Sem esta virtude da verdade não pode haver honra nem estimação, porque, conforme ao que diz Pio II, o mentir é de pessoas baixas; e assim assentamos que por nenhum caso pode mentir cristão algum, ainda que da mentira pudessem resultar grandes bens; pois nunca se hão-de obrar males parar consegui-los, como escreve S. Paulo (ad Roman. cap. 3 num. 8), mas principalmente carrega mais esta obrigação sobre os Ministros, nos quais quer Deus a verdade no íntimo de seus peitos, e que ainda no exterior resplandeça no seu Pontífice Sumo, por símbolo e representação de quanto se agrada dela; e assim consta do cap. 28 do Exodo, n. 30 e do cap. 8 do Levítico num. 8 que trazia sobre o peito uma figura, cujo título era Verdade. E o domínio para enganar aos simples com esta imitação, conta S. Francisco Xavier (lib. 3 Epistol. 5) que no Japão o seu Pontífice se chama Mioxit, que significa coração de verdade. Conta Eliano (lib. 14 de varia Historia cap. 34) que os Egípcios observam que os juízes fossem os mais justos e sinceros de todos, e que para símbolo de sua pureza trouxessem ao pescoço uma imagem da verdade; e o mesmo escreve Diodoro (lib. 2 cap. I dos Reys do Egypto). Os ministros foram criados para separarem a verdade da mentira, e o justo do injusto, e mal podem os que não forem verdadeiros e amigos da verdade fazer esta separação com acerto, nem se pode esperar que sejam verdadeiros para os outros os que são memoriosos para si.
(continuação, VI parte)
(continuação, VI parte)
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