fortes pelo Tolerantismo em matéria de Religião? As paixões humanas só reduziram este problema. Para tranquilizar a consciência, não querem estas sem Religião: e para satisfazer o seu apetite sem inquietação, não se abraça alguma em particular. Um fantasma de Religião geral ocupa o seu lugar, e ensurdece aos remorsos. que lhes ocasionaria a infracção das obrigações de uma Religião particular: é deste modo que o artificioso apetite leva os homens aos seus fins.

7. Os novos Filósofos sempre pregam a Tolerância, e não querem tolerar a Religião do seu próprio País. Que inconsequência! E merecerão se escutarem Doutores, que intentam arruinar por uma parte, o que pela outra edificam; e com tudo escutam-se? Oh tempos! Oh costumes!

8. Sim, a verdadeira Religião é intolerante, mas a sua intolerância não é sanguinária: ela somente consiste a crer o que está fora do seu seio, se não pode esperar a salvação, e a gemer sobre a futura sorte aos que a não seguem. A religião não faz violência a ninguém; ela se persuade (Piae Religionis est proprium non cogere, sed saudare. S. Athan. in Apol. 2.). Coisa de possuir os corações, ele rejeita todo o obséquio forçado. Quem a professa sem a sua vontade, de nenhum modo a professa.

9. A maior desdita que pode acontecer a um homem, é de se enganar na escolha da Religião. Sem castigo senão despreza a verdadeira. A verdadeira, dis um padre, (Bonum est homini ut eum veritas vincat volentem, quia malum est homini, ut eum veritas vincat invitum. Nam ipsa vincat necesse est, five negantem, five confitentem. S. Aug. Epist. 238. ad Pasch. cap. 5. n. 29.) triunfará de nós, quer o queiramos, quer não. A maior miséria do homem é que a verdade triunfa dele mesmo sem o querer.

10 A verdadeira Religião é o verdadeiro culto do verdadeiro Deus, veri Dei verus Cultus. É um comércio entre Deus e o homem, que une estas duas extremidades, que uma distância infinita parece separar; que faz conhecer ao homem o que é Deus a seu respeito, e o que é ele a respeito de Deus; tudo o que ele deve, e pode esperar. Mas que meio de reconhecer o verdadeiro culto? Levaremos esta questão ao Tribunal da Filosofia? Não: Deus não tem entregado a Religião aos caprichos dos homens. Ele mesmo foi quem regulou os obséquios, e adorações, que lhe devemos prestar.

11. A verdadeira Religião deve pois anunciar-se por caracteres Divinos. Ora nós não notamos no Mundo, mais do que quatro Religiões; o Paganismo, o Judaísmo, o Cristianismo, e o Maometismo. Qual é a que traz os finais da Divindade? Entremos no exame. 

(tem continuação, aqui)

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