"CATECISMO CATÓLICO DA CRISE NA IGREJA" (8)

II

A FÉ

8. QUEM PODE DIZER-NOS COM AUTORIDADE O QUE PERTENCE À REVELAÇÃO?

Unicamente o Magistério da Igreja, que reside principalmente no Papa, pode dirimir uma questão disputada e dizer com certeza no que devemos acreditar e o que está errado. É a Pedro de facto - e nele, aos seus sucessores - que Cristo disse: "Tu é Pedro, e sobre esta pedra que és fundarei a minha Igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela" (Mat 16, 18). A Pedro igualmente, deu a missão de confirmar os Irmãos na Fé: "Rezei por ti, para que a tua Fé não falhe, mas tu uma vez convertido, confirma os teus irmãos." (Lc 22, 32). Chamamos dogma a uma doutrina que a Igreja definiu infalivelmente como fazendo por fazer parte da Revelação divina.

a) Diz a Santa Escritura alguma coisa sobre a forma como ela deve ser interpretada?

- São Pedro diz na sua segunda Epístola: "Entendo, primeiro, isto: que nenhuma profecia da escritura se faz por interpretação pessoal. Porque em nenhum tempo foi dada a profecia pela vontade dos homens, mas os homens santos de Deus é que falaram, inspirados pelo Espírito Santo." (II Pedro 1, 20-21). Esta passagem manifesta simultaneamente que não podemos interpreta-la cada um à sua vontade. É entretanto o que fazem os protestantes: cada qual interpreta a Bíblia; e naturalmente, cada um a entende de maneira diferente.

b) Podemos provar duma outra maneira a instituição dum Magistério infalível na Igreja?

- A simples reflexão basta para demonstrar a necessidade dum Magistério infalível. Cristo não quis falar unicamente aos seus contemporâneos da Palestina, mas a todos os homens de todas as épocas futuras e em todas as regiões da terra. Ora, a sua doutrina não podia ser conservada sem alterações no decorrer dos séculos sem uma autoridade competente para dirimir as discussões futuras. Logo esta autoridade foi instituída.

c) Temos outros sinais desta instituição?
- O exemplo dos protestantes mostra na prática o que acabámos de explicar. Para eles nada de Magistério, mas cada um deles é seu próprio papa (Pedro Apóstolo). É por isso que estes estão divididos numa multidão de seitas que acreditam completamente de maneira diferente uns dos outros. A Igreja católica, pelo contrário, conservou intacta a Fé desde os primeiros cristãos.