07/05/12

QUERO SER MODERNISTA!...

Com os artigos publicados, contando com os ainda retidos, este é o milionésimo primeiro. Portanto, o marco dos 1001 artigos. Como comemorar estas "1001 noites" depois de um fenómeno lunar incrível? Nada melhor que um artigo pequeno e concentrado, tal como um monumento.

Dirijo-me em especial aos "tradicionalistas católicos", ou sei lá que nome dar, mas excluindo a versão de "tradicionalistas" que apareceu APENAS com o fenómeno Ecclesia Dei. Como se sabe, dizem agora que os "tradicionalistas" verdadeiros nada têm que ver com Mons. Lefebvre e sim com a Ecclesia Dei, contudo, a Ecclesia Dei é muito mais recente que os "tradicionalistas". Enfim...


Vou dar razões para que os tradicionalistas se convertam ao modernismo:

1 - Estar em plena comunhão doutrinal com Roma e com o Papa;
2 - Não ter de andar dezenas, centenas e até milhares de Km para ir à Missa;
3 - Acabar com o estigma de "excomungados";
4 - Não ter mais dores de cabeça pelo que dizem os familiares, amigos, e vizinhos;
5 - Poder ser levado à sério quando se diz "aceito o Summorum Pontificum";
6 - Poder levar à sério o Summorum Pontificum e frequentar as duas Missas;
7 - Acabar com a interior e permanente inquietação relativamente à graça de estado do Papa;
8 - Continuar a gostar de paramentos antigos sem haver preocupação de não haver dinheiro para os comprar;
9 - Poder ir à Missa em templos históricos;
10 - Poder pecar mais um pouquinho, e abraçar uma doutrina mais "tolerante";
11 - Poder ir para Seminários em qualquer parte do planeta e em edifícios históricos;
12 - Poder ser monge num mosteiro que é ao mesmo tempo milenar com internet e tudo;
13 - Poder namorar muito mais e casar muito menos, e não ter de andar tão preocupado com a escolha da noiva;
14 - As mulheres podem desobedecer a S. Paulo e não cobrirem a cabeça dentro do templo.

Por último, e para tranquilizar os mais escrupuloso, poderão continuar a criticar o Concílio Vaticano II em privado (apenas), pois o mal dizer é "permitido" desde que não seja em contextos muito formais e sérios, como aconteceu com o IBP.

Caro tradicionalista... converta-se já por completo... Mais vale hoje que andar a arrastar-se, e um dia ser conotado pelos seus netos como Maria-FOI-com-as-outras. Ouuuu ... não aceite nada disto.... é o melhor!

8 comentários:

José Lima disse...

É uma pena certos tradicionalistas, no limiar do sedevacantismo e com uma má fé a la “Radio Cristiandad”, serem como as toupeiras: de tanto tempo que passaram na escuridão das “catacumbas”, perderam a capacidade de ver e tomam agora como normal - e não excepcional - o negrume que os envolve e do qual se recusam a sair.

anónimo disse...

José,

Partindo do pressuposto que escreve para bem e não para mal, e dado à alguma ambiguidade do seu comentário, peço-lhe o favor de tornar a comentar mais claramente.

Permita-me ainda uma sugestão: evitar tanta adjectivação e dar mais conteúdo claro, objectivo.

Obrigado.

anónimo disse...

José,

Ao que escrevi acrescento ainda: se há no artigo alguma afirmação com a qual discorde, ou que ache errada, não se iniba de se exprimir com caridade. Obviamente que, caso no artigo eu falte à verdade, eu sou o primeiro interessado em proceder à correcção.

Disponha...

silvanoandrefonseca disse...

Só uma duvida, como eu posso acabar com o estigma de "excomungados"... depois de ler isso, vejamos...


"Aquele que disser que a Missa deve ser celebrada somente em língua vernácula - Seja anátema"
(Excomungado)

Conc. de Trento, Sess. XXII. C.9.D. 956.


As pessoas que rejeitam o Latin são ou não EXCOMUNGADOS e amaldiçoados pela Santa Igreja.


E quem desobedece em CVII... é ou não um cismático. Vejamos.

"Seja conservado o uso da Língua Latina nos Ritos Latinos" 

(Conc. Vat. II - Const. Lit. nº 54.)



No mais obrigado desde já pelo o esclarecimento

José Lima disse...

Explico-me: o que pretendi afirmar - e só isso - é que se a FSSPX puder continuar a fazer tudo aquilo que faz hoje (e tudo indica que sim), mas com o seu estatuto plenamente regularizado no seio da Igreja oficial, nenhuma razão séria haverá para continuar a invocar um estado de necessidade que então terá deixado de existir e que não fará qualquer sentido continuar a arguir. Por uma questão de coerência, a FSSPX que é católica e reconhece o Papa como legítimo pastor universal da Igreja, não terá, uma vez salvaguardado o que inicialmente afirmei, outra alternativa que não seja a de procurar e alcançar a sua regularização canónica junto de Roma. E desta regularização advirão, sem dúvida, vários benefícios, mormente os que invoca nas razões 1ª), 3ª) e 4ª), as quais não implicam qualquer conversão ao modernismo; quanto às restantes razões invocadas, perdoe-me, não passam de pura patetice com sabor cripto-sedevacantista.

anónimo disse...

José,

Diz quase bem "tudo aquilo que faz hoje". Acontece que hoje faz já o contrário do que sempre fez. Com a aceitação oficial do Motu Proprio Summorum Pontificum fica aceite todo o conteúdo do mesmo documento, ou seja, fica aceite a legitimidade da nova missa, e fica aceite que a missa tradicional seja um modo inferior ou igual. Outra mudança assegurou-se com a aceitação do decreto de levantamento das "excomunhões": que tais excomunhões teriam existido realmente e que a FSSPX teria alguma vez não estado em comunhão com a Sede Apostólica ou não tenha aceite alguma vez o Magistério da Igreja. Outra mudança é que a situação muito delicada e especial do Magistério depois do Concílio fica consequentemente aceite depois da aceitação do Motu Proprio, portanto, ficam negados por consequência todo o Magistério papal anterior ao Concílio Vaticano II que entre em contradição com todos os documentos de mão papal posteriores ao mesmo Concílio... Ou seja,fica implícita a aceitação do relativismo magesterial... ou seja...

Portanto, a FSSPX depois de ter aceite esses dois documentos aceita o contrário do que tinha feito até então. Por outro lado, pelo que comprova a carta de ontem, assinada pelos superiores da FSSPX, os 3 Bispos da FSSPX estão em contra a política de do outro Bispos, Mons. Fellay.

Caro José, faça o favor de não tentar mais identificar a FSSPX com a ACTUAL política de Mons. Fellay. E apenas para efeitos de identificação, e depois desta mencionada carta, e sem falta de respeito a um antigo superior meu e a um Bispo, chamarei "fellaysmo" a este fenómeno(aparecimento de uma anti-FSSPX no ceio da própria FSSPX, como se fora a FSSPX). Isto é um fenómeno antigo que na FSSPX sempre se conheceu a repsito e com dor a Roma depois do Concílio Vaticano II (o mecanismo é idêntico). Se o nosso Santo Padre está "apanhado" por falso pensamento e falsa Doutrina, seria já demasiado estranho dizer que qualquer um não possa estar no mesma má situação, nem mesmo Mons. Fellay. Isto sendo o Papa, Papa, e sendo Mons. Fellay, Bispo (e devemos colocar cada um em sua ordem: primeiro o Papa, depois o Bispo).

Portanto, a FSSPX, está oficialmente comprometida com o modernismo, mesmo que cada um dos seus padres e bispos possam não ser modernistas e até nem tenham dado conta da situação onde o Fellaysmo os empurrou. Mas esta FSSPX está assim ocupada por uma política que a contraria e, portanto, não a identifica, pelo contrário, a descaracteriza.

3 - "mas com o seu estatuto plenamente regularizado no seio da Igreja oficial, nenhuma razão séria haverá para continuar a invocar um estado de necessidade que então terá deixado de existir e que não fará qualquer sentido continuar a arguir."???

Onde inventou esse "estado de necessidade"? Há milhares de escritos, milhares de pessoas, centenas de sacerdotes, que lhe asseguram que na FSSPX o que SEMPRE se entendeu por "estado de necessidade", e que foi a base do ter de consagrar os 4 Bispos, é que Roma abandonou a Doutrina (a Fé)! Não sabia disso? Não sou eu que estou a inventar, eu não estou a falar por mim, eu estou a repetir o que sempre se disse claramente sobre o "estado de necessidade"... Ora, nem vale a pena continuar com este ponto visto que o José o ignora e transporta uma fantasia sobre a qual só pode tirar conclusões fantasiosas! Quem lhe foi soprar essas fantasias? Onde leu ou ouviu tal coisa?!!!

anónimo disse...

3 - José... Roma apenas aceita a FSSPX que se comprometa com o Summorum Pontificum e com o decreto das "excomunhões", pois estes dois documentos contrariam a FSSPX. Entende?... No dia em que os Bispos dissessem "afinal, por motivos Doutrinais que Deus e a Santa Igreja obrigam, e canónicos, não é aceitável o Summorum Pontificum nem o decreto de levantamento das "excomunhões"", e Roma aceitasse isso, então sim haveria esperanças... Mas, pelo que me escreve, o José talvez não entenda porque é que estes dois documentos são contrários ao que é realmente católico!...

4 - Sim, claro, haveria benefícios. Eu mesmo testemunho a dor que tenho sofrido por ter tido de deixar certas regalias... por obrigação tive abandonar projectos, CARGOS, amigos, esmagadora parte do meu meio social... Mas o que adianta isso se a verdade não está lá? O quanto não vale mais saber que estamos a fazer o que é certo e a conhecer a verdade do que viver no confortável engano e mentira (qual labareda de confusão). Todos temos medo de levar a cruz, contudo alguns não aguentam a pressão e vendem-se ao relativismo, ao conforto. Mas sem a Doutrina de Sempre não pode haver bem, nem justiça, nem Igreja Católica, nem Roma católica, nem nada que seja de Deus. Como lhe disse: Roma apenas aceita a FSSPX mediante a condição de se comprometer com o modernismo (e já tratei disto quando falei dos tais dois documentos).

anónimo disse...

silvanoandrefonseca,

O problema é que a missa referida pelo Concílio de Trento não é a "nova missa", e por isso, ANTES de 2007, diziam muitos que aquela condenação não poderia recair sobre quem rezava apenas a "nova missa" (pois, segundo eles era uma OUTRA missa). Agora depois do 07/07/2007 o argumento calou.

Simplesmente bastará rezarem a missa nova em vernáculo, sem AFIRMAREM que deve ser sempre em vernáculo, e não poderão ser punidos. Claro... Repare que a excomunhão só se aplica a quem DISSER e não a quem FIZER. Por outro lado, uma excomunhão assim só poderia ser aplicada com a confirmação de que o sacerdote em causa tem conhecimento de que está a ir contra algo que parte integral do Catolicismo (hoje os padres não conhecem sequer a Doutrina que pensam ser o Novo Catecismo e o Concílio Vaticano II)

Desobedecer ao Concílio Vaticano II? O Concílio Vaticano II apenas se pronunciou a nível pastoral, nada mais. Contra a Doutrina, se for o caso, nada pode. Trata-se de um caso especial, do único concílio que apenas se pronunciou a esse menor nível.

Contudo o assunto do latim e também o da nova missa, são muito significativos. Lembro que mesmo a nova missa é em latim, ou seja, o Missal de Paulo VI é em latim. Ainda há pouco tempo, numa paróquia de Lisboa, estavam alguns fiéis (menos instruídos)a assistir à "missa em Latim" (assim estava anunciada à porta da Igreja), e tal "missa em latim" era nada mais nada menos que a nova missa de Paulo VI na sua versão original em latim.

O Missal de Paulo VI (que é em latim), teve posteriormente versões traduzidas, fortemente e estranhamente financiadas. Tais missais traduzidos inundaram as paróquias, rapidamente, como numa invasão, e gradualmente foi dada autorização para se rezar missa em vernáculo (a missa nova já). Os que continuaram com a missa de sempre foram sendo cada vez menos e, por serem mais bem formados, tinham a missa nova como algo inferior. Etc... Os padres mais firmes na Fé reconheciam facilmente o mal da nova onda que veio depois da estranha onda do Concílio Vaticano II. O drama começou a abater-se sobre os católicos, as vocações começaram a decair às centenas até aos dias de hoje. Etc... Hoje vingou a maioria, nasce uma nova geração de ignorantes que nunca teve contacto com o catolicismo e que faz parte da hierarquia católica... Incrível!!!

Obrigado por ter comentado.
Disponha

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