08/09/12

BRASILEIROS, SALVAI A MONARQUIA MAS ATIRAI COM O LIBERALISMO

Há dias, um jovem brasileiro empolgado pelos dourados das coroas manifestou-me que D. Pedro I de Brasil não era liberal coisa nenhuma! Ora pois pois Manuel: "D. Pedro recorreu a um oficial estrangeiro, Solignac, antigo general de Napoleão, o qual assumiu em Dezembro de 1832 o comando das forças liberais. No entanto, as acções de 23 de Janeiro de 1833 sobre o Crasto e o Castelo do Queijo, não abonaram a favor do novo chefe militar." O francês não "comeu" o Queijo talvez porque D. Pedro, já não-português, esqueceu de fazer pão.

O mesmo jovem já me disse mais de uma vez que D. Pedro do Brasil e D. Pedro de Portugal, sendo a mesma pessoa, não são a mesma "coisa"... Algo assim... Nunca entendi bem isso dos heterónimos... mas quem sabe D. Pedro tenha em si a unidade de duas pessoas, quase uma trindade, ou uma "divindade imperial" autocrática. Enfim... certamente D. Pedro tinha uma só pessoa tanto em Portugal como no Brasil; e ponto. Se há outras razões também não as conheço, porque o jovem brasileiro publicitou, mas por algum motivo não explicou.

Todas estas confusões, voltas e reviravoltas de alguns jovens no Brasil adeptos das coroas e arminhos, devem-se ao facto de acreditarem que, para defender a monarquia terão de apoiar a "sua monarquia" (seja ela qual for). Na verdade é isso que passa: apoiam a "sua monarquia" mas pouco ou nada se importam com a Monarquia, tentando baixar e torcer os implicados princípios ao movimento político que militam. A "sua monarquia" já é de si uma concepção muito limitada e selectiva. Como conseguirão estes iludidos deitar fora o liberalismo e defender a verdadeira Monarquia (como seria próprio de católicos) se ainda estão presos a uma ideia de "identidade nacional" que não está pronta para admitir a existência dos factos ideológicos errados que foram cometidos? Preferem assim, nem olhando muito o pouco mas nobre que resta, sonhar com os timbres que a palavra "império" emite, contra toda a realidade. Mais valeria a esses uma nobre e pura realidade, que muitos malabarismos brilhantes.

Ao jovem brasileiro exaltado dei o exemplo português: eu não nego que a "monarquia" que D. Pedro veio "fundar" em Portugal seja liberal, não a louvo nem a proponho e antes a dou como um exemplo a não seguir. Eis o exemplo de um português que não canonizou a "monarquia" em sua Pátria depois de 1834, antes a expõe, a lamenta, e a recusa. Ora, os brasileiros, e entendo o motivo, estão a fazer o contrário: 

1 - Monarquicamente, cortam a sua identidade no que está antes de D. João VI (fazem disso um "pré-Brasil, e não o Brasil);
2 - Saltam a medo o Reinado que tiveram com D. João VI, como se fosse um tempo de transição;
3 - Exaltam o "império" nascido com D. Pedro, como se fosse uma fundação do Brasil, e não uma corrupção com usurpação ao legítimo Rei D. João VI.

Fazem convergir e reduzem na prática a sua experiência e defesa ao Império (que na verdade foi todo ele liberal).

Assim, ao invocarem o império brasileiro, arrastam com ele todo o peso do liberalismo e da forma nada santa e revoltosa que está na origem do mesmo.

Há solução? Sim, a verdade:

1 - Defender a Monarquia por consequência de ser-se católico;
2 - Não confundir a defesa da Monarquia com: a defesa da história, acontecimentos, pessoas reais da "nossa monarquia", mas sim primeiramente o Princípio e o grau mais elevado que dela Deus facultou ao Brasil: a monarquia tradicional, antes de D. Pedro I (o que na prática pode ser hoje impossível, e há que admitir tal);
3 - Louvar os bons feitos que a Monarquia fez no Brasil, mas condenar os maus e, nomeadamente o sistema liberal (o que costumam chamar de "poder moderador", e "constitucionalismo");

Possivelmente, os jovens brasileiros, ao verem o que estes 3 pontos implicam de bater na vaidade e orgulho desmedido, com maior teima colar-se-ão à velha posição para onde andam arrastados ou, a abandonarão lentamente, ou por um minuto que seja farão numa reformulação geral...

RECOMENDAÇÃO:

- Já que há Casa Real, aproveitem;
- Já que há sucessores legítimos, aproveitem;
- Já que tiveram experiência histórica (em muito séculos) com a Monarquia tradicional, aproveitem;
- Já que são católicos, aproveitem a oportunidade para expurgar da causa todo o liberalismo e o sistema liberal imperial.

Depois destes 4 pontos, digo ao jovem brasileiro exaltado que, se assim não for, a incompatibilidade com o catolicismo é profunda: NUNCA haverá restauração acarinhada por Deus sem que seja deitada fora liberalice. Compete APENAS aos representantes da Casa brasileira voltar o olhar à Monarquia (a tradicional, e que o Brasil conheceu também) e propor tal regresso, condenado o sistema liberal do Império e os desvaires de D. Pedro. SEMPRE, em qualquer o tempo, defender as desobediências e as revoltas é pecado (ou encostar-se a elas).

Salvai a Monarquia e atirai fora o liberalismo em todas as suas formas.

VIVA CRISTO REI

4 comentários:

Anónimo disse...

http://topicos.estadao.com.br/familia-imperial

anónimo disse...

http://ascendensblog.blogspot.pt/2012/09/brasileiros-salvai-monarquia-mas-atirai.html

Anónimo disse...

Isso implicaria ter o Brasil como Reino ou Império?

anónimo disse...

Caro anónimo,

não sabemos defender que o Brasil seja império, mas como reino sim. Haveria que ouvir o motivo pelo qual alguns o julgam Império.

Volte sempre.

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