13/02/12

A MASSONARIA E TEILHARD DE CHARDIN

Teilhard de Chardin
"Durante a intervenção na Assembleia Geral do "Grande oriente de França", decorrida em Paris, de 3 a 7 de setembro de 1962, Jacques Mitterrand, Grão-mestre da Massonaria, reivindicou para a seita a publicação póstuma das obras de Teilhard de Chardin e - facto de capital importância para uma apreciação de conjunto do pensamento teilhardiano - afirmou que a concepção deste infeliz autor coincide com o humanismo naturalista maçónico.

Mitterrand coloca, sem qualquer entrave, em Teilhard o começo da negação da Tradição e do acentuado culto ao homem, em vez do culto a Deus, que - desde há quase vinte anos - invadiram, como epidemia mortal, tantos ambientes intelectuais católicos, eclesiásticos e laicos, e introduziram a confusão na Igreja. [melhor dizer "entre os católicos"]

Eis uma passagem importantíssima do discurso de Mitterrand: "A diferença de nós maçons, os católicos, em nome do ecumenismo, não se confinam já firmemente ao seu passado para de lá retirarem a lição de sabedoria. Fazem, pelo contrário, todo o possível para renegar a sua Tradição, com o fim de adaptar a sua religião à renovação. Como isto aconteceu? Tomai atenção ao que vos vou dizer e sabereis como começou esta mutação. Um belo dia surgiu daquelas fileiras um verdadeiro cientista, Pierre Teilhard de Chardin. Talvez sem que se desse até conta disso, cometeu o crime de Lúcifer que a igreja de Roma com frequência atribuiu também aos maçons: afirmou que no fenómeno da hominização , ou  - para usar a fórmula de Teillard - , na Noosfera, isto é, na soma total ou massa de consciência colectiva, que circunda no globo terrestre como estrato mais baixo da atmosfera, é o homem quem tem a precedência e não Deus e é o principal artífice deste processo. Quando esta consciência colectiva alcance o apogeu no ponto Omega - como disse Teillard - , então produzimos o novo tipo de homem, como o desejado: livre na sua carne e sem entraves mentais. Assim Teillard colocou o homem sobre o altar, e assim adorando o homem já não podia mais adorar a Deus."

(ROCA VIVA, Madrid, ano XV, nº 171, março 1982)



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