Houve tempos em que os fiéis que frequentavam a capela da FSSPX (Lisboa) desenvolveram um trabalho constante de difusão doutrinal, sobretudo os temas mais urgentes na Igreja. Difusão didáctica que tinha como figura convergente esse milagre que Deus deu à Igreja: Mons. Lefebvre e a obra que em torno dele foi aparecendo.
Tenho aqui à minha frente um pequeno livrinho desses que é destinado aos baptizados que acreditam que há dois Cristos (um da "fé" e outro da história). Em outros tempos teria acreditado que se trata de um livrinho destinado a ateus, pois intitula-se "Cristo - Deus. Um facto provado e não um mito". Não é minha intenção tanto aquela que o título sugere Não vou dar o livrinho todo, mas vai por retalhos:
Pagãos:
"Tácito, o mais importante dos historiadores romanos, relata nos Anais, escritos em 116 da nossa era, o incêndio de Roma, dizendo que o Imperador Nero (64 d.C.) acusara os "cristãos" de terem sido autores deste incêndio: "Este nome lhes vem de Cristo, que no tempo de Tibério tinha sido entregue ao suplício pelo procurador Pôncio Pilatos. Reprimida na hora, esta execrável superstição surgiu de novo e não apenas na Judeia, seu lugar de origem, mas também em Roma, onde tudo aquilo que há de mau e de vergonhoso no mundo chega e se espalha."
Tácio tinha sido um alto funcionário - no ano 97 d.C. era cônsul - conhecia bem os documentos oficiais. E tal "superstição" devia ser a seus olhos um caso "vergonhoso" visto que o seu autor tinha sido executado pelas instâncias romanas.
Suetónio, o biógrafo dos Imperadores romanos do primeiro século, escreveu por vota do ano 120 d.C. na sua obra "A Vida dos Césares", que ordenou que todos os Judeus se afastassem de Roma, porque "provocavam por instigação de Cristo constantemente distúrbios".
São os mesmos distúrbios que se lêem nos Actos dos Apóstolos 18,2. ["Encontrou ali um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado de Itália com Priscila, sua mulher, porque um édito de Cláudio ordenara que todos os judeus se afastassem de Roma".]
Plínio Moço, governador da Britânia na Ásia Menor, escreveu no ano 111 d.C. uma carta ao Imperador Trajano, para lhe perguntar em que medida deviam ser aplicadas penas ou investigações judiciais contra o cristianismo, ao qual entretanto o povo se tinha convertido em massa. Dos cristãos diz ele: "Eles reúnem-se num determinado dia, de madrugada, para cantar hinos a um certo Cristo, como se este fosse um Deus".
Justino (que morreu mártir em 165 d.C.), numa Apologia que deixou entregar ao Imperador Antonino Pio, recorda expressamente os autos do processo de Jesus."
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