Há meses lancei um repto para um levantamento sobre os conceitos de Fé. O conceito de Fé, o próprio, ou seja, o conceito católico que foi usado correctamente durante dois milénios, e que é o próprio da Santa Igreja, é hoje estranho à ignorância predominante. Mais uma vez, e tenho batalhado em dizê-lo, os conceitos católicos estão as ser todos corrompidos em vez de simplesmente ficarem esquecidos (o que já seria mau).
Na tentativa de mostrar a alguns "católicos anti-católicos" (também chamados por alguns de "católicos modernistas") o que a Igreja entende por "Fé", o espanto foi tal que foi praticamente sugerido que tal conceito apresentado não poderia ser o da Igreja mas uma interpretação minha. Ora, se perante os catecismos do passado (os que foram promulgados com a mais alta autoridade expressa e com obrigatoriedade de serem acreditados) os "católicos modernistas" tentam ingenuamente contrapor o novo catecismo sugerido e promulgado sem carácter de obrigatoriedade, e como confundem de tal foram o conceito "Igreja" como se fora um associação democrática que deveria expressar o pensamento dos membros associados, nada melhor que aproveitar para contribuir já para o tal levantamento por mim proposto.
Na tentativa de mostrar a alguns "católicos anti-católicos" (também chamados por alguns de "católicos modernistas") o que a Igreja entende por "Fé", o espanto foi tal que foi praticamente sugerido que tal conceito apresentado não poderia ser o da Igreja mas uma interpretação minha. Ora, se perante os catecismos do passado (os que foram promulgados com a mais alta autoridade expressa e com obrigatoriedade de serem acreditados) os "católicos modernistas" tentam ingenuamente contrapor o novo catecismo sugerido e promulgado sem carácter de obrigatoriedade, e como confundem de tal foram o conceito "Igreja" como se fora um associação democrática que deveria expressar o pensamento dos membros associados, nada melhor que aproveitar para contribuir já para o tal levantamento por mim proposto.
Recorro a vários livros insuspeitos, editados até ao final do séc. XVII, e retiro deles exemplos significativos que sobre o entendido por "Fé". Certamente que isto será suficiente para que os "católicos modernistas" que têm dito o contrário concluam que o conceito de "Fé" sempre foi o mesmo na Igreja, é o mesmo e não pode ser deturpado, e que deve ser usado por qualquer católico como próprio e no sentido correcto. Espero que isto ajude também a mostrar que os falsos conceitos de Fé são mais recentes e penetraram hoje a mentalidade dos católicos que já não têm sequer conhecimento dos conceitos próprios do catolicismo e que usam no seu dia a dia.
É uma revolução passiva e destrutiva, portanto, passiva e não pacífica, como é próprio destes tempos.
Vai-nos servir para primeiro livro o "Trofeo Evangélico: Exposto em Quinze Sermoens Históricos, Moraes & Panegyricos" de D. Diogo da Anunciação Justiniano (ed. LISBOA, 1685):
"Santa Therésa - A sua primeira acção foi deixar a sua pátria para morrer em África pela Fé. Não lhe faltou a Teresa o martírio, porque na renuncia da sua pátria experimentou Teresa a morte" (pág. i)
"[Sermão do nascimento de D. João III de Portugal e etc...] Ultimamente remata-se o sucesso do nascimento do Baptista [S. João] com se fazer público a todos pela infalibilidade de uma profecia que, aos que viviam na cegueira das sombras do Gentilismo, haviam de alumiar os seus raios: Illuminare his, quis in tenebris, et in umbra mortis sedent: acabasse o acto do nascimento do nosso Rei com se faz público nas verdades da experiência, que aonde vivia a sombra da ignorância, chegariam a desfazer as trevas da sua cegueira as luzes da sua Fé. (...) De sorte que, conforme a opinião destes grandes Padres, veio o Baptista ao mundo, e para isso nasceu na Judeia, para fundar um quase Tribunal da Fé contra a Pérfida dos Judeus: pois para lhe manifestar que já Cristo era vindo, foi o fim para que nasceu o Percursor. Este foi também o fim para que nasceu o nosso Rei, pois ao fundar o Tribunal da Fé contra a Perfídia dos Judeus, para lhe desfazer os seus erros foi o primeiro esmalte com que ilustrou a sua Coroa. E com tanta proporção que assim como no nascimento do Baptista houve profecia deste sucesso, assim no nascimento do nosso Rei houve uma como profecia desta acção. Por isso se acendeu o fogo no dia do seu Baptismo, porque se no Baptismo se acende a luz da Fé, quis o Céu mostrar que naquele dia se acendia em Portugal o fogo para duas partes: no Baptismo para o Príncipe e no fogo, que se acendeu no Palácio, para todo o Reino. Se no nascimento do Baptista há uma profecia para mostrar que o nascimento do Baptismo é para acender o lume da Fé no coração dos Judeus; nasça o nosso Rei com presságios de Fé, que no coração dos Judeus que radicar, simbolizada no fogo que se acendeu. (...) Príncipe cujo desvelo é eregir de novo o Tribunal da Fé, todos serão como ele para a Coroa, mas nenhum é como ele para a glória. (...) Uma das dignidade Arquipiscopal que logra, as outras nas de Bispos, que lhe destes. Lisboa, Évora e Coimbra levantarão estátua na posterioridade à vossa grandeza, pois para conservar pura a Fé, em uma e outra fundastes a Inquisição."
"[Sermão do Baptismo do Percursor] Quis quis Joanne plus est, Deus est: pó de perecer às criaturas que hoje não têm lugar nas praias do Jordão nem nas águas do Baptismo, porque sem as notícias da Fé, guiados pela evidência dos olhares, lhe há de parecer Deus menos e lhe há de parecer João mais (há lhe de aparecer João mais, porque hão de ver os seus olhos a João sobre a cabeça de Deus; há lhe de parecer Deus menos porque hão de ver a Deus aos pés de João...)."
"[Sermão do Monte do Amor Divino] É de Fé que o Evangelista falou verdade."
"[Sermão dos Últimos Dias das Quarenta Horas] Pois para o terceiro dia das Quarenta Horas, diz Oseias, que reserva Deus os seus benefícios e para provar nossa Fé tendo três dias a mesa posta para o convite, no terceiro empenha Deus a sua liberalidade...)
"[Sermão de Nossa Senhora do Vale] Ou não sei se a Senhora do Vale quer que lhe façamos aquela tribuna, para tentar a nossa Fé. Porque, como diz Laureto, a tribuna significa a Fé ornada com virtudes (...) Queira Deus que agora a virtude da nossa liberalidade queira concorrer para o ornato daquela Capela. Cada pedra daquela tribuna, há de ser uma pedra de toque dará a nossa Fé."
"[Sermão de São Roque"] É certo, e é de Fé, que Deus formou a Eva de uma costa de Adão."
"[Sermão da Profissão de Sóror Maria Josefa da Assunção] E que género de morte é esta? Pode haver para um homem mais que uma só morte? A Fé nos ensina que não (...) pois que segundo género de morte é logo este que Sobna há de sentir (...)"
"[Sermão da Profissão de Sóror Maria Josefa da Assunção] E que género de morte é esta? Pode haver para um homem mais que uma só morte? A Fé nos ensina que não (...) pois que segundo género de morte é logo este que Sobna há de sentir (...)"
( leia aqui a parte II)
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