Flávio Gonçalves - "Num ambiente digno de um qualquer
filme do Mad Max, realizou-se este ano o Festival Boom em
Idanha-a-Nova, há 15 anos a atrair peregrinos de sítios tão díspares
quanto a Austrália ou o Japão, este ano foram mais de 20.000 os
neo-hippies, oriundos de pelo menos 102 países diferentes, que vieram
desfrutar, de 28 de Julho a quatro de Agosto, de uma boa temporada de
drogas leves, médias e duras no interior de Portugal.
O degredo é de tal ordem que no local, desde a primeira edição,
existe um centro médio especializado em “bad trips” (crises psicológicas
e existenciais causadas pelo uso de drogas psicadélicas), patrocinado
pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência numa parceria com a
organização do Boom e a Universidade Católica. Nunca o Marechal Carmona
alguma vez sonhou que ao largo da barragem baptizada com o seu nome se
criasse tamanha Meca internacional do consumo de droga e do “amor livre”
mal disfarçada de evento “ecologista”.
Aliás, creio que a esmagadora maioria dos portugueses nem está
ciente da existência deste festival neo-hippie, comemorativo dos
aspectos mais decadentes e menos nobres do multiculturalismo. Eu próprio
só este ano é que dei por ele numa investigação sobre os festivais
existentes no período estival no luso solo, à primeira vista pareceu-me
um festival normal, despertou-me a atenção a premissa de estarem
presentes 800 artistas (número invulgar quando comparado com os
restantes) e, cavando um pouco mais, descobri, não com grande orgulho,
que Idanha-a-Nova é internacionalmente conhecida como paraíso da droga e
do sexo!
O festival, em ganhos legais gera cerca de 15 milhões de euros à
economia local (estudo encomendado a um grupo de alunos do ISCTE, embora
não seja tido como oficial, a quantia parece-me extremamente exagerada,
mas enfim), os ganhos de outro nível ninguém sabe, só no festival deste
ano a GNR deteve 63 traficantes de droga e, embora tratando-se de um
festival “da paz e do amor”, 9 pessoas foram detidas por porte de arma
ilegal e uma por falsificação de moeda (foram apreendidas 7.400 doses de
haxixe, 4.000 de drogas sintéticas – o que não parece assim tão
ecológico – e 1.110 doses de cocaína). Daqui a dois anos há mais…" (fonte: GEOPOL)
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