(continuação da II parte)
GOVERNO,
GOVERNAR – Há
pouco tempo, que estes Vocábulos egrau-se a ser propriedade dos perversos
Filósofos Democráticos. Antes desta época, não era o Governo considerado por
eles, senão como egrau de sua sanguinária mordacidade, e como a coisa mais
vergonhosa do Mundo. Porém empenhou-se o Diabo, e permitiu Deus que o Governo
caísse em suas mãos: e eis-aqui a ocasião de nos explicarem, o que entendiam
por aquelas palavras. O Governo Republicano
Filosófico é unha com carne com a Política
(vid.) Democrática. Lançar a
espada da discórdia entre os Cidadãos pacíficos; destruir o Clero, o culto, e
os costumes; aniquilar a Religião; consumir até aos tutanos os possuidores, e
afazendados com enormes contribuições; arruinar o Comércio com excessivos
pedidos; cerrar a boca a toda e qualquer Representação (especialmente se contém
verdades, e reclamações) com presídios, desterros, e fuzilaturas; pôr nos
lugares de Juízes homicidas e ladrões; enviar por Intendentes os falsificadores
de Câmbios, e Moedas; por Directores os ímpios e orgulhosos; e por Cobradores
os mais cruéis e fanáticos: eis-aqui o que em idioma Republicano se chama verdadeiro
Governo. E como infalivelmente, se os Diabos viessem governar a terra, vale
de ter instalado este modo de governar, por isso nos parece que com muita mais
razão deve chamar-se Governo
Demoniocrático, do que Democrático também não falta quem assegure que governar, em a língua moderna, deve
traduzir-se em a antiga na palavra destruir.
Porém deixemos isto, que seria um nunca acabar.
Há homens capazes de pôr a sua língua no Céu mais puro; e os há que têm a vilania de assegurar que os Governantes
Democráticos não têm feito maldita a coisa, que seja boa. A estes selvagens
lhes diria tanto, e tão bem, que os deixaria sem alentos! Porque, descarregado
o Governo Democrático (por meio da simplificação
de sua política) dos fastidiosos cálculos do Comércio, Rendas, e Artes, e
provendo a todas estas coisas com os facílimos arbítrios de tirania, e opressão, tem-se estado por
isso ocioso? Não tem gasto todo o seu tempo, e lugar em importantíssimas
tonteiras? Não há empregado seus suavíssimos, e paternais cuidados, suas perspicazes
ideias, seus talentos sublimes em grandes bagatelas, e puerilidades tão
ridículas, que a um mesmo tempo serão o imortal monumento da sua sabedoria, e
sua glória, e o mais autêntico testemunho da pouca vergonha, e crassa
ignorância dos antigos Governos, que nem sequer se egraus volver os olhos a
tamanhas frioleiras? Pois que? É pouco negócio ter feito numerar as casas,
escrever os nomes dos caminhos, onde os não havia, introduzir o modo de contar
à Ultramontana, destruir as rótulas, e adufas, e outras duzentas coisas mais,
qual delas mais necessária, e importante? Quantos cuidados, suores, e fadigas
não tem custado ao Governo Democrático as árvores da escravidão, digo, da liberdade;
os laços, sua cor, e o tamanho que deviam ter? Tem-se trabalhado por ventura
tanto em achar a quadratura do circulo, como eles têm trabalhado em resolver,
se os barretes, ou gorras vermelhas (distintivo da fúria Republicana) se
deveriam trazer por dentro, ou por fora do chapéu, sobre de que cor seriam as
Bandeiras Republicanas; sobre a destruição dos escudos d’armas dos Nobres; sobre
os títulos de Cidadão, e Cidadoa; sobre o tamanho dos sabres, e se os haviam de trazer de rastos, ou suspensos? Hão brilhado
pouco seus talentos, sua invenção, e sua egrause em introduzir nos passaportes
a cor da barba, a testa, olhos, cabelos, boca, orelhas, e narizes? (e muito
favor nos fazem em não pedir que descubramos mais um olho para eles verem, e tomarem feições, etc.) Enfim vamos
adiante... E hão roído pouco as unhas, e estragado pouco os miolos em idear as
Festas Patrióticas, e arranjar umas Canções, em que estão disputando a
primazia, os embustes, as poucas vergonhas, e o mais perverso fanatismo? E
depois de todas estas coisas, e outras infinitas, haverá quem diga, que o génio
benéfico Democrático não há sobressaído a todos os mais Governos na arte de
governar? Basta ler seus Proclamas, seus Escritos, e suas interessantíssimas
Dissertações impressas, e estampadas sobre a ignorância crassíssima dos Povos
no modo de contar as horas; e basta um lançar d’olhos sobre os engenhosíssimos
Diálogos entre os corrimãos, e os egraus,
e outras muitas Obras tão excelentes como esta, para poder formar ideias da
eminente, e profunda Ciência Democrática sobre matérias de Governo.
Porém tudo isto é uma bagatela em comparação das imensas
fadigas, que há empregado, para baptizar com diferentes nomes as imposições, os
direitos, e alcavalas, que tem crescido sem limite, debaixo dos nomes de
donativos patrióticos, empréstimos forçados, loteria de bens, e outros sessenta
mil. E onde vamos a parar com as angústias mortais, que teve que sofrer, para
achar novos meios de animar o aturdido fanatismo, e sustenta-lo; de persuadir a
seus tiranizados escravos, que eram livres;
de fazer crer aos infelizes, e desgraçados, que gozavam felicidade; e de que
acreditassem cegamente que aqueles mesmos, que enganam, seduzem, intrigam,
roubam, e assassinam o Povo, são os seus mais leais, sinceros, e benéficos
amigos? Aturdir-se-á, e pasmará a posteridade ao ouvir que a Política
Democrática prevalece-o por algum tempo em certos Países a benefício da
confusão da língua; e ficará atónita ao saber as medalhas, os monumentos, os
louvores, e congratulações dadas pelos Povos com tanta profusão àqueles mesmos,
que os privavam inteiramente da Religião, liberdade, independência, bens,
comércio, cultura, costumes, e de quanto pode aliviar, e adoçar as amarguras, e
dissabores do homem sobre a terra. E poder-se-á negar ao Republicanismo
Filosófico a verdadeira arte de governar? Uma coisa há boa, e é que já se não
dá engano, sobre qual seja ou não o Governo Filosófico Democrático. Conservar a
Religião, a pureza de costumes, e as propriedades: castigar os blasfemos,
dissolutos, e delinquentes; prover as necessidades, e aflições dos Povos; fomentar
o comércio, agricultura, e as artes; manter em segurança, e quietação a honra,
a vida, e os bens dos súbditos fiéis, e honrados; e tudo aquilo finalmente que
outras vezes se chamava governar bem,
se chama republicanamente tiranizar,
e por conseguinte está mil léguas distante, pelo menos do Governo Democrático.
Destruir numa Sociedade quanto há de verdadeiramente útil, e seguro; ter a
todo o bom Vassalo num tremor perpétuo por sua consciência, vida, bens, e
honra; introduzir em os mando os facinorosos e ateus; sustentar o mais horrível
despotismo em favor dos confiscos, dos desterros, e das espoliações; introduzir
no Estado o Ateísmo, a anarquia, a libertinagem, a miséria universal, e tudo
quanto até agora se chamou verdadeira
tirania, é cabalmente o que em idioma Republicano se chama governar bem; e o que, por conseguinte
constitui todo o Governo Filosófico Democrático. E porque se chama isto bom governo? A razão não pode ser mais
concludente; é porque nele há laços tricolores, largos chifarotes, fanatismo,
cabeças destroncadas, escritos insolentes, e abominável libertinagem; porque o
vilão, o lacaio, e o malsim são os que obtêm os Empregos, e os que são saudados
com os títulos de Tenentes, Capitães, Chefes de Batalhões, ao mesmo tempo que
estão exercendo os honradíssimos Ofícios de esbirros, denunciantes, e até
muitas vezes outros infinitamente piores.
(* Grandes serviços desta natureza
devemos aos nossos Regeneradores. Sobre a cor, e forma do laço gastaram-se
bastantes Sessões: e o que não custou a saber se conselho, se devia escrever
com c, ou com s? Suaram aquelas testas dos Pais da Pátria sobre uma Questão de
tão grave transcendência! E gastaram-se um par de moedas tesas! Mas por fim
ficámos na mesma.) D. Tr.
MODO, MANEIRA – Vocábulos de
entrincheiramento, o que fazem um grande papel entre os filósofos Republicanos.
Longe de que os evidentes, e excessivos males produzidos por seu endiabrado
Governo os façam entrar em si e conhecer seu erro, ao contrario se acolhem aos
mais ridículos, e frívolos pretextos para escusar seus pérfidos, e desatinados
projectos. Dizem que seu plano não pode ser melhor; porém que os executores é
que o deitam a perder pela maneira, com que o introduzem, e executam. Porém
quem pode tapar a boca, a quem quiser dizer o mesmo da Tirania, da Anarquia, e
de todas quantas coisas más há no Mundo? Porque se, como eles dizem, sua
Democracia é boa em si, e só tem de mau o que se lhe pega dos executores; como
acontece que tantos, e tantos engenhos, sem terem visto o modo, e a maneira destes Agentes, tem anunciado um por um todos o
males, que deviam nascer do sobredicto Governo? E por que maneira pretenderam
os Filósofos que se deva introduzir em os Povos sua monstruosa invenção, ou
perfeito Quixotismo? Os Povos achavam-se mui bem, e não estavam do humor
daquele, que, estando bom, morreu, porque
quis estar melhor. Os Povos tinham sobeja luz para conhecer que era o maior
dos disparates depreender-se dos braços paternais de um Soberano amável, e
religioso, para ir lançar-se em as garras de cruéis, e fanáticos ímpios. E
suposta esta evidente verdade, que outro modo, ou maneira ficará aos executores
do modo, se não estava outro em seu
arbítrio? De boa mente quisera eu que me dissessem que maneira há para mudar a
natureza das coisas. Porque se num Povo bom, sincero e pacífico devem
infalivelmente prevalecer nas eleições os astutos, os intrigantes, os audazes,
os embusteiros, os ambiciosos e os sem consciência, se numa multidão (mormente
se é imoral, e irreligiosa) são inevitáveis as opiniões; se das opiniões nascem
indispensavelmente discórdias, das discórdias nascem partidos, e dos partidos
tirania; como tem valor estes malvados para atribuir ao modo, o que evidentemente procede da natureza intrínseca da coisa?
Além de que: depois que um partido chegou finalmente a superar o outro, não lhe
fica outro modo de sustentar-se senão
pela tirania, do mesmo modo, que ao vencido não lhe resta outro arbítrio para
levantar-se, que o dos estragos, matanças, e violências. Logo todas estas
belezas são inseparáveis do Republicanismo moderno. Porque o querer supor os
homens em geral com rectidão, e amor pelo bem público, com desinteresse
privado, com virtude, e concórdia, etc. etc., como perfidamente supõe os
filósofos para inculcar o seu Governo, é supor verdadeiras as falsíssimas
fábulas dos poetas, que sendo embustes na boca dos Filósofos. Disparates haverá
no mundo; porém eu aposto que não haverá um maior, que o de estabelecer por
fundamento da democracia aquilo mesmo, que não póde ser efeito senão da
Verdadeira Religião, e de um Governo Sábio. O melhor modo, por tanto, e a melhor maneira,
que deviam ter os Filósofos de escusar-se, seria pronunciar bum redondo "ergo erravimus". Porém Lúcifer quer
antes ser Lúcifer por toda a eternidade, que fazer uma confissão tão ingénua; e
os filhos (não se devem escandalizar, porque se intitulam filhos da luz) não podem deixar de sair ao Pai.
ENGENHO – Vocábulo comummente mal
aplicado, ainda no tempo antigo, mas que se há tirado de suas relações, e não
tem guardado nenhuma medida em poder dos Democráticos. É já hoje bem sabido que
é pleito ganhado por eles, o chamar engenho
à malícia, e tê-los por uma mesma coisa, ainda que sejam, como na realidade
são, entre si bem diferentes. Daqui vem que, tendo os Democráticos tanta malícia, tem por isso mesmo tantíssimo
engenho. A experiência, não obstante, ensina por todas as partes ao homem
que a maior malícia é sempre propriedade dos mais idiotas, e rústicos, que
privados de todo o engenho, quando se trata de fazer bem, tem sem embargo
alguma coisa mais que sobrada malícia para o mal. É verdade que ainda há no
Mundo homens honrados e leais; porém, o que são estes, se os compararmos com o
prodigioso número de traidores, falsários, e embusteiros? Nada. Pois eis-aqui
porque em nossos dias há tantos engenhos.
Senhor, olhe que para violar Pactos, Juramentos, e Convenções, e para faltar à
sua palavra, e afirmar hoje o contrário do que se disse ontem, não se necessita
de muita perspicácia. Estamos conformes; porém necessita-se não ter vergonha,
nem carácter; e isto basta hoje em dia para passar por homem de engenho. Deixêmo-nos de disputas, e
digamos de uma vez: em quanto estes figurões impostores acharem que lhes dê
crédito, há de figurar com eles a malícia e a iniquidade. Porém os homens por
um pouco meditem, reflexionem, cotejem a sua conducta, examinem os Escritos, e
registrem com miudeza as costuras a estes Mágicos de Salerno, e não somente
aparecerão aos olhos de todos tão malvados, mentecaptos, como na realidade são,
mas até se convencerá o Mundo do perverso leite, que podem dar.
BENS NACIONAIS – Termo inventado em Língua
Democrática, para fazer contraste ao Vocábulo Propriedade. A violação das
propriedades era outrora na Sociedade o emprego dos homens mais viciosos, e
corrompidos, que nela viviam. Os bens adquiridos por este modo se chamavam bens roubados; e o que os adquiria, se
chamava ladrão. As Leis deviam não
levar muito a bem semelhantes aquisições, e deviam o que quer que seja a
respeito da forca, e galés. Mas nos tempos presentes, onde governam os
Republicanos, passou isto a ser negócio de Nação, e por tanto mudou-se-lhe
justamente o nome; e os bens roubados,
em termos mais polidos, se chamam bens
Nacionais. O mais curioso é que se lhes dá este nome, ainda antes de se
roubarem aos Proprietários.
HUMANIDADE – Apenas haverá página, ou
linha dos Livros Filosóficos, ou Proclamas Republicanas, onde se não ache esta
palavra, e onde se não recomende, se louve, e se exalte até às nuvens. Porém a
verdade é, que entre os Democráticos não tem ela outro lugar senão nos Livros,
apesar de ser certo que também costuma aparecer em seus lábios, porém isso somente quando estão mais raivosas suas entranhas, e quando tratam de
enganar-nos. Pelo que respeita a seus factos, aposto a olhos fechados, que não
se descobre neles senão a mais atroz ferocidade? Esta manifesta contradição
entre os ditos e factos dos Republicanos se concilia sem embargo
perfeitamente. Quando o negócio é de não Republicanos, humanidade toma-se, e entende-se em seu próprio, e antigo
significado; quando o caso é pelo contrário, volta-se a casaca, e tomam a
humanidade em sentido democrático. Segundo isto, não há dúvida que a humanidade
deve definir-se conforme a qualidade da pessoa, a quem se refere. Se é a quem
não é Filosofo Democrático, é uma virtude
que o distingue das bestas, e das feras. E se é a um Republicano, é uma virtude própria de feras, por onde ele
se diferença dos homens.
(* Acabando de traduzir este artigo da
humanidade despertou-se-nos a lembrança, do que há pouco lemos em a fala do Rei
dos Ingleses, em que ele diz ter feito um Tratado com a França sobre a
Escravatura, para destruir este flagelo, que há tantos Séculos pesa sobre a humanidade, para cujo efeito se haviam
reunir as forças navais das duas Nações em certos pontos etc. Ora, a falarmos a
verdade, a nossa política é tão rasteira, e nós tão pouco versados nas
maniversas inglesas, que não podemos compreender como a humanidade Negra, que vive nos Sertões de África, lhes mereça tanta
atenção, quando a humanidade branca,
que vive debaixo de Leis férreas na Irlanda, e nas Colónias, em que dominam;
assim como não podemos compreender como estas duas Nações se arvorassem em
Procuradores dos Negros, para quem a Escravatura sem dúvida era um benefício, e
dispusessem de forças Marítimas numa ocasião, em que sem dúvida outras questões
mais graves deviam chamar a sua atenção: também não sabemos como seja
necessária essa união de Esquadras para um fim tão diminuto, como é obstar ao
Contrabando dos Negros: Latet anguis in
herba: aqui há serpente escondida, e é muito venenosa. Talvez se realize
agora, o que há muito disse um Periódico Francês (l’Avenir) que tendo havido na
França tantos Governos, desde que começou a Revolução, ainda lhe restava ter
um, que era a liga do Leopardo com o Galo: cremos não estar longe. Estas
Esquadras, que se diz reunirem-se por causa dos Negros, quem sabe para onde endireitaram a proa! Nos papéis Franceses se escreveu, e a nossa mesma Gazeta
nos afiançou que a Esquadra, que saíra de Toulon em Junho do ano passado, ia
para a Grécia, e eis senão quando aparece-nos no Cabo do Espichel, logo em
Cascais, e da a pouco em Lisboa; e se nos não enganámos uma Curveta Inglesa fez
sinais na véspera com tijelhinhas, e no dia com bandeirolas, que todos virão
etc. E porque não acontecerá agora o mesmo? Que errem o rumo?! Não, não nos
apanham de susto; não nos adormecem. Talvez também os 8 ou 10 mil homens, que
viera para Toulon, com o fim aparente de irem para Argel mudar a Guarnição,
talvez que venham entrar na Esquadra, que vai defender os direitos dos Negros?!
Olhem vossas mercês, que há duas qualidades de Negros: Negros, a quem os raios
do Sol na Zona tórrida fazem da cor de azeviche; e Negros, discípulos do diabo, que trabalhão às escuras; é provável
que por causa destes, e por causa da escravidão, e exortação, que um Fernando [Fernando VII de Espanha?], e um MIGUEL lhes prepara, se unam essas
Esquadras. Mas, quid ad nos? Que nos
importa tudo isso?! Toda a Nação é sempre poderosa, e demasiado forte, quando
trata de defender a sua independência, a sua Religião, e o seu Rei: E que
Rei?! Suspendemos por ora os nossos juízos a este respeito, e não queremos que
este mesquinho papel aumente mais o número das exortações. Ah! Se fizéssemos a oração pela passiva, que bem que
ficava então esta palavra exortações!
(a bom entendedor meia palavra basta) mas lembrámos sempre a todo o mundo, se
possível é, que lance os olhos sobre a história do passado, e verá sempre que
aquelas Nações, que tem sido auxiliadoras de Portugal, tem crescido, e
fizeram-se opulentas com as suas Alianças, donde resultava haver uma
rivalidade imensa, sobre quem havia proteger mais este cantinho do Mundo; e
pelo contrário aquelas, cuja Política era oprimir-nos, desandaram da sua
grandeza, e nunca mais voltaram a ser, o que eram. Veja a Política do grande Richelieu, e do profundo Pitt: e o que se encontra nela?! Dar a
mão a Portugal a todo o custo, para sustentar a grandeza de qualquer daqueles
Estados. Não falharam os seus planos, e a repetida experiência o mostrou. Mas
uma Política que tenha por base princípios opostos, poderá ter os mesmos
resultados?! Não, não. Porque princípios diversos produzem diversas
consequências. E talvez seja este o meio, de que a Providência queira servir-se
para confirmar as promessas feitas ao 1.º Afonso, deprimindo o orgulho, e
premiando a inocência..... Esta é a esperança, e quase certeza.) D. Tr.
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LISBOA:
NA IMPRESSÃO RÉGIA. ANO 1832.
Com Licença.
(Fim do N.º 5)
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