08/09/12

TEIMAS PERIGOSAS EM TERRAS DE VERA CRUZ

No Brasil o Absolutismo é ensinado assim... Portanto, é uma visão liberal/comunista aquela que se faz passar sobre o Absolutismo. Não admira que os católicos olhem para o verdadeiro Absolutismo com os olhos de um liberal ou de um comunista. Mas estas deturpações, tão próprias da nossa época cada vez mais decaída, encontra-se um pouco por todo o lado, nomeadamente nos países de costume liberal mais enraizado.

Uma vez por outra, chegam-me ecos de uma inquietude juvenil que, por idade dos hospedeiros, deveria não ser cansada nem ter nascido velha e moribunda. Não é a Monarquia que cantam, cantam antes aos arminhos brancos e às coroas diamantinas... a Monarquia acaba por ser feita em bandeja onde se lhes servem iguarias e, claro está, deixando cair a bandeja perde-se o petisco. "Petisco" rima com "isco"... a nossa natureza decaída basta.

Era já multi secular a Monarquia Lusa quando os indígenas nas terras de Vera Cruz se interessaram pela aparência dos pequenos espelhos e outros artifícios reluzentes que de nós preferiram: costuma-se dizer por lá, eu apenas repito, que os portugueses ao chegarem ao Brasil trocaram pequenos espelhos por ouro. Como é velha a aparência, portanto. Mas, se em tempos se justificava dar qualquer coisa não prejudicial para cativar a cooperação no processo civilizar verdadeiramente, hoje, depois de estar bem ou mal aproveitada tal civilização e se ter feito maior de idade o Brasil, há quase 200 anos, não se entende que hajam brasileiros tradicionalistas (portanto, se são tradicionalistas realmente são civilizados realmente) que caiam em ser "índios" perante o espelhado e cintilante polimento das coroas. É que a bem ver, e de forma ainda mais elevada, podemos olhar aquele simbólico encontro dizendo que: os cristãos (Portugueses) foram os que receberam ouro, e os pagão (indígenas) receberam espelhos, contudo os pagãos receberam por mão desses cristãos outro ouro ainda maior que é o da verdadeira civilização da Fé, e os indígenas integraram assim a mesma civilização-cristã-lusa que veio dos tempos em que a Tradição estava ainda em aberto (tempos apostólicos). Ora, o ouro não paga isto, mas o seu reluzir nas coroas pode novamente seduzir e, desta vez, deitar tudo a perder (porque o que reluz pode assim levar os pagãos à Fé, mas pode rebaixar os cristãos ao vício).

Um católico pode tolerar, desculpar, suportar, determinados sistemas de governação devido a circunstâncias impostas que ele não possa alterar. Claro que a ignorância desculpará outras atitudes contrárias. Contudo, isso não significa nem poderia significar a defesa de tais modelos governativos. E eis que dou o caso de Oliveira Salazar: exigiu condições de governo Monárquico (portanto, absoluto - por isso lhe os republicanos não o chamam republicano, chamam-no ditador) de tal forma que a república se desfigurou ao ponto de não-ser propriamente uma república. E mais... tudo isto é um processo gradual onde Oliveira Salazar entra em jogo a pedido de tentar apenas o equilíbrio da economia que a república maçónica tinha levado à ruína. As tentativas de Oliveira Salazar para um retorno à Monarquia são inegáveis, contudo o peso da maçonaria e o passado liberal da monarquia tiveram não davam garantias de nada.

A obrigação de cuidar da nação não é a mesma que defender um sistema de governação!... O católico continua a dar a César o que é de César, apenas o mínimo obrigatório, sem que isso signifique cooperação com o mau sistema. Já mau seria defender um sistema por achar que ele apenas não é incompatível com o catolicismo... como se a crença do "neutro" não fosse errada.

Temo que haja alguns jovens brasileiros (e também os há em Portugal) que se arrastem por ideias liberais quanto ao sistema governativo. Acham que a Monarquia católica é compactível com um "poder moderador", e ignoram que até D. Pedro o Rei foi sempre absoluto e que as Cortes apenas tinham a função de consulta. Eis a Monarquia propriamente dita, a católica e tradicional e que os iluminados no seu tempo quiseram escarnecer chamando-lhe ABSOLUTISMO e, escolhendo para ela casos ISOLADOS recentes, difamarem, fragilizarem e fazerem entrar um sistema de pseudo-monarquia (a monarquia liberal) que, na verdade, não é uma monarquia propriamente dita.

O protestantismo, os novos "filósofos", a maçonaria, estão na base das novas constituições que assentam o "poder moderador" ou seja, impedem em definitivo a monarquia católica (tradicional, ou alargando: absolutista).

Que os brasileiros católicos tenham coragem de propor a Monarquia tradicional (católica, absolutista), e tenham coragem maior de deitar fora o sistema liberal da "monarquia cocha".

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