27/09/14

Em defesa da BULA DA SANTA CRUZADA (I)

Entre os católicos que fazem a louvável e difícil questão de ser ou permanecer como o catolicismo sempre foi, e na realidade é, coloca-se por vezes a questão da validade da Bula da Cruzada. Alguns, por zelo seguem-na, alguns por zelo evitam-na.

Nada pior que opinar em questões que obviamente são claríssimas para a Igreja. A Bula da Cruzada atribui um DIREITO, não é uma mera REGALIA!

Infelizmente alguns olham para esta bula como se fosse uma regalia pela qual a Igreja estaria a VENDER a possibilidade de se quebrar o jejum. Estes que assim pensam, não estarão longe daquela infeliz opinião de que a Igreja ao longo da história aprovou muitíssimas barbaridades e as promoveu! Desta "venda", a um passo da simonia!

Propositadamente recorri a um livro espanhol:

"(...) Sabei que há modo de desatar esses nós que vos parecem indissolúveis, e um é como fio de ouro para saírdes dos vossos labirintos. E qual é este?: A BULA DA SANTA CRUZADA, que se dá a conhecer, e vos é oferecida benignamente.

Ela é uma graça, ou melhor dito, é um tesouro inesgotável de graças; mas de graças que podem introduzir-nos na mais soberana de todas as graças desta vida, que é a amizade de Deus. Mas de que utilidade é esse rico tesouro, senão se tem dele notícia? Ou, que nos serve disto ter notícia sem saber o modo de uso e execução? Por isso, por mais abundantes que sejam as graças da Bula da Cruzada, serão inúteis se não vos empenhares em saber o modo de alcançá-las.

Para este fim, e para formar justa ideia da SANTA BULA, (...) bastará que considereis: I. as utilidades que vos vêm com esta graça; II. a facilidade que tereis de gozar esta graça; III. a precisão de valores que vereis desta graça." (Explicacion de La Bula de la Santa Cruzada, que Para la Mayor Commodidade de los Reverendo Parrocos, y Ultilidad de todos los Files, Manda dar a Luz el Illmo. Comissario General de la Misma Santa Cruzada; TOLEDO, 1758)

(a continuar)

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