20/12/12

CONTRA A SUBVERSÃO


"O livrete “Subversão & Restauração” (Milão, Edições Centro de Estudo Joana D’arc, 2012) é um manual de base para a formação dos militantes, que hoje se encontram no dever de combater contra a Subversão e pela Restauração.

A ‘Subversão’ é o naufrágio, a derrubada e a perturbação da ordem individual e social. A “Restauração” é tornar a conseguir a ordem perdida e então consiste em restaurar a ordem individual, familiar e social. Para poder restaurar a ordem na Sociedade civil é preciso antes de tê-la em si (“ninguém da aquilo que não tem”), depois na família e enfim se pode leva-la ao Estado, que é um conjunto de famílias unidas, com a finalidade de conseguir o bem comum temporal subordinado ao espiritual. A ordem é a submissão da alma a Deus e o senhorio da alma sobre o corpo e seus instintos. A “Subversão” é o rompimento desta ordem. A vida espiritual consiste no restabelecimento desta ordem na alma do homem individual; a vida política consiste em leva-la para a Sociedade civil. Pela qual o homem não deve e não pode parar apenas na vida espiritual individual, mas não pode não fazer política, sendo, por natureza, e, então, por vontade de Deus um animal social e político. O liberalismo e o catolicismo liberal quiseram trancar a religião na sacristia e fazer-lhe uma questão puramente individual e assim também, alguns sacerdotes falsos místicos ou pseudo-espiritualistas, desencarnados e modernizantes. A doutrina católica, ao invés, fala do Reino social de Jesus Cristo e não apenas de Reino individual.

A “Subversão” nasceu com o pecado de Adão, mas, a partir da Cristandade, que é a época em que o espírito do Evangelho informava as leis da Sociedade, ela conheceu várias etapas: o Humanismo e o Renascimento (1400-1500), que buscaram substituir o Evangelho com a Cabala ou o esoterismo hebraico no nível das elites intelectuais ou Académicas e culturais; depois veio o Protestantismo (1517), que submergiu o subjetivismo e o relativismo na Religião tornando-a uma pura experiência subjetiva e sentimental, essencialmente anti-hierárquica e subvertedora da ordem querida por Jesus quando fundou a Sua Igreja sobre uma pessoa que é o Papa, o qual é na terra o Rei do Corpo Místico; enfim, veio a Revolução Francesa (1789), que levou a desordem da Sociedade, na ciência e na ação Política. O Comunismo (1917) piorou a desordem da Revolução Francesa – buscando destruir a própria sociedade privada, a família e a religião – e conheceu o seu vértice com o 1968 desposando o freudismo, que levou a desordem ao interior do homem excitando ao paroxismo da inclinação para o pecado com as três Concupiscências e os sete Vícios capitais, tornado assim o homem um animal selvagem e impulsivo. Hoje nos encontramos na última fase da Subversão, o Mundialismo, que a partir de 11 de setembro de 2011 busca assenhorar-se do mundo inteiro e edificar um único Tempo e uma só República universal para tornar escrava a quase totalidade da humanidade sob o julgo de Israel e da América, os dois Estados dominados pelos principais agentes da Subversão: o judaísmo e a maçonaria.

Como não é correto reduzir apenas a maçonaria o agente principal da “Subversão” omitindo o judaísmo pós-bíblico, que perseguiu Jesus, os Apóstolos e os primeiros cristãos, é igualmente errado reduzir os motores da Subversão pessoal a apenas dois: “orgulho e sensualidade”, enquanto a Sagrada Escritura nos fala também de um terceiro motor: a avareza e a vã curiosidade, que é o apego desordenado aos bens terrenos e o frívolo desejo de saber aquilo que acontece no mundo (“Concupiscência dos olhos”). “O a-judaísmo” e “a a-Avareza” (alfa privativo) são as duas deficiências do livro “Revolução e Contra-revolução” de Plínio Correia de Oliveira (São Paulo, Brasil, 1949) que busquei remediar em “Subversão e Restauração”.

Segundo a doutrina católica (definida “de Fé divina” e infalivelmente pelo Concílio de Trento, sessão 5, DB 788, 792 e 815 ss.) o Pecado original de Adão deixou no homem a privação da Graça Santificante, o ofuscamento do espírito e o desarranjo na harmonia do seu ser, fazendo-lhe experimentar a rebelião dos sentidos ao espírito e a insubordinação do espírito a Deus (cfr. S. Th., II-II, qq. 164-165). A Incitação ao pecado ou a inclinação desordenada para o mal, não é invencível e pecaminosa em si; o torna apenas se a livre vontade humana a faz passar da potência ao ato do pecado. Em breve a concupiscência não é pecado, mas inclina a esse (cfr. Concílio de Trento, DB 792; S. Th., I-II, q. 82, a. 2). As Concupiscências são três segundo a Revelação (1a Jo., II, 16): “Tudo aquilo que é do mundo, a Concupiscência da Carne, a Concupiscência dos olhos e a Soberba da vida, não vem do Pai”

A “ Concupiscência dos olhos” tende a fazer das riquezas e das vaidades desta vida o Fim ultimo. A tríplice Concupiscência é a fonte do mal e da subversão pessoal; dessa tem origem os sete Vícios capitais, más tendências que nos impulsiona ao pecado atual e são “chefes” ou fonte de inumeráveis desordens. Se da Concupiscência da Soberba nascem três Vícios capitais (orgulho, inveja e cólera) e da Concupiscência da Sensualidade nascem outros três Vícios Capitais (luxuria, gula e preguiça), não é necessário esquecer que da Concupiscência dos Olhos (avareza e curiosidade) nasce o apego desordenado a esta vida, como se fosse aquela eterna (S. Th., I-II, q. 84, aa. 3-4; De Malo, q. 8, a. 1): essa tende a fazer nos trocar o meio pelo fim (S. Th., II-II, q. 118; De Malo, q. 113), é uma espécie de idolatria, é “o culto do bezerro de ouro; não se vive mais que para o dinheiro. Não se dá nada ou quase nada aos pobres e as boas obras: capitalizar, eis o fim supremo ao qual incessantemente se mira. [...]. A civilização moderna desenvolveu uma forma paroxística de amor insaciável das riquezas, a plutocracia, para adquirir aquela autoridade dominadora que vem das riquezas, afim de comandar os Soberanos, os Governos e os povos. Esta senhoria do ouro, degenera muitas vezes em intolerável tirania” (A. TANQUEREY, Compêndio di Teologia Ascética e Mistica, Roma-Parigi, Desclée, 1924, pp. 556-557).

O erro, que mutila a fonte da “Subversão pessoal”, é encontrado – como antecipei acima – em PLÍNIO CORREA DE OLIVEIRA (Revolução e Contra-revolução, São Paulo Brasil, 1949, tr. It, Cristianità, 1977) junto a mutilação do motor da “Subversão social” enquanto salta de pé juntos o Judaísmo talmúdico para falar só en passant de Maçonaria. Não por a acaso os teoconservadores ítalo-americanos se referem a esta obra do pensador brasileiro suscitado para transferir a “Restauração” da ordem pessoal, familiar e social do plano filosófico, espiritual e político, para aquele crematístico ou especulativo e latifundiária.

A “Subversão” é a desordem que o homem experimente em si depois do pecado original, atrás do impulso das três concupiscências (orgulho, avareza e luxúria); a “Restauração” é a procura do retorno a ordem turvada pelas três concupiscências no individuo, na família e na Sociedade civil.

A Restauração comporta a Hierarquia. Não é necessário cair no vício do farisaísmo calvinista e liberal, o qual troca hierarquia por prepotência, desfrutamento e opressão do fraco. Hierarquia significa que existe uma diferença acidental entre os homens (quem é melhor do que os outros, quem é mais inteligente que os outros, quem trabalha mais que os outros), a qual faz com que o melhor esteja acima e comande, sem desprezar e maltratar quem se encontra abaixo e obedece. São Paulo por sua vez ensina: «Muitos são os membros, mas um só é o corpo. Nem o olho pode dizer a mão: “Não preciso de ti”; nem a cabeça aos pés [...]. Ao invés disso, aqueles membros que parecem mais humildes são os mais necessários. [...]. Deus assim formou o corpo, de modo que não haja divisão nele, mas antes, para que os vários membros cuidassem um dos outros. “Então, se um membro sofre, todos os membros sofrem juntos; e se um membro esta bem, todos os outros se alegram com ele» (1 Cor., XII, 4-20).

É importante que o militante se habitue a viver bem, respeitando a Lei divina e natural, porque “é preciso viver como se pensa, de outro modo se termina por pensar mal e se viver mal”. Não podemos restaurar a Sociedade se tivermos a desordem ou a Subversão em nós (“se age como se é, o modo de agir é o modo de ser”). Os conselhos práticos para restaurar a si mesmo, a família e a Sociedade, são os seguintes: 1º) reformar a si mesmo (monástica), depois a família (economia) e então a Sociedade (política); 2º) retornar ao bom senso, ao realismo que conforma o pensar a realidade e possivelmente estudar a filosofia perene de Santo Tomás que elevou a ciência o senso comum e a reta razão que todo homem normal possuí; 3º) vencer o ócio, que é o “pai dos vícios”, e encorajar o esforço físico, intelectual e moral; 4º) recorrer a Deus omnipotente, porque só Ele pode debelar o Leviatã mundialista que atualmente esmaga os homens como animais.

Todavia – no presente artigo “Entrego aos militantes” – ocorre completar o discurso feito em “Subversão & Restauração”, com algumas considerações para os militantes, que se encontram a fazer “política” (isto é a virtude da Prudência na Sociedade Civil) diretamente, aplicando a vida quotidiana e concreta os princípios estudados no primeiro livro. Tal integração a uso sobretudo, mas não exclusivo, dos militantes leigos diz respeito: 1º) a teoria e especialmente a prática da Restauração do Reino social de Cristo, evitando os dois erros por excesso e por defeito do Angelismo super-espiritualista e do Liberalismo laicista. Como o homem é composto de alma e corpo e não é só espírito ou só matéria, assim ele não é ordenado apenas ao estado laical (laicismo liberal) ou hiper-clerical (super-espiritualismo angelista), mas as duas esferas se integram na cooperação subordinada de corpo e alma e de laicato e sacerdócio. 2º) O não misturar o plano da verdade e dos princípios perenes e imutáveis com os casos práticos (plano do mutável agir humano) para diluir os primeiros baixando lhes do nível imutável da verdade teórica a contingência da vida prática. 3º) A verdade que o homem é uma criatura, a qual diz respeito ao Criador; além disso o homem é um animal social, não um “individuo absoluto” (idealismo) nem um animal sacerdotal por natureza (se confundiria a natureza e a graça), evitando assim os dois erros no individualismo liberal e idealista, que leva a anarquia e o erro do angelismo híper-espiritualista, que tornaria o mundo um convento (pan-vocacionista), confundindo os Preceitos com os Conselhos. 4º) Em política a verdade e os princípios não devem ser confundidos com o campo da ação prudencial, mas é preciso aplicar o princípio imutável aos casos práticos diversos e mutáveis. Por princípio o Estado deve se subordinar a Igreja, este princípio é imutável embora deva ser aplicado as várias épocas com discrição, bom senso e prudência sobrenatural, tendo em conta as circunstâncias na qual se esta vivendo."



Continuação da leitura em SALVE REGINA

2 comentários:

Rodrigo disse...

O senhor não acha que o Espírito Santo abandonou a Roma modernista e liberal e se refugiou na alma de Dom Williamson?

anónimo disse...

Caro Rodrigo,

Obrigado por comentar.

Não posso responder à pergunta sem que primeiro me defina o que é "Roma modernista".

Obrigado.
Aguardo.

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