19/12/11

A NOVA MISSA EXISTE?! É "VIRTUAL"?!

"realidade" virtual
Acabo de ler a caixa de comentários do popular site Fratres In Unum e fico com a convicção de que ali estão resumidas várias posições relativamente à Missa tradicional e à nova missa. Tenho dificuldade em dizer "relativamente à Missa tradicional e à nova missa", pois para ser mais justo teria de dizer de outra forma, mas dizendo da outra forma não seria certamente entendido pela maioria dos leitores. Acontece que a maioria dos leitores está acostumado a ler e a conversar sobre o problema partindo de nomes e conceitos que não provêem da observação da realidade em si mas mas antes de uma interpretação divulgada e com cunho de autoridade. Ou seja, o que se confronta não é a realidade mas sim o que se diz dela.

O "abuso litúrgico" é um desses artifícios que obriga ao engano a quem o usa. Um abuso contra a liturgia é tudo menos litúrgico, pelo que seria mais claro "abuso anti-litúrgico". Assim temos visto tanta gente dizer que o problema relativo à nova missa é haverem "abusos litúrgicos", pois se antes os chamassem "abusos anti-litúrgicos" ficariam "desimpedidos" para acharem que o problema na nova missa é na verdade litúrgico (em si mesmo, portanto, o missal). O artifício enganador não pode ser obra de Deus e tem servido como fusível queimado no circuito.

Na tal caixa de comentários dizia alguém que o problema da nova missa são os "abusos litúrgicos", portanto, traduzindo, são os abusos anti-litúrgicos. Contudo tais abusos não costumam existir senão na nova missa, o que é caso para perguntar se eles não são até produto dela. Como sabemos, a nova missa é uma fabricação que excluiu de si os sinais da presença real de Nosso Senhor, a transubstanciação, e o sacerdócio da Ordem, portanto se há realmente algo claramente e estruturalmente abusivo é a própria missa nova, e é ela que fomenta assim os tais abusos anti-litúrgicos, pois ela é anti-litúrgica. Em suma, ela é o "abuso litúrgico" materializado preservado e mantido por culpabilização dos que são hoje acusados de cometerem "abusos litúrgicos".


Desculpem a frontalidade e ser tão resumido. Mas não vejo melhor coisa que começar a chamar as coisas por nome adequados em vez de usarmos os nomes para tapar as realidades!

A nova missa, obrigatoriamente, implica um abuso anti-católico, para evitar dizer "abuso anti-teológico". Seria  complicado dizer já "anti-teológico" porque existem outras teologias não católicas. Sabendo que 6 pastores protestantes estão implicados na invenção da nova missa, podemos ter a certeza qual é a via teológica que pode estar implicada na nova missa, tanto mais que são justamente os pontos de diferença entre a teologia católica e a protestante que foram eliminados da nova missa: presença real, sacerdócio da Ordem, principalmente. Contudo, como católicos, sabemos que as divergências doutrinais protestantes são heréticas, pelo que havemos de concluir que a nova missa é heretizante (protestantizante), e como se trata de uma falsa doutrina o abuso é então "abuso anti-teológico".

É então católica a nova missa? Impossível, ela é um abuso contra a missa católica, portanto nem pode ser chamada de "nova missa" entre nós por não ser nossa, nem sequer "forma ordinária" do Rito Romano, pois desfaz no Rito Romano codificado por S. Pio V definitivamente (ou seja, o que está codificado é a garantia do Rito Romano, e tudo o que lhe seja diminuído incorre certamente na ira divina). É neste momento que se costuma levantar alguém com a bandeira da autoridade, pelos visto o único "argumento" que se atreve. Ora,  ninguém tem dúvida que o Papa promulgou a nova missa como se fora católica, mas um Papa não tem poder de promulgar como católico algo que é na verdade anti-católico e que, como tal, não pode obrigar a Santa Igreja. Eis que é este o momento em que se costuma levantar alguém com a outra bandeira da autoridade ainda maior: que o Papa é guiado sempre pelo Espírito Santo. Este sim é um assunto fundamental que deveria estar a ser mais abordado mas que, aqui para o caso, bastará dizer que o Espírito Santo não se engana nem nos engana orientando a Igreja num sentido e depois noutro (daqui costumam nascer 3 posições: uns dizem que então o Papa Paulo VI não era Papa, outros dizem que o Papa não se enganou e que então o Espírito Santo mudou de ideias e inspirou a aberrante missa nova, e outros dizem que Paulo VI era realmente Papa e que a sua missa não é da Igreja e que a sua promulgação não afecta a Igreja por estar em contra da Santa Doutrina - esta última é a minha opinião).

A dita caixa de comentários apresenta uma nova realidade: sacerdotes modernistas que aderem à Missa tradicional da Santa Igreja romana. Não se olha isso com maus olhos, estranhamente. Um sacerdote que não encontra na nova missa problemas contra a Fé católica não é doutrinalmente apto para a Missa Tradicional da Santa Igreja. ... (o artigo terá continuação neste mesmo ponto do texto)

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