Um adolescente português comprou na página de leilões eBay, por
24.886€, um servidor na internet que foi utilizado pela organização
Wikileaks, mas a compra foi feita sem o conhecimento e o consentimento
do pai.
"De acordo com a revista "Wired",
a empresa sueca Bahnhof pôs à venda no eBay um servidor informático que
alugou à Wikileaks para guardar mais de 600.000 documentos
confidenciais norte-americanos e tornados públicos em 2010 por aquela
organização, fundada por Julian Assenge. Ao fim de vários dias de licitações, o servidor foi vendido na semana passada por 24.886€ a um
adolescente de 17 anos que utilizou a conta de eBay do pai para efectuar
a compra, sem autorização deste.
O caso foi detectado quando a empresa Bahnhof recebeu uma mensagem do
pai do comprador — “um homem que trabalha no setor industrial e vive
fora de Lisboa” — dizendo que queria desistir da transacção, porque foi
feita sem o seu conhecimento. De acordo com a revista, que teve acesso à
troca de mensagens entre o administrador da Bahnhof, John Karlung, e o
pai do comprador — cuja identidade foi mantida em segredo —, este terá
ficado sem palavras com a compra e sublinhado que o filho é “louco por
teorias da conspiração”.
A agência Lusa tentou obter esclarecimentos por parte do pai do
comprador português, mas este escusou-se a prestar qualquer declaração
pública sobre o assunto. Na verdade, o que esteve à venda foi
equipamento informático — e não ficheiros — pertencente à empresa sueca e
alugado à Wikileaks entre Setembro de 2010 e Julho de 2011.
A Wikileaks terá ficado desagradada com a intenção de venda do
servidor na Internet, criticando a empresa Bahnhof, mas John Karlung
respondeu que “os discos rígidos foram apagados (...) e a informação
original não pode ser recuperada, nem mesmo pela NSA [Agência Nacional
de Segurança dos Estados Unidos]”. Se a compra do adolescente português
for anulada, o servidor poderá ser adquirido pelo segundo licitador que
mais ofereceu, cerca de 24.700 euros, refere a "Wired".
De acordo com a Bahnhof, o objectivo da venda do servidor
— que tem “um grande valor simbólico para um verdadeiro coleccionador” —
é angariar dinheiro para duas associações: a Repórteres sem Fronteiras e
a Fundação 5 de Julho, sobre direitos no campo do digital." (fonte: P3)
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