02/07/12

ALMAS DO PURGATÓRIO - PADRE PIO - DOIS CASOS

Padre Pio
Fr. Alberto d'Apolio de S. Giovanni Rotondo passou a texto o que o Pe. Pio, em maio de 1922, declarou ao Bispo de Melfi, D. Alberto Costa, e ao Pe. Lorenzo de S. Marcos superior do convento:

Depois de uma invernosa tarde de muita neve, estando no convento nos aposentos, à noite, sentado perto da lareira e recolhido em oração, apareceu-lhe um ancião que vestia uma capa antiga ainda usada pelos camponeses do sul da Itália, que se sentou junto dele. A respeito deste homem disse o Pe. Pio: "Não fazia ideia de como ele tinha podido entrar no convento a essa hora da noite já que todas as portas estavam fechadas. Então perguntei-lhe: Quem és? O que queres?". O ancião disse-lhe: "Padre Pio, sou Pietro Di Mauro, filho de Nicolá, alcunhado de Precoco". E continuou "eu morri neste convento a 18 de setembro de 1908, na cela número 4, quando o convento era ainda abrigo de pobres. Uma noite, enquanto estava na cama, adormeci com um cigarro aceso que incendiou o colchão, e morri asfixiado e queimado. Ainda estou no Purgatório. Necessito uma Missa para ser finalmente liberto. Deus permitiu-me vir pedir a sua ajuda."

Conforme o Pe. Pio: "Depois de ouvir isto, respondi-lhe: sem falta, amanhã cedinho celebrarei uma Missa pela sua libertação. Levantei-me e acompanhei-o até à porta do convento, para que pudesse sair, e dei-me conta que a porta estava fechada à chave. Abri-lhe a porta e despedi-me dele. A luz da Lua iluminava a praça coberta com neve. Quando eu não o vi mais diante de mim, fui tomado por um sentimento de receio, fechei a porta, voltei a entrar no quarto de hóspedes, e senti-me debilitado."

Uns dias mais tarde, o Pe. Pio também contou a história ao Pe. Paolino, e os dois decidiram ir à cidade, onde procuraram o registo de óbitos do ano 1908, e encontraram a 18 de setembro desse ano um Pietro Di Mauro. Este tinha morrido realmente queimado num incêndio na sua cela do então abrigo de pobres.

Na mesma época o Pe. Pio contou a Fr. Albert uma outra aparição de outra alma do purgatório: 

Numa noite, quando estava absorto em oração no coro da pequena igreja, fui sacudido e perturbado por um ruído de passos, e velas e jarrões de flores que se moviam no altar mor. Pensei que alguém devia estar ali, e gritei: Quem anda aí? Como não houve resposta voltei à oração, mas voltaram a incomodar-me os mesmos ruídos. Agora pareceu-me que uma das velas, que estava em frente à imagem de Nossa Senhora da Graça, estava caída. Para ver o que estava a acontecer no altar, coloquei-me em pé, acerquei-me à grade e vi pela sombra feita com a luz de presença do Sacrário, um jovem Irmão fazendo algumas limpezas. Pensei ser o Pe. Leone que estava compondo o altar; e como já era hora da ceia, acerquei-me e disse-lhe "Pe. Leone, vá cear, não é tempo para limpar o pó nem arranjar o altar." Mas uma voz diferente da do Pe. Leone respondeu: "eu não sou o Pe. Leone". Perguntei-lhe, "então quem é?", ao que me respondeu "sou um Irmão seu que fiz o noviciado aqui, e a minha função era limpar o altar durante o ano de noviciado. Infelizmente, durante todo esse tempo não reverenciei a Jesus Sacramentado, Deus Todo Poderoso, como deveria sempre que passei diante do altar. Causando grande aflição ao Santo Sacramento por minhas irreverências; visto que o Senhor estava no Sacrário para ser honrado, louvado e adorado. Por este sério descuido ainda estou no Purgatório. Agora, Deus, por sua misericórdia infinita, enviou-me aqui para que vós, padre, cuideis de mim e decidais desde quando eu poderei desfrutar do Paraíso. Eu acreditei ter sido generoso com essa alma no seu sofrimento, pelo que exclamei: "amanhã cedo celebrarei a Missa e estarás no Paraíso". Essa alma chorou dizendo "Cruel de mim, que malvado fui". E assim desapareceu. "Essa queixa produziu em mim uma ferida tão profunda no coração, a qual senti e sentirei durante toda a vida. De facto eu poderia ter enviado directamente essa alma ao Céu, mas condenei-o a permanecer uma noite nas chamas do Purgatório."

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