12/04/12

D. MIGUEL I - NOTAS HISTÓRICAS (I)

(...)

"Em 1821 voltou com sua augusta família a Portugal, à excepção do senhor D. Pedro, que ficou governando o Brasil em nome do Senhor Rei D. João VI.

São sabidos os acontecimento da revolução, que obrigaram a apressarem o regresso de El-Rei; e quando, em 1823, o Conde de Amarante levantou em Traz-os-Montes a bandeira da restauração da antiga monarquia, que a revolução derrubara, deu então o Senhor D. Miguel o seu primeiro passo político.

Vilafrancada
Sem consultar senão os impulsos de seu coração generoso, e de seu amor filial, correu a por-se à frente da causa nacional, entrou, poucos dias depois, em Lisboa, no meio do entusiasmo delirante de todo o povo, com seu Rei libertado, que também o foi encontrar a Vila Franca, e já restabelecido no pleno gozo dos seus direitos e do seu trono.

Este gentil feito com que se estreava na vida pública, granjeou-lhe então os louvores, a admiração e os aplausos de todos os adversários da revolução, dentro do país, e de todas as côrtes da Europa.

Seu augusto Pai, em demonstração de sua confiança elevou-o a Comandante em chefe de seu exército, e expediu-lhe os mais honrosos documentos do seu louvor e apreço.

Os soberanos das diferentes nações colmaram-no de elogios, e por seus embaixadores lhe enviaram as Ordens e Condecorações mais distintas.

Foi chamado nesse tempo o salvador da Europa. Entre nós dos muitos testemunhos insuspeitos que exaltam o príncipe por esse feito, escolho apenas este, que é mais do que insuspeito, é insuspeitíssimo.

Eis o que dizia o Conde de Palmela, então Ministro dos Negócios Estrangeiros, numa Circular aos Ministros de portugal nas diferentes Côrtes, datada de 9 de Junho de 1823:

«As tropas de todas as guarnições, e a nobreza do Reino, os povos das cidades e Aldeias proclamaram a restauração do Trono, e correram em chusma a reunir-se debaixo do estandarte Real, que o augusto Infante levantara.»

Noutro lugar diz ainda a referida Circular do Conde de Palmela:

«O Congresso, que se intitulava soberano e nacional, achando-se abandonado por todos, não teve outro remédio senão dissolver-se; cessaram logo num só dia todas as contendas, e o Senhor Infante D. Miguel lançando-se, rodeado de todos os fieis portugueses, aos pés do melhor dos Reis, e acolhido nos braços de seu augusto Pai, apresentou um dos mais sublimes espectáculos, que possa mencionar-se na história.»

(terá continuação)

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