Eis uma pequena maravilha da organaria: em Évora, na Igreja do Espírito Santo (a primeira igreja verdadeiramente jesuítica), existe um órgão do séc. XIX, que foi oferecido por um nobre que o tinha num palácio em Sintra. A oferta, se não me engano, foi feita ao Seminário maior de Évora a quem esta igreja pertence (por falta de seminaristas que a encham, está empregue para a "pastoral universitária").
Este instrumento é-me muito caro, conheço-o como a palma das minhas mão (melhor dizer "com a pontas dos meus dedos"), e dele tenho um levantamento técnico informal mas que nunca ficou totalmente concluído (apontamento das medidas de cada registo, etc..). É admirável pela sua qualidade de construção e equilíbrio sonoro. Foi construido pelo "rei dos organeiros românticos", Aristid Cavallé-Coll (info.), provavelmente o maior génio da história da organaria, e que eu também em tempos muito admirei.
Trata-se de um órgão de média-pequena dimensão (4 registos para cada um dos dois teclados manuais, e um registo de 16' para o teclado pedal), com pedal de expressão e pedal de "trémulo". As dimensões da igreja estão bem para este instrumento, que, por ser romântico, dá-se mais à acústica de reverberação.
Já que no blog ASCENDENS tem sido tocado o património organístico português, não podia fazer excepção a um dos meus mais estimados.
Encontrei este vídeo "deitado" (que desafia os leitores...)
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