15/09/11

"CATECISMO CATÓLICO DA CRISE NA IGREJA" (13)



II
A FÉ

13. Como podemos reconhecer que a Fé católica seja a verdadeira?

- Cristo provou a verdade da sua missão pelos milagres que operou. É por isso que diz: "Não acreditais que Eu estou no meu Pai e que o meu Pai está em mim? Acreditai nisso ao menos por causa das minhas obras" (João 14, 11). Os Apóstolos também se manifestaram pelos seus milagres: "Foram em todo lado prégando, o Senhor obrando com eles e confirmando a palavra pelos milagres que os acompanharam" (Marcos 16, 20). Os milagres são portanto a prova da missão divina da Igreja.

a) Podemos ter a certeza que existem milagres?
- Sempre houve milagres na Igreja, e a existência deste milagres não foram mais certos de que hoje, onde podemos, graças ao conecimento e meios de investigação científicos, excluir as explicações naturais com muito mais facilidadedo que nunca. A autosugestão e alucinção não têm lugar aqui. Por exemplo uma multiplicação de alimento constatado por várias pessoas que não foram influenciadas, a ressurreição dum morto ou a cura dum membro quase inteiramente destruído não pode encontrar tais explicações. A Igreja não reconhece um milagre quando permanece a possibilidade, mesmo mínima, duma explicação natural. A Igreja manda ou deixa a ciência investigar o caso antes de considerá-lo milagre tal como aconteceu para os factos milagrosos de Lourdes, por exemplo.

b) Todos os milagres são de ordem física?
- Ao lado dos milagres chamados "físicos" (os factos que são fisicamente inexplicáveis pelas únicas forças da natureza), há também os que se chamam milagres "morais" (factos que são moralmente inexplicáveis pelas únicas forças da natureza).

c) Seria possível dar exemplos de milagres morais?
- A difusão do cristianismo é um milagre moral porque nenhuma explicação natural pode dar conta do facto de doze pescadores sem instrução e sem influência conseguiram converter em pouco tempo uma grande parte do universo, e isso apesar de oposição dos poderosos. A santidade multifacetada, que brotou sem descontinuidade na Igreja desde 2000 anos, é igualmente um milagre moral.

d) Os milagres provam as verdades de Fé?
- Os milagres não podem directamente provar as verdades de Fé, nem forçar a acreditar, porque então a Fé não seria a Fé mas uma ciência humana. Mostram no entanto que a Fé não é uma confiança cega e sem fundamento, que não se opõe à razão, e que, pelo contrário, o facto de não acreditar não é razoável.

e) Postas de parte as provas da veracidade do catolicismo, temos provas directas da falsidade do protestantismo?
- O facto das facções protestantes não poderem estar na verdade, resulta isto do mero facto que são divisões que saíram da Igreja de Cristo. Lutero não reformou a Igreja, como ele pretendia, mas inventou novas doutrinas que contradizem a Fé e que assim vão contra o que cristãos sempre acreditaram anteriormente. Os cristãos sempre acreditaram, por exemplo, de que a Eucaristia apenas pode ser celebrada por um homem ordenado sacerdote e que a Santa missa é um sacrifício verdadeiro: como poderia ser verdade o pretender repentino, mil e quinhentos anos depois, duma coisas diferente? Como a Igreja anglicana poderia ser verdadeira, enquanto que deve a sua existência tão somente ao adultério de Henrique VII?

f) Podemos portanto provar facilmente a verdadeira religião?
- Devemos constatar com o Papa Leão XIII:
"Reconhecer qual é a verdadeira religião não é difícil para qualquer um que a queira julgar com prudência e sinceridade. Existem de facto provas muito numerosas e incontestáveis, a verdade das profecias, a quantidade de milagres, a prodigiosa velocidade da propagação da Fé, mesmo no meio dos seus inimigos e apesar dos maiores obstáculos, o testemunho dos mártires e outros argumentos semelhantes, provam claramente que a única verdadeira religião é aquela que Jesus Cristo instituiu Ele mesmo, e que deu a missão à sua igreja de transmiti-la e propagar."(25)

g) Se é tão fácil encontrar a verdadeira religião, como explicar que tantos homens a desconheçam?
- Se tantos homens desconhecem a verdadeira religião, é sobretudo porque muito pecam por negligência neste ponto. Não se preocupam de conhecer a verdade sobre Deus mas contentam-se quer com os prazeres do mundo, quer por causa dos maus costumes de da superstição do meio em que eles estão a viver, os quais bastam para satisfazer os seus sentimentos religiosos; não têm a sede da verdade. Muitos apresentam, de mais, que a verdadeira religião exigirá deles sacrifícios que eles não querem. Enfim, o homem é naturalmente um "animal social": Ele precisa de ajuda em todas as áreas (físicas, técnicas, intelectuais e moral) e depende muito da sociedade em que vive. Se aquela é islâmica ou ateia (como a nossa), se as escolas e os média o desviam do cristianismo (e ademais, embrutecem impedindo a reflexão), ser-lhe-á muito difícil nadar em contracorrente.

(25) Leão XIII, Encíclica Immortale Dei, 1 de Novembro de 1888

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