Do outro lado do mar chegou-me uma opinião descontente, muito convicta de si, segundo a qual não se podia chamar tradicionalista a D. Miguel I de Portugal, irmão de D. Pedro imperador do Brasil, por ser designação não costumada. Pois bem... é falso! Na História de Portugal dos Tempos Pré-Históricos aos Nossos Dias, dirigida pelo Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Prof. João Medina, podemos ler na página 107 do VIII tomo:
"A Carta esteve longe de propiciar a desejada reconciliação da família portuguesa. A própria infanta Isabel Maria hesitou na sua promulgação, o que só veio a suceder a 31 de Julho de 1826, depois de fortes pressões exercidas por Saldanha, ao tempo governador militar do Porto. Os adeptos da Constituição de 1822 não a aceitavam por ser demasiado moderna. Os tradicionalistas, por seu turno, recusavam liminarmente qualquer texto constitucional."
Já agora, ainda do mesmo texto:
"Numa proclamação datada daquela localidade e de 6 de Agosto de 1826, apelava aos militares para que aclamassem "o nosso legítimo Rei e Senhor D. Miguel I; desembainhai vossas cortantes espadas para vingar os direitos deste Soberano ofendido e ultrajado pela mais vil facção maçónica". (...) No Norte o conde de Amarante (Marquês de Chaves desde a Vilafrancada), reeditava a anterior sublevação e assolou Trás-os-Montes. Por todo o País se sucediam os levantamento absolutistas, no Algarve, em Vila Real e Viseu. Revoltaram-se as milícias da Guarda, de Tondela, Arganil, Arouca, Covilhã..."
Na página 172:
"Na sequência da guerra civil, a vitória de D. pedro e da causa liberal, em 1834, impunha novas condições à proposta antiliberal. A derrota teve, essencialmente, um carácter militar. D. Miguel passava a constituir, a partir do exílio, o pólo da unidade possível das resistências. A alternativa enunciada pelo tradicionalismo contraliberalista ganhava uma identificação definitiva com a legitimidade representada por D. Miguel, no seu mais amplo sentido."
Um dos cognomes de D. Miguel I é "o Tradicionalista", tal como alguns Reis têm mais que um cognome por justos motivos: é o caso de D. Afonso Henriques "o Grande" ou "o Fundador", quanto me lembre.
Mas vamos agora a outra curiosidade oferecida nas páginas 114 e 115:
"... D. Carlos Maria Isidro, que se encontrava em Portugal sob protecção de D. Miguel I, não aceitou aquela disposição que violava a "Lei Sálica" dos Bourbons e divulgou, a 1 de Outubro, o "Manifesto de Abrantes" [Abrantes, em Portugal], onde se considerava o legítimo Rei de Espanha; seguiram-se os "Decretos de Santarém" [Santarém, em Portugal], já assinados como Carlos V, As correntes tradicionalistas espanholas, que se manifestavam desde 1822 encontravam agora um chefe."
Mas vamos agora a outra curiosidade oferecida nas páginas 114 e 115:
"... D. Carlos Maria Isidro, que se encontrava em Portugal sob protecção de D. Miguel I, não aceitou aquela disposição que violava a "Lei Sálica" dos Bourbons e divulgou, a 1 de Outubro, o "Manifesto de Abrantes" [Abrantes, em Portugal], onde se considerava o legítimo Rei de Espanha; seguiram-se os "Decretos de Santarém" [Santarém, em Portugal], já assinados como Carlos V, As correntes tradicionalistas espanholas, que se manifestavam desde 1822 encontravam agora um chefe."
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