(continuação da II parte)
18. O terceiro caracter da Divindade: é o testemunho dos profetas, que anunciaram o nascimento do seu legislador, e os principais sucessos da sua vida; uma longa, e perpétua sucessão de oráculos mais claros uns que outros. Estes profetas apareciam em diferentes idades, como correios enviados por intervalo da parte do grande Rei para anunciar aos homens a chegada de seu Filho. As nações o esperam, e o desejam. Ele chegou em fim no meio dos tempos, e no seu nascimento, diz Sto. Agostinho, na sua vida, nos seus discursos, nas suas acções, nos seus sofrimentos, na sua morte, na sua ressurreição, e na sua ascensão se completam todos os oráculos dos profetas. ("Venit et Christus, complentur in ejus ortu, vita, dictis, factis, passionibus, morte, ressurectione, ascensione, omnia praeconia prophetarum." S. August. Liter. a voculo c. 37 n 16 Ed Beacd.) Quem se pode vangloriar de ter um legislador prtognosticadoantes da sua chegada pelos órgãos da mesma Divindade? Quem senão aquele, a quem são presentes, todos os tempos, podia revelar o que pertence a Jesus Cristo muitos séculos antes do seu cumprimento?
19. O quarto caracter da Divindade, brilha nos milagres, que Deus obrou para autorizar a pregação do Evangelho; milagres assinalados pela mão poderosíssima do Deus Omnipotente, como da mesma verdade, milagres que abateram o orgulho dos filósofos, dissiparam os prejuízos dos povos, reformaram os costumes; abriram os olhos à luz, dando à palavra dos pregadores do Evangelho aquela força, e eloquência, que Roma, e Atenas mas nunca conheceram, e que consiste em persuadir não por períodos, e figuras, mas por prodígios. Finalmente parecia natural que aqueles que eram testemunhas, discorressem deste modo. A natureza não obedece aos impostores: ora vejamos, como ela obedece a estes pregadores sem lhes opor nunca nenhuma persistência: nós não devemos considerá-los, como embaixadores, mas como enviados de Deus para nos fazer conhecer a verdade. Sim, senhores, se o que nós cremos é erro, vós sois o que nos enganastes, porque o que cremos estar autorizado por sinais, e prodígios, que vós só podeis obrar ("Domine, siquod credimus error est, a te decepti sumus; nam ea quae credimus, confirmata signis, et prodigiis fuere, quae non nisi per te facta sunt". S. Vict. lib. 2 de Trin c. 2. "Illi [Apostoli] autem profecti praedicaverunt ubique, Domino cooperante, et sermonem confirmante sequentibus signis". Marc. c. 16 v. 20)
20. O quinto caracter da Divindade é a vil, a desprezível condição dos homens, de quem Deus se serviu para estabelecer o Evangelho ("Quae stulta sunt mundi elegit Deus, et ea quae non sunt, ut ea quae sunt destrueret, ut nonglorietur omnis caro in conspectus ejus." I Corinthc 1 v 27-29 S. Aug. epist. ad Volus. Ed. Bened. n 16 Carta Sophistas quoque saeculi, et sapientes mundi Petrus, et Joannes piscatores mittuntus. E. Nicron. lib I Epist 6 ad. Ant. de Modest.). Havia muitos séculos, em que os filósofos ensinavam, que disputavam sobre ponto de Religião sem converter a ninguém: a superstição, e a liberdade altivamente grassavam. Jesus Cristo veio, escolheu não oradores, não filósofos, não grandes, mas doze homens dos mais ordinários, pescadores quase todos, sem nascimento, sem educação, sem ciência, sem bnes. Enviou-os a anunciar a sua doutrina por todas as nações, sem disputar, sem arrazoar, sem argumentar: eles dobraram ao partido da Fé os maiores espíritos, os mais eloquentes, os mais súbtis, os mais sábios do mundo; fizeram não só sequazes, mas ainda pregadores da doutrina, da salvação, e verdadeira piedade ("Ex impentissimus, ex abjectissimis, ex paucissimis illuminantur, nobillitantur, multiplicantur, preclarissima ingenia, cultissima eloquia: mirabilesque peritias acutorum, facundorum atque doctorum subjugant Cristo et ad praedicandum viam pietatis, salutisque convertunt." S. Aug. epist. 137 ad Volus. n 16 Ed. Ben). Quem pode deixar de reconhecer o dedo de Deus? Os homens, que querem enganar o universo, devem ter maor espírito que os outros. Está completo este antigo oráculo: eu destruirei a sabedoria dos sábios, eu não farei caso da ciência dos prudentes. Onde estão os sábios, os doutos, os mestres do século? Deus não convenceu de loucura a sabedoria do mundo? ("Digitus Dei est hic." Exod. c 3 v. 19)
20. O quinto caracter da Divindade é a vil, a desprezível condição dos homens, de quem Deus se serviu para estabelecer o Evangelho ("Quae stulta sunt mundi elegit Deus, et ea quae non sunt, ut ea quae sunt destrueret, ut nonglorietur omnis caro in conspectus ejus." I Corinthc 1 v 27-29 S. Aug. epist. ad Volus. Ed. Bened. n 16 Carta Sophistas quoque saeculi, et sapientes mundi Petrus, et Joannes piscatores mittuntus. E. Nicron. lib I Epist 6 ad. Ant. de Modest.). Havia muitos séculos, em que os filósofos ensinavam, que disputavam sobre ponto de Religião sem converter a ninguém: a superstição, e a liberdade altivamente grassavam. Jesus Cristo veio, escolheu não oradores, não filósofos, não grandes, mas doze homens dos mais ordinários, pescadores quase todos, sem nascimento, sem educação, sem ciência, sem bnes. Enviou-os a anunciar a sua doutrina por todas as nações, sem disputar, sem arrazoar, sem argumentar: eles dobraram ao partido da Fé os maiores espíritos, os mais eloquentes, os mais súbtis, os mais sábios do mundo; fizeram não só sequazes, mas ainda pregadores da doutrina, da salvação, e verdadeira piedade ("Ex impentissimus, ex abjectissimis, ex paucissimis illuminantur, nobillitantur, multiplicantur, preclarissima ingenia, cultissima eloquia: mirabilesque peritias acutorum, facundorum atque doctorum subjugant Cristo et ad praedicandum viam pietatis, salutisque convertunt." S. Aug. epist. 137 ad Volus. n 16 Ed. Ben). Quem pode deixar de reconhecer o dedo de Deus? Os homens, que querem enganar o universo, devem ter maor espírito que os outros. Está completo este antigo oráculo: eu destruirei a sabedoria dos sábios, eu não farei caso da ciência dos prudentes. Onde estão os sábios, os doutos, os mestres do século? Deus não convenceu de loucura a sabedoria do mundo? ("Digitus Dei est hic." Exod. c 3 v. 19)
21. O sexto caracter da Divindade é a grandeza dos obstáculos, que se opuseram ao Evangelho. Ó santa Religião! Quanto me pareceu maravilhosa no vosso nascimento! O vosso autor nasceu numa manjedoura, educou-se na loja de um carpinteiro [principe], crucificaram-no, como a um impostor entre dois ladrões: os seus discípulos foram presos como iludidores; e com tudo no centro de tantos embaraços, capazes de fazer cair por terra todas as forças humanas, vós, fos estabeleceis, e cada dia continuais com maior vigor. As origens parecem pequenas, mas delas dimanam caudalosos rios. A ciência de alguns pescadores convenceu de loucura a ciência dos filósofos, a fraqueza triunfou a força. O lenho do Crucifixo se tornou em cadeira de doutro ("Lignum pendentis, cathedra factum este docentis." S. Aug. serm. 234 indich. Pasc. Ser. 5 n 2 p. 981 Tom 5 Edit Bened.). Sim ,esta é a obra do Senhor; e ele é admirável aos nossos olhos. Se anbtes da vinda do Messias algém tivesse intentado fazer no mundo a mudança, que ele fez, já pelos mesmos pregadores, e no centro dos mesmos embaraços, havia de custar a crer, a que conseguisse este intento outro qualquer poder, não sendo um Deus. Com efeito fez-se esta mudança por Jesus Cristo, e o deísta não se move. Que cegueira!
(continuação, na IV parte)
(continuação, na IV parte)
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