31/03/15

IMITAÇÃO DE CRISTO - Thomas de Kempis (LXV)

(continuação da LXIV parte)

A IMITAÇÃO DE CRISTO
Thomas de Kempis

III Livro
A Fonte Das Consolações

Cap. XXXIII

A Pouca Firmeza Do Coração Humano, Que Não Poderia Estar Fixo Senão Em Deus

1. Cristo - Filho, não te fies na tua disposição presente, porque depressa se mudará em outra.
Enquanto viveres, estarás sujeito às mudanças, ainda que não queiras.
Achar-te-ás ora na alegria, ora na tristeza; ora na paz, ora sem sossego; ora na devoção, ora sem ela; ora no fervor, ora sem ele; ora na modéstia, ora na leviandade.
Mas o verdadeiro sábio, instruído no espírito, elevas-se acima desta vaidade, permanece firme em todas estas mudanças. Não considera o que se passa em si mesmo, nem de que parte sopram os ventos da inconstância humana. Pensa só em adiantar-se no seu caminho, recolhendo e reunindo todos os movimentos do seu coração, para os pôr em mim, como seu único e verdadeiro fim.
Assim é que, tendo sempre fixos em Mim os olhos simples da pura intenção, poderás permanecer inalterável e sempre o mesmo, no meio da diversidade dos sucessos que ocorrem nesta vida.

2. Quanto mais a intenção for pura, tanto mais a alma se achará constante entre as tempestades que a combatem. Mas este olhar tão puro facilmente se escurece porque o apartam de mim para o porem em alguma coisa humana que lisonjeia os sentidos.
É coisa raríssima achar uma alma inteiramente livre e cuja pureza não seja manchada pela névoa de algum interesse inconfessável.
O Evangelho mostra duas intenções nos judeus que vieram da Betânia visitar Marta e Maria. Eles vieram não só para ver a Jesus, mas também para ver a Lázaro.
Deves, pois, purificar o sentido da tua intenção, para que seja simples e recto e para que se dirija só a Mim, apesar dos vários objectos que se lhe apresentarem.

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