09/03/14

HISTÓRIA DOS "ILUMINADOS" (V)

(continuação da IV parte)

Escondido e alapardado em suas trevas, o grande prazer de Weishaupt seria de ter destruído o mundo sem ver suas ruínas, nem ser visto. A consciência dos crimes é para ele, o que é para os homens honestos a da virtude. O prazer de fazer mal lhe bastava.Kingge era um desses seres frenéticos, invejosos e soberbos, que se mostram por toda a parte, que se metem em tudo, e que querem assoalhar, que eles só fizeram tudo. Tão ímpio um como o outro, detestam igualmente o freio das leis religiosas e civis. Weishaupt desde o princípio pesou suas proposições, a extensão de suas consequências; é necessário que sua revolução as realize todas; ele julgou não ter nada feito, se deixasse vestígios de leis sociais. A impiedade de Kmigge, e sua rebelião teve sua infância e sua graduação. Ele frequentou sucessivamente as escolas públicas, e as escolas nocturnas da incredulidade do século, e por isso sabia várias suas lições, e como Proteu tomar diferentes formas. Deísta e ceptico, onde nã podia mostrar-se ateu, seguindo as circunstâncias, tinha tudo que forma um sofista promto para todos os graus da rebelião.

Pelos seus Povos errantes, pelos seus homens Reis, iguais e livres, Weishaupt quer aniquilar toda a Religião, Magistratura, Sociedade e propriedade. mas Kingge destruirá menos, com tanto que possa governar o resto. Do fundo de sua solidão, um tem estudado a conhecer os homens, e saber melhor o que se desejaria fazer; o outro os tem visto mais de perto em suas intrigas, e se contenta com facilidade do que pode fazer. Por último resultado de sua maldade comum e de seus desvarios, Weishaupt compõe bem o veneno; e Knigge o vende melhor; porém ambos bastam para empestar o mundo, corromper os costumes, aniquilar as leis, destruir a Religião, e destronar os legítimos Imperadores.

Quando o inimigo comum, o príncipe das trevas se aproximou a estes dois entes; eles já possuíam o que podia fazer sua união abominável. O Barão Hanhoveriano tinha sido lançado sobre a terra quase no mesmo tempo, que ele brotou o monstro bávaro; e toda a sua vida parecia ter sido uma preparação contínua da figura, que devia fazer, associando-se a Weishaupt; principalmente para lhe abrir as portas dessas lojas maçónicas, e para delas extrair os mistérios, que deviam fazer a preparação para o seu iluminismo.

O mesmo Kingge nos diz, que ele tivera sempre desde a infância, uma grande inclinação, e um decidido gosto para as sociedades nocturnas. Logo que chegou à idade necessária para ser admitido nas lojas, se fez pedreiro-livre. Os irmãos, que o receberam e admitiram aos seus mistérios, eram os que se chamam da Estrita Observância. Ele chegou ao grau de Templário; daqueles, que esperando ainda um dia adquirir as possessões dos antigos cavaleiros desta Ordem, distribuem entre si os títulos de suas comendas; jurando ódio a todos os Reis, e a todos os Pontífices, isto é, ao Trono e ao Altar, que de mãos dadas tinham proscrito os Templários: e de vingarem a morte do último de seus Grão-mestres. Knigge tomou o título de Cavaleiro de Cisnes, Eques a Cigno; título inútil para sua fortuna. Cioso de o suprir, e de ter ao menos nas lojas uma grande autoridade, e mostrar que seu título não devia ser vão ao menos para com os irmãos; ele procura todos os meios de os exceder no conhecimento dos mistérios; razão, porque foi estudar com o charlatão Schraeder todos os mistérios da magia e dos alquimistas. Fogoso, Caprichoso, Precipitado, tal como ele mesmo se pinta, na idade de vinte e cinco anos; ele se acreditou em todos estes mistérios; e abandonou as evacuações, e a todas as loucuras da antiga e moderna cabala. No meio de tantas impiedades, Knigge não sabia já o que devia crer, ou deixar de crer; ainda que encantado de si mesmo, ele se lisonjeava que o caos de ideias que tinha em sua cabeça lhe poderia ser útil. para as desenvolver, entrou em todas as lojas maçónicas, e estudou todas as seitas (vede suas últimas lições p.24). Querendo reunir só em si todos os desmanchos do espírito humano, ele juntou a este estudo o dos sofistas do tempo; e senhor dos delírios cabalistas e das impiedades, se intitulava filósofo. Alternativamente, cortesão, Director de um teatro, escritor liberalista, protestante, católico, de novo protestante, ele não fixou sua crença, senão na escala de todos os incrédulos. Como suas paixões eram o principal móvel de suas acções e de seus prazeres; elas também eram a fonte de seus tormentos e de suas incertezas. (Os partidistas de uma cruel fatalidade não vêm nos movimentos da alma mais que a acção cega das molas movidas por um impulso necessário, e estes que creem que tudo deve ser sacrificado às paixões, não veem nada, que deva enfrear as sensibilidade, e dar-lhe leis. Tais os motivos, por que os incrédulos sempre falam da igualdade, humanidade, e beneficência; sem se lembrarem que unicamente a Religião é quem realiza estas ideias consoladoras.)

(continuação, VI parte)

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