27/08/11

MEMÓRIAS ECLESIÁSTICAS DO REINO DO ALGARVE (Cap. XIV, II parte)

(continuação da I parte)

Depois da morte de Juseff Taschphin acontecida no ano da Hegira 500 e de Cristo 1106 passou o governo das Hespanhas a seu filho Ali, Principe esfoçado, que ganhou de seu inimigo algumas Cidades ( Bibliot. Arab. Tom II pag. 218). A este sucedeu no governo seu filho Taschphin, que perseguido dos Almohaditas se refugiou em Orão no ano da Hegira 539 e não se julgando ainda seguro naquele lugar á ira de sues competidores, intentou a todo o risco salvar a vida, que perdeu em um barranco onde o despenhou seu cavalo. Com a morte de Tasephin acabou em África o domínio dos Almoravides, ocupando o governo das Hespanhas Abdelmumen Bem Ali Almohadita, a quem sucederam por sua ordem Juseff Bem Jacob Almonsor e Mahomat Alnaser, que perdeu a famosa batalha das Navas.

Esta é a sucessão dos que dominaram a Hespanha até que principiou a sacudir o jugo, e sacudiu. A funesta entrada destes usurpadores deve-se á pérfida de Julião. Este traidor da Religião e da Pátria soube introduzir no espírito do Régulo Musa Bem Nácer a vaidade de Conquistador das Hespanhas. Apezar das dificuldades que saltavam á vista para se poder conseguir a empresa, teve artes de vencer o coração de Musa que nomeia por General das suas tropas Tarik Bem Abdala Uanmo Azzanati, no reinado do Califa Maruan, Tocaram ás armas, corre a guerra, as Hespanhas são invadidas, e devastadas pela força dos Árabes (entraram por Algeziras, a que chamaram a Ilha Verde, no ano da Egira 90 que corresponde à era de Cristo 708 Geog. Nubiense em Arabe Part. I quarto clima). Sucedem os triunfos uns após outros, apezar da oposição dos nossos Soldados. Os felizes efeitos que Musa adverte terem conseguido as tropas no comando daquele chefe, o lisonjeiam a deixar a África em 711 como fica notado. São por toda a parte os instrumentos bélicos, acodem os soldados, inumerável multidão de Mouros sanhudos, raivosos, e intestados da fama e ambição dos despojos, seguiram o Princípe. Suas tendas e pavilhões cobriam as montanhas, e os vales.

(continuação, III parte)

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