16/09/11

"MADAME" DE STAËL

Filha de  Jaques Necker ministro das finanças nos últimos tempos da França do ancien régime (a um passo do drama), "madame" de Staël era embaixadora da Suécia em França. A sua tremenda falta de beleza era ofuscada pelo seu optimismo e extremada vivacidade. Escreveu algumas obras relacionadas com os acontecimentos do seu tempo aos quais assistiu e de certa forma esteve envolvida.

O século das luzes chegava à sua plenitude e estava perto do fim. A vida intelectual de França tinha debilitado as instituições sem destruí-las estruturalmente com as novas ideias que tinham então alimentado expectativas. Conservavam-se os privilégios e os atractivos do passado mas as mentes tinham-se voltado para outras aspirações futuras. A aristocracia libera tenta assim conciliar a herança e as novas aspirações que, ao fim e ao cabo eram incompatíveis. Sobre esta fase de transição tão irreal dizia Talleyrand "sacrificando-se a recordação desse breve período de luz e glória".

Teve vários amantes que assim davam a respectiva fama ao Barão de Staël Holstein, seu marido. Costumavam pertencer ao mesmo grupo de amigos da madame, poderosa por influências e apreciada por suas ideais muito na moda. Tinha o seu modo de atrair tanto pela personalidade vibrante como pela forma como poupava tecido. Tinha a arte do falar que a fazia brilhar nos salões. A tudo adicionava uma carga emotiva que a tornava notada e a colocava no centro das atenções. Dela disse uma contemporânea "se eu fosse rainha ordenava-lhe que me falasse". Mas cansava, como dizia Byron "As suas obras comprazem-me intensamente e também ela ... durante meia hora".

Difundia com o maior entusiasmo e até à frente dos acontecimentos as ideias de Russeau tão idolatrados nos salões. Estava no centro dos acontecimentos e no salão da embaixada sueca respirava-se a "liberdade" sem perder os brilhos do ancien régime, assim mesmo como ela o dizia. A ilusão que encarnava na mescla social, pois acreditava-se que existiam barreiras sociais que haviam desmoronado, conviviam quase todo o tipo de pessoas numa fraternidade ingénua e sentimental. Isto motivava-a muito.

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