05/09/11

FUI FAZER ANÁLISES

Lá fui eu fazer análises. Na fila uma velhinha falava com outra sobre os acostumados aspectos da vida "Deus nos dê saúde para cá andarmos", "vamos lá ver o que o médico diz depois", "as pernas ainda andam até que Deus queira". Gosto cada vez mais de ouvir estas antigas pessoas que existem cada vez menos, sobretudo as do interior do país. E, enquanto me comprazia na contemplação da antiga sanidade portuguesa quase desaparecida, arrepiou-me subitamente um estrondo rude: respondeu a outra velhinha "é verdade, Deus nos dê uma FÉ VIVA". Bruscamente regressei da minha viagem intemporal ao tempo da estupidez actual. Algo não encaixava. Aquele "fé viva" era um elemento inexistente, alógico, ilógico, contra-lógico, em tudo o que ouvira aos ancião do interior. Este elemento caia tão mal no cenário que o rompera com golpe de faca, e feriu.

Mais recentemente apercebi-me que, no interior, os idosos que não são amigos da televisão, e raramente vão à missa da paróquia por dificuldade de locomoção, conservaram os critérios de discernimento sãos comparativamente aos que costumam ir frequentemente à missa da paróquia. De uns para outros as crenças variam assustadoramente, pelo que sou obrigado a concluir que os senhores padres nas paróquias são HOJE os principais responsáveis pela destruição doutrinal da Santa Igreja.


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