04/01/13

D. ESTÊVÃO BETTENCOURT - A DECADÊNCIA APOLOGÉTICA II

(continuação da I parte)
Mons. Lefebvre durante o Concílio Vaticano II (Praça de S. Pedro - Vaticano)

Não haja dúvidas de que o emudecimento a respeito da eliminação apologética é coerente com o ataque contra quem aponte as causas da eliminação, ainda que tal emudecimento não obrigue ao ataque. D. Marcel Lefebvre, geralmente apresentado como o denunciador daquelas causas, não será  também uma pedra no sapato dos “mudos”?

O leitor médio, ao iniciar o “O Caso Lefebvre”, certamente esperará conhecer os motivos dados pela personagem em estudo e, em caso do autor querer também fazer os seus juízos, esperará ouvir a argumentação contrária. Mas onde estão nesta obra os motivos apresentados por D. Marcel Lefebvre? Não estão! E onde estão as refutações de D. Estêvão? Não estão!

No momento em que se esperava do “grande apologeta” brasileiro do pós-concílio o maduro uso da Apologética, da lógica, da filosofia, da teologia, a “montanha pariu um rato”. Depara-mo-nos com um texto romanceado, com recurso a alguns factos reais, mais ao gosto do público de tele-novelas e bem adaptado aos tempos “pós-conciliares”. Apologética? Nada… e é realmente uma pena ter havido esta oportunidade de, lado a lado, ficarem expostos os motivos apresentados pelo Arcebispo D. Marcel Lefebvre e as próprias convicções de D. Estêvão.

Na Síntese, no início do artigo, o autor acaba por revelar a sua teoria que consiste em demonstrar que a Action Française ter-se-ia prolongado ideologicamente em D. Marcel Lefebvre. A luta deste Arcebispo não teria sido então negar-se a abandonar a Doutrina, Rito, e filosofia, pela aceitação de elementos a eles contrários, mas teria sido antes a aceitação de elementos contraditórios à Doutrina e filosofia católicas supostamente introduzidas pela Action Française. Esta conotação é tão realçada na obra que "Action Française" são as únicas palavras colocadas a negrito, não fosse ao leitor escapar-se-lhe ideia (confirme aqui).

(III parte)

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