12/02/15

NOVAS SOBRE A ABDICAÇÃO DE BENTO XVI

Mons. Leo Cushley
O Catholic Herald (UK), a 2 de Fevereiro de 2014, publicou o relato de Mons. Leo Cushley, Arcebispo de St. Andrews e Edimburgo, a respeito do momento da abdicação de Bento XVI. Ontem, dia 11 de Fevereiro de 2015, justamente dois anos depois da abdicação, o Catholic Herald volta a publicar o mesmo testemunho.

Deste testemunho recolho dois dados sumamente importantes, os quais levam a concluir que:

1 - Nenhum dos dois secretários privados do Papa sabiam o que iria passar:

"O meu estômago virou-se do avesso quando percebi que aqui diante de nós estava uma coisa que não se via há séculos: a resignação voluntária do Romano Pontífice.

Parecia que, em câmara lenta mesmo diante de mim, um cameraman assistente da televisão levou a sua mão à boca num gesto de espanto tipo desenho-animado, o monsenhor sentado ao meu lado começou a soluçar devagar, os ombros do Arcebispo Gänswein pareceram cair. Os cardeais inclinaram-se para a frente para ter a certeza de que tinham percebido exactamente o que estava a ser dito e eu apercebi-me que me estava a certificar se que a minha boca não estava totalmente aberta. Depois fez-se silêncio."

2 - Depois do comunicado da abdicação, apenas o Card. Sodano reagiu sem surpresa.

"Após uma pausa, o decano do Colégio de Cardeais, o Cardeal Ângelo Sodano, levantou-se e começou a falar. Não me lembro precisamente do que ele disse, mas foi breve, calmo e adequado. Estava claro que ele tinha sido informado antes e tinha preparado algumas palavras.
Pelo contrário, as caras dos cardeais mostravam que não tinham tido nenhum aviso do que se ia passar naquela manhã."

Infelizmente não se pode concluir com certeza que o cair de ombros do Secretário papal indique que este foi apanhado desprevenido com a notícia; ainda mais que não se diz que caíram realmente, mas sim que "pareceram cair". Também, relativamente ao Cardeal Ângelo Sodano dizer que "estava claro que ele tinha sido informado", não mostra tantas evidências quanto necessáro.

Contudo, se é certa a interpretação de Mons. Leo Cushley estamos então perante algo muito significativo:

- Quanto antes o Card. Sodano sabia da abdicação?
- Qual a necessidade do Card. Sodano saber antecipadamente, se nem os secretários do Papa souberam?

2 comentários:

Anónimo disse...

Sodano sempre foi como carne e unha do ex- Papa, este que nos tempos do então criado e malfadado VCII, era também cardeal. A história de Ratzinger e Sodano é a história da decadência do Vaticano e dos frutos que colhemos nos dias hodiernos.

anónimo disse...

enfim...

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