18/07/12

PEQUENA REFLEXÃO



Entrei agora no blogue da Radio Cristiandad, acho-me suficientemente preparado para tal sem com isso estar sequer a ceder a "ocasiões de pecado" (enfim...), e vi por alto um artigo que prima pela lógica. Não li o artigo mas observei umas frases de letra colorida disposta a modo de silogismo. O artigo é retirado do site "Non Possummus", e fiquei com algumas dúvidas...

Eis um desses silogismos (traduzido por mim):

[Premissa] maior: A Igreja nunca ensinou nem ensina o erro em matéria de Fé e Moral;
[Premissa] menor: Mas Roma agora ensina erros em matéria de Fé e Moral;
Conclusão: Actualmente [agora] Roma não é a Igreja Católica.

Não...

Primeiro vou demonstrar como um silogismo pode estar certo sendo as suas premissas inverosímeis:

Pr.M.: Nenhum cão conversador é voador;
Pr.m.: O meu cão é conversador;
Conclusão: Logo, o meu cão não voa!

O silogismo parece que está certo, parece não ter erros de lógica, a conclusão parece estar bem feita, contudo reparamos logo, e com humor, que as premissas não são verosímeis em si mesmas.

Também a conclusão "Agora Roma não é a Igreja Católica", para que fosse verosímil, Roma teria que ter sido "a Igreja" alguma vez. Roma não é agora a Igreja Católica, mas também nunca foi a Igreja Católica! Isto basta para que os leitores entendam que o silogismo apresentado é estéril em verosimilhança e não serve a intenção do autor em classificar a situação presente de Roma. O Racionalismo, em parte, assenta neste mesmo mecanismo (separa-se assim a verdade e a razão), substituindo a razão pela verdade.

Há um erro interno no silogismo e que é suportado pelo "agora". A conclusão deveria ser " Agora, Roma e a Igreja não ensinam o mesmo" (ou "Agora, Roma não ensina o mesmo que a Igreja") e o "agora" não pode significar uma excepção temporal (um "antes sim, mas agora não").

Ficamos assim entendidos, não é?

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