23/06/14

RETRATO DE LUTERO E DOS SEUS PRINCIPAIS DISCÍPULOS (I)

Retrato de Lutero e dos Seus Principais Discípulos, Traçado Por Ele Mesmo e Por Alguns Protestantes Contemporâneos.

Começando por Lutero, verdadeiro fundador ou Protestantismo, eis aqui como se exprime falando de si mesmo. Confessa que quando era católico passava a sua vida nas austeridades, nas vigílias, nos jejuns e orações guardando sempre pobreza, castidade e obediência. Depois, porém, de se fazer "reformador" ou protestante, converteu-se num homem completamente diferente. Em prova disso, continua dizendo: "que assim como não depende da sua vontade o ser homem, também não está nas sua mão viver sem mulher, e que não pode prescindir dela, como não pode deixar de satisfazer as mais baixas necessidades da natureza."

Martinho Lutero
Vejamos agora o juízo que formava dele o seu contemporâneo Henrique VIII, o qual, apesar de estar preso nas mesmas redes e de se ter deixado arrastar pelos mesmos vícios até cair na apostasia, chega a escandalizar-se da libertinagem de Lutero: "Já não me admiro de que verdadeiramente não tenhas vergonha, e te atrevas a levantar os olhos perante Deus e perante os homens, por ter sido tão ligeiro e volúvel, que te deixasses conduzir por instigação do demónio às tuas mais insensatas concupiscências. Tu, frade de Santo Agostinho, abusaste, em primeiro lugar, de uma virgem sagrada, que noutros tempos teria expiado o seu delito com ser sepultada viva, e tu com seres açoitado até morrer. E longe de ter arrependeres - coisa execrável! - A recebeste publicamente por mulher, contraindo com ela núpcias incestuosas, e abusando da pobre e miserável donzela com escândalo do mundo com reprovação e opróbrio da tua nação, com desprezo do santo matrimónio e com injúrias e vilipêndio dos votos feitos a Deus. Finalmente, e é o mais execrável, em vez de te sentires abatido e cheio de sentimento de vergonha pelo teu incestuoso matrimónio, tu, miserável fazes alarde disso e em vez de implorar o perdão de teus miseráveis delitos, provocas com as cartas e escritos a todos os religiosos para que façam outro tanto."

Conrado Resiss, da seita dos sacramentários e contemporâneo também de Lutero, dizia dele: "Deus para castigar o orgulho e a soberba que se descobre em todos os escritos de Lutero, retirou dele o seu espírito, e o entregou ao espírito do erro e da mentira, que sempre possuirá os que seguem as suas opiniões enquanto não se retratem delas".

Não é muito diferente a descrição que faz o doutor de Wittemberg a chamada Igreja de Zurich, respondendo à confissão de Lutero na página 61: "Lutero, diz, considera-nos uma seita execrável e condenada; mas veja bem se não é ele quem se declara heresiarca, pelo mesmo que não quer nem pode associar-se aos que confessam a Jesus Cristo." E como não, pois que é um homem que se deixa arrastar pelos demónios a toda a classe de torpezas? Que suja é a sua linguagem e quão cheias de demónios infernais são as suas palavras! Diz que o diabo habita no corpo dos Zwinglianos; que do nosso seio endiabrado, subendiabrado e seu perendiabrado não se exaltam senão blasfémias, e que a nossa língua não é mais do que uma língua mentirosa, posta à disposição de Satanás, banhada e saturada no veneno infernal. Saíram jamais alguma vez semelhantes palavras de boca de um demónio por muito furioso que estivesse? - Ele escreveu todos os seus livros por impulso do demónio e sobre a inspiração de Satanás, com quem se encontra em comunicação e cujos poderosos argumentos o convenceram na luta que, segundo diz, sustentou com ele."

(a continuar)

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