28/09/11

STº. AFONSO MARIA DE LIGÓRIO - RESUMOS V

A BREVIDADE da VIDA


Da 3ª consideração
A Brevidade da Vida
"Quae est vita vestra? Vapor modicum parens" (Jac. 4,15) ("O que é a vossa vida? Um fumo aparecido por um momento")

I
Depressa chega a morte
"O que é a vida humana! O Espírito Santo a compara a um fumo que se dissipa ao menor sopro, e não volta. Ninguém ignora que tem de morrer, mas a ilusão dum grande número é imaginarem a morte tão afastada que quase se lhes afigura que não vem.

É um grande erro. Job nos adverte que a vida humana é curta: "O homem - diz ele - vive pouco tempo... é semelhante à flor que apenas desabrocha e é calcada aos pés": Homo brevi vivens tempore: quasi flos egreditur et conteritur (Job 14, 1).

A Isaías mandou o Senhor que pregasse a mesma verdade: "Levanta a tua voz e clama: Toda a carne é erva... Em verdade a humanidade não é senão feno: seca-se a erva e cai a sua flor": Clama... Omnis cara fenum... Vere fenum est populus: exsiccatum est fenum... (Is. 40,6). Um pecíolo de erva, eis o que parece ser a vida do homem; vem a morte e faz secar essa erva, corta o fio da nossa vida, e lá cai a flor do alto a grandeza e de todas as vantagens mundanas.

"Passaram os meus dias mais velozes que um correio": Dies mei velociores fuerunt cursore (Job. 9,25). Vem para nós a morte mais rapidamente que qualquer correio, e corremos sem parar ao encontro da morte. Cada um dos nossos passos, cada uma das nossas respirações nos aproxima dela. "O momento em que vos escrevo, diz S. Jerónimo, é diminuído à minha vida", é mais um passo para a morte. "Todos morremos e corremos pela terra, como águas que não retrocedem mais": Omnes morimur, et quasi aquae dilabimur in terram, quae non revertuntur (2. Reg, 14, 14).

Verdes lá em baixo o rio que corre a lançar-se no mar? Assim como as suas águas desligam sem parar e não voltam para trás, assim também, irmão meu, os vossos dias passam, encurtando cada vez mais a distância que vos separa da morte. Passam os prazeres, os divertimentos, as festas, os louvores, os aplausos, e que resta? "Uma sepultura - responde Job - e nada mais": Solum mihi superest sepulchrum (Job 17,1). Despojados de tudo e lançados numa cova, seremos entregues à corrupção.

No momento da morte, a recordação de todos os prazeres passados, de todas as honras gozadas, só servirá para agravar as nossas ansiedades e afrouxar a nossa esperança da felicidade eterna. Então dirá o mundo de si para si: passados poucos instantes,a minha casa, os meus campos, os meus jardins, o meu mobiliário de tanto gosto, essas ricas pinturas, nada será meu! Uma sepultura é tudo quanto me resta.

Oh! Então todos os bens terrenos enchem de amargura o coração que os amou desordenadamente, e essa mesma amargura é mais um perigo para a salvação. Como efeito a experiência tem mostrado que as pessoas, assim presas às coisas temporais, só querem ouvir falar das suas moléstias, dos médicos a consultar e dos remédios a empregar.

Se lhe falardes da alma, mostrarão enfado, pedindo-vos que as deixeis, porque lhes dói a cabeça, e não podem ouvir-vos; se vos respondem, será dum modo confuso; fica-se a pensar que não sabem o que dizem. Muitas vezes os confessores absolvem-nas, não porque as julguem dispostas, mas porque não é possível demorar. Assim morrem os que pensam pouco na morte."(Texto integral)

(faltam ainda o II e III)
Reze agora uma Avé-Maria


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