10/09/11

STº. AFONSO MARIA DE LIGÓRIO - RESUMOS IV


A DESGRAÇA do PECADOR e VIDA FELIZ de QUEM AMA a DEUS


Da 21ª consideração
Vida Desgraçada do Pecador e Vida Feliz de Quem Ama a Deus

"Non estpax impiis, dicit Dominus" (Is. 48, 22) ("Não há paz para os ímpios, diz o Senhor ")
"Pax multa diligentibus legent tuam" (Ps. 118, 165) ("É profunda a paz dos que amam a vossa lei")

I
Não Pode o Mundo Fazer-nos Felizes

St. Afonso recorda-nos que todos trabalhamos para encontrar a paz ou a felicidade:
"É o objectivo dos esforços do negociante, do soldado, do litigante: afigura-se-lhes que, conseguida tal vantagem, realizado tal aumento, levado a bom termo tal processo, farão a sua fortuna e dela poderão gozar sem perturbações."

E exclama o Santo Doutor da Igreja:
"Ai, pobres mundanos! Pedem ao mundo a paz que ele não pode dar-lhes! Só Deus pode dar-nos a paz, como se exprime a santa Igreja nas suas preces: "Da servis tuis illam, quam mundus dare non potest, pacem."

Os bens do mundo não contentam o coração, pois o homem foi criado para Deus e não repousa verdadeiramente em menos. Já os animais encontram a paz nas coisas terrenas:
"Dai um feixe de feno a um cavalo, lançai um bocado de carne a um cão e ei-los contentes, nada mais desejam. Mas a alma criada para amar e viver unida a Deus, jamais poderá encontrar o seu repouso nos prazeres dos sentidos; só em Deus pode encontrar o limite das suas aspirações".

Do rico relatado nos Evangelhos e que tinha bens acumulados, que disse para si mesmo "repousa, come e bebe", diz St. Afonso lembra que dele o próprio Deus lhe pôs termo à vida terrena e lhe chamou insensato."

Pode o homem encher-se com os bens terrenos?

"Diz S. Bernardo, saciar-se deles, nunca. No seu comentário ao Evangelho que começa por estas palavras: "Eis que deixamos tudo", o mesmo Santo escreveu que observara loucos, possuídos de diversas manias, mas todos vítimas duma fome devoradora. Para saciá-la, uns engoliram terra, os avaros; outros aspiravam ar, os ambiciosos; outros, perto duma fornalha, atiravam à sua boca algumas fagulhas dela, os coléricos; outros enfim, à margem dum lago infecto, abeberávam-se de águas corrompidas, os impuros. Dirigindo-se depois aos escravos dos diferentes vícios, o Santo exclama: "Ó insensatos, não vedes que, longe de vos saciar a fome, essas coisas vos tornam mais famintos?""

Segue-se uma série de exemplos para os diferentes casos que, talvez, possamos resumir a: quanto mais água salgada se bebe mais cede se tem. Transcrevo a parte que toca ao avaro e do ambicioso:

"Vede o avaro: quanto mais ajunta, mais deseja amontoar: de modo que, segundo a expressão de S. Agostinho, o "dinheiro que se lança ao monstro da cobiça, não o enche, antes o dilata, aumentando-lhe a capacidade das entranhas." Do que toca ao ambicioso "quer sustentar-se com fumo, atendendo não tanto ao que possui como ao que lhe falta. Depois de ter sujeitado ao seu domínio tantos estados, gemia ainda Alexandre Magno, pelo resto do mundo que lhe faltava."

A experiência mostra que os ricos, com aparente razão para serem os mais perfeitamente felizes, acabam por não o ser, bem pelo contrário.

(faltam ainda o II e III)
Reze agora uma Avé-Maria

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