Sua Majestade Fidelíssima, El-Rei D. João V |
Como é sabido, o espanhol Papa Alexandre VI deu aos Reis de Castela, e para todo o sempre, o honorífico título de "Católicos". O mesmo aconteceu em várias épocas, para com várias Coroas. À Coroa de Portugal a Igreja atribuiu, para todo o sempre, o título honorífico de "Fidelíssimos".
A respeito disto disse alguém, em registo de humor, que se pode ser católico com pouca fidelidade, mas que não se pode ser fiel com pouca catolicidade.
A respeito disto disse alguém, em registo de humor, que se pode ser católico com pouca fidelidade, mas que não se pode ser fiel com pouca catolicidade.
Ouvi dizer numa conferência regada de "espanholatria" que o título "Católicos" era já um reconhecimento da santidade de Isabel de Castela, estando ela viva. Passou-me pela cabeça que o conferencista fosse dizer também que aquele título provava que toda a corrupção do autor dele, Alexandre VI, não tinha sido afinal corrupta, que a mulher e filhos do Papa não representaram qualquer embaraço histórico, e que o conjunto de patranhas diplomáticas para servir os interesses políticos dos castelhanos foram coisas mandadas por Deus. Por pouco, mais fácil seria imaginar o conferencista chama "Deus" ao demónio.
Os espanholátricos são a única "espécie" do planeta que roubam para uma só figura aquilo que a Igreja atribuiu à Coroa. Por isso dizem "Isabel a católica" e não "Isabel, Católica". Raramente dizem o Rei "Fernando, o católico", nem dizem "Juan Carlos el católico".
Dou então o exemplo limpo de qualquer um dos outros Reinos face ao uso destes títulos, e dou o caso onde melhor me movo: Portugal. Dizemos, por exemplo, "D. João V, Sua Majestade Fidelíssima", ou "D. Maria I, Fidelíssima Rainha", ou "Sua Majestade Fidelíssima" para qualquer um dos monarcas portugueses posterior a D. João V, inclusive. Raramente se diz de D. João V "o Fidelíssimo", visto tratar-se de um título da Coroa Portuguesa e não de uma pessoa específica. Ora, se fosse como dizia o tal conferencista, teríamos em Portugal razões para mandar então beatificar D. João V que, apesar de ter dado um fantástico exemplo de Reinado Católico, colocando a Igreja na frente de tudo, não foi exemplar depois na vida privada no que respeita à fidelidade conjugal!
Dizer que os castelhanos são "Os Católicos" já não estaria mal, já que o título dado pela Igreja à Coroa é de certo modo um reconhecimento ao Reino (e o motivo pelo qual foi atribuído deve-se ao papel desempenhado por todo os do Reino). Por esta ordem de ideias, os lusitanos são "Os Fidelíssimos", outros os "Apostólicos", outros os "Cristianíssimos", e outros à espera de se recuperarem como "os Defensores da Fé" etc... etc... Mas, como é costume, onde há igualdade, o castelhano acha a dele mais igual que a dos outros, e vai de ser alarve e ruidoso, e grita entre os irmãos "É MEU". Assim o slogan de "a Católica" tem sido.
Agora, como há espanholátricos fora da Europa, em países que julgam ser Republicanos de essência, retiram a Castela o título de "Católicos", que a Igreja deu apenas a Monarquias (Coroas), e deslocam-no para a pessoa de Isabel quem dizem ser "Mãe das Américas" (... livra!!!). Nada disso passaria de uma insignificante tolice caso a ideia não contivesse os mesmos vícios castelhanos benzidos por um tom profético e messiânico.
Agora, como há espanholátricos fora da Europa, em países que julgam ser Republicanos de essência, retiram a Castela o título de "Católicos", que a Igreja deu apenas a Monarquias (Coroas), e deslocam-no para a pessoa de Isabel quem dizem ser "Mãe das Américas" (... livra!!!). Nada disso passaria de uma insignificante tolice caso a ideia não contivesse os mesmos vícios castelhanos benzidos por um tom profético e messiânico.
Caro leitor... temo começar a achar que os espanholátricos, na verdade, sejam "Los Tontos".
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