12/09/12

O PUNHAL DOS CORCUNDAS Nº 1 (II)

Continuação da I parte


Liberdade de pensar

É esta ["a nova pestilência"] que foi posta em cena pelos heróis, e campeões do que então se chamou tão pomposa como falsamente REFORMA, sempre o nome predilecto, e a gavadinha dos que se querem engrandecer, ou fazerem-se célebres à custa alheia. Concebida nas entranhas de um Frade soberbo, inteligente, e revoltoso a quem os da sua quadrilha trataram logo de Santo em carne porque mui Liberal na satisfação dos desejos da carne, dava largas aos monges para desertarem do Claustro, às Freiras para abandonarem os seus Conventos, aos Príncipes para terem mulher proprietária e mulher substituta, aos Reis para devorarem o património dos Mosteiros, e lançarem mão aos turíbulo decidindo, e legislando em matérias Eclesiásticas... não deixou nem podia deixar de ter inúmeráveis criaturas, e deitando raízes por toda a parte (excepto em Portugal e suas conquistas o que se deve ao Santo ofício que só ele nos livrou de sermos Luteranos Calvinistas, Anabaptistas, e Socinianos) a poucos passos de sua existência, e para se desassombrar de alguns Reis que bem aconselhados não estiveram pelos autos, e disputaram aos novos Reformadores esta prerrogativa  que nem Deus, nem os homens lhe dão, e que só eles de motu proprio assumiam, e exerciam, espalhou um dogma político das mais infaustas, e desastrosas consequências, a saber:

(continuação, III parte)

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