19/05/11

D. DUARTE I e o “LEAL CONSELHEIRO” (I)


Mais será dito sobre este livro d’el-Rei D. Duarte I o décimo primeiro de Portugal (séc. XV). Seu nome é “Leal Conselheiro”. Por hoje, a modo de introdução, mais para despertar o interesse pelo Catolicismo dos Reis lusos, introduzo este livro que mostra tão bem o pensamento católico, a sua Doutrina e costumes, a sua moral.

Hoje interessa ressaltar nesta obra a introdução que o Rei D. Duarte I faz, explicando porque dedica o “Leal Conselheiro” a sua mulher a Rainha D. Leonor de Aragão.

Começa o Rei luso por invocar a Cristo e a Nossa Senhora:

“Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, com sua graça e de sua muito santa mãe Nossa Senhora Maria. Começa-se o tratado que se chama Leal Conselheiro, o qual fez Dom Duarte, pela graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves e Senhor de Ceuta, a requerimento da muito excelente Rainha Dona Leonor, sua mulher.”


Isto choca certamente com o pensamento dominante dos nossos dias que tem como certíssimo que a sociedade antiga cristã era “machista”, assim se diz. Mas, pelos vistos, temos um Rei que acede ao trabalhoso requerimento de sua mulher, adicionando-lhe uma dedicatória, também para melhor preparar o livro a outros possíveis leitores. Certamente que num mundo “machista” o Rei não se exporia abertamente ao ridículo e teria dado demonstrações do contráro. O acto nem sequer é um caso passional, é ponderado, demorado e tão normal que a Rainha o pediu. É de notar ainda que o livro abre como tradicionalmente é iniciada uma oração, o que também certifica que o Rei quis estar sobe os parâmetros do melhor bem e como ensina a Santa Igreja. Não há, portanto, espaço para qualquer interpretação no sentido de excepção à regra, mas antes pelo contrário, é um reflexo dos costumes e da sociedade.

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